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Neuralink: o que podem fazer os chips cerebrais da empresa de Elon Musk?

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Elon Musk é o homem mais rico do mundo, mas também um dos empresários mais dedicados, com projetos futurísticos e, na visão de muitos, ousados. Além da conhecida SpaceX, o bilionário também é dono da Neuralink, empresa que trabalha com estimulação cerebral.

Neuralink é uma sociedade que Musk cofundou junto com outros oito empresários. Claro que assim como todo projeto que o bilionário se envolve, esse também é pensado no futuro da humanidade. A empresa projetou um chip para ser implantando no cérebro das pessoas. Através desse chip, os órgãos servirão como interfaces de máquinas.

O plano de Musk é implantar chips em pessoas com paralisia cerebral para que assim elas consigam controlar objetos com o pensamento. E através da Starlink, ele anunciou que as inscrições para os pacientes interessados estavam abertas.

Em maio desse ano, a Neuralink teve a aprovação da Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA) para fazer testes em humanos. Na terça-feira dessa semana, um conselho independente deu o seu aval para que os pacientes pudessem ser recrutados. O que se espera é que essa tecnologia tenha impactos transformadores na saúde.

A empresa tem desenvolvido nos últimos sete anos um chip de computador criado para ser implantado no cérebro, onde ele irá monitorar a atividade de milhões de neurônios.

Esse chip foi considerado oficialmente uma Interface Cérebro-Computador (ICC). Ele é uma pequena sonda com mais de três mil eletrodos ligados em fios flexíveis mais finos do que um fio de cabelo.

O plano de Musk é conectar o cérebro com computadores para que o download de informações e memórias seja possível, assim como visto em “Matrix”. Além disso, o bilionário também quer que o chip da Neuralink seja usado para alcançar a telepatia humana. De acordo com ele, isso ajudaria os humanos a serem superiores no caso de uma guerra contra a inteligência artificial.

Chip da Neuralink: ficção ou realidade?

G1

Por mais que Musk tenha praticamente todo o dinheiro do mundo disponível, isso é realmente possível? A resposta curta é: não. “Não podemos ler a mente das pessoas. A quantidade de informação que podemos decodificar do cérebro é muito limitada”, disse Giacomo Valle, engenheiro neural da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.

Esse é o mesmo ponto de vista de Juan Alvaro Gallego, pesquisador de ICC no Imperial College London, no Reino Unido. “O problema fundamental é que realmente não sabemos onde ou como os pensamentos são armazenados no cérebro. Não podemos ler pensamentos se não entendermos a neurociência por trás deles”, pontuou.

Uso clínico

G1

Em 2019 Musk apresentou a tecnologia Neuralink. Na época, ele usou um porco com o chip implantado no cérebro e um vídeo em que um macaco jogava pong com sua mente. No entanto, o potencial dessa tecnologia é muito maior do que os animais jogando.

De acordo com Gallego, originalmente a tecnologia foi feita para ajudar as pessoas paralisadas por lesões na coluna ou com síndrome do encarceramento, que é quando o paciente está consciente, mas não consegue mexer nenhuma parte do seu corpo a não ser os olhos.

“Se você [pudesse] traduzir sua comunicação interna em palavras em um computador, seria uma mudança de vida. Nesse tipo de caso, os chips são projetados para registrar sinais elétricos de neurônios no córtex motor e, em seguida, enviar os sinais para um computador onde são exibidos como texto”, disse Gallego.

“Os cientistas também mostraram que podem ler a intenção do córtex motor de desenhar uma letra. Usando modelagem complexa [com o computador conectado], isso permitiu que participantes paralisados digitassem 10 palavras por minuto, o que foi um avanço”, continuou.

Contudo, até o momento as ICCs existentes são usadas somente em casos especiais e a tecnologia da Neuralink foi testada somente em animais. “Todas as aplicações clínicas das ICCs ainda estão em fase de pesquisa e ainda não foram implementadas na prática clínica”, destacou Valle.

Fonte: G1

Imagens: G1

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