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Neuralink: co-fundador diz que saiu da empresa de Musk porque estava preocupado com segurança do implante de chips no cérebro

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Neuralink é uma sociedade que Elon Musk cofundou junto com outros oito empresários. Claro que assim como todo projeto que o bilionário se envolve, esse também é pensado no futuro da humanidade. A empresa projetou um chip para ser implantando no cérebro das pessoas. Através desse chip, os órgãos servirão como interfaces de máquinas.

Por mais que essa iniciativa pareça, e realmente seja, bem ambiciosa, futurística e pensada somente em fazer o bem para as pessoas, essa não é necessariamente a visão de todos. Um exemplo disso é Benjamin Rapoport, co-fundador da Neuralink.

Rapoport saiu da empresa em 2018 por conta de preocupações que ele tinha sobre a segurança do projeto deles. O homem é um neurocirurgião por formação e fez parte do time de cientistas que, junto com Musk, fundaram a Neuralink em 2016. E depois que ele saiu da empresa, Rapoport fundou a Precision Neuroscience, sua própria startup com foco na interface cérebro-computador (BCI).

Preocupações

Yahoo

Em uma entrevista ao  podcast “The future of everything”, do The Wall Street Journal, Rapoport disse que dedicou sua carreira para fazer essa união entre o mundo computacional e a medicina, mas sentiu que a única maneira de ir na direção certa é tendo a segurança como uma coisa fundamental.

Claro que essa fala do neurocirurgião chamou atenção porque deixou implícito que ele não estava de acordo com o que a Neuralink está desenvolvendo em sua interface. De acordo com Rapoport, a operação para colocar o chip pode ter algum nível de lesão cerebral como resultado.

Na visão dele, é possível extrair as informações do cérebro sem causar danos a ele. Nesse ponto, ele defendeu a abordagem feita por sua própria empresa. “O sistema da Neuralink é baseado na inserção de microeletrodos. Já a Precision trabalha com microeletrodos de superfície, que não penetram o cerébro”, disse.

Chip da Neuralink

Mass device

As preocupações com o chip da Neuralink não são somente de Rapoport. Os cientistas questionaram, em uma entrevista para a revista Nature, a transparência da Neuralink com relação ao seu experimento. Até porque, além do tweet de Musk, não existiu nenhuma outra confirmação de que os testes com o chip tinham começado. E a maioria da informação pública disponível vem de um panfleto de convite para que as pessoas participem do teste.

Além disso, o ensaio teste do chip também não foi registrado no repositório ClinicalTrials.gov, que conta com curadoria dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Esse repositório é uma referência técnica para várias entidades. Tanto é que, antes dos participantes serem envolvidos com os testes, várias universidades pedem o registro do teste em algum sistema do tipo. E as revistas médicas também usam o registro como uma condição para publicar resultados de pesquisas.

Conforme pontua Tim Denyson, neuroengenheiro da Universidade de Oxford, no Reino Unido, não existem informações de em que local a Neuralink está fazendo as implantações e quais resultados irão ser avaliados.

E na fase em que os testes estão, os especialistas esperam que a prioridade seja a segurança. Segundo Denyson, isso requer observar possíveis efeitos de longo prazo nos pacientes para ter certeza de que não acontecerá sangramento, AVC, infecções ou dano vascular.

Segundo o panfleto do estudo, os pacientes irão ser acompanhados por cinco anos. Ele também diz que o ensaio avaliará a funcionalidade do chip cerebral e por conta disso os participantes têm que usá-lo pelo menos duas vezes por semana. Para isso, eles têm que tentar controlar um computador e depois relatar a experiência para a Neuralink.

Uma dúvida de Mariska Vansteensel, neurocientista do Centro Universitário Médico Utrecht na Noruega presidente da Sociedade BCI (Interface cérebro-computador), é se os sinais neurais diminuem com o passar do tempo.

Contudo, a implantação do chip foi aprovada pela Food and Drugs Administration (FDA), a Anvisa dos Estados Unidos. “Minha suposição é de que a FDA e a Neuralink estão seguindo o manual até certo ponto. Mas não temos o protocolo, então não sabemos disso”, avaliou ela.

A FDA tinha rejeitado um primeiro pedido da Neuralink para fazer os testes do chip em humanos. As preocupações principais da época estavam relacionadas à bateria de lítio, a possibilidade de fios pequenos do implante acabarem indo para outros lugares do cérebro e se e como o chip poderia ser removido sem causar danos ao tecido cerebral.

Depois de um mês da aprovação para os testes em humanos, a FDA encontrou problemas nos registros de teste feitos com animais para o chip. Tiveram lapsos de controle de qualidade em uma das instalações da Neuralink na Califórnia.

Dentre os problemas que foram identificados está a falta de registros de calibração de materiais em alguns dos testes e a falta de assinatura de funcionários de garantia de qualidade no relatório final.

Fonte: Época negócios,Olhar digital

Imagens: Yahoo, Mass device

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