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No Brasil, casos de dengue em janeiro superaram o ano todo de 2017

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A dengue é um dos principais problemas de saúde pública do mundo. A doença febril aguda é causada por um vírus e seu principal vetor de transmissão é o famoso mosquito Aedes aegypti. A doença tem quatro tipos porque o transmissor dela tem quatro sorotipos diferentes. São eles: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Em nosso país, já foram encontrados todos esses tipos de dengue.

Por conta disso, a doença sempre foi uma preocupação no Brasil e as autoridades estão sempre monitorando o avanço da dengue. Infelizmente, esse avanço não foi pouco esse ano. Para se ter uma noção, somente em janeiro foram 243.721 casos prováveis ou confirmados, representando um aumento maior que 160% em comparação com o mesmo mês de 2023.

Aumento da dengue

Olhar digital

Esse número gigantesco visto no primeiro mês de 2024 também é maior do que todos os casos de dengue que foram registrados em 2017, ano em que houve 239.389 notificações.

De acordo com o Ministério da Saúde, esse aumento nos casos esse ano foi visto em todas as faixas etárias, sendo a maior concentração nas pessoas entre 30 a 39 anos. Colocando em números, foram 48.672 notificações em janeiro comparadas com 18.796 ano passado.

“Uma das características da dengue no Brasil é sua distribuição democrática por faixa etária. Por mais que vejamos a pirâmide de registro de casos, se você fizer recortes, a incidência é muito igual. A dengue afeta todas as idades, não é como a meningite, por exemplo, que afeta mais as crianças”, disse Renato Kfouri, infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Mesmo que os casos tenham aumentado, felizmente o número de mortes por conta da doença caiu. Ele foi 61, em 2023, e 24 nesse ano.

Ainda conforme o Ministério da Saúde, esse avanço da dengue no nosso país é visto por conta da combinação do calor excessivo e de chuvas intensas, efeitos provocados pelo El Niño e ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil.

Evolução da dengue nos últimos anos

  • 2010 – 1.011.548 casos
  • 2011 – 739.370 casos
  • 2012 – 589.591 casos
  • 2013 – 1.454.871 casos
  • 2014 – 589.107 casos
  • 2015 – 1.688.688 casos
  • 2016 – 1.483.623 casos
  • 2017 – 239.389 casos
  • 2018 – 262.594 casos
  • 2019 – 1.545.462 casos
  • 2020 – 948.533 casos
  • 2021 – 531.922 casos
  • 2022 – 1.420.259 casos
  • 2023 – 1.658.816 casos

Combate

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Felizmente, em dezembro de 2023, o governo anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) terá a vacina contra a dengue Qdenga. Nosso país é o primeiro que oferece o imunizante através dos sistema público. Ao todo, serão entregues 6,5 milhões de doses.

Essa nova vacina foi feita pela Takeda Pharma Ltda, uma empresa japonesa. Ela se chama Qdenga e é feita por quatro tipos do vírus, o que faz com que sua proteção contra a doença seja maior.

Esse imunizante é dado em duas doses com um intervalo de três meses entre elas. E de acordo com a avaliação clínica, a eficácia dessa vacina foi de 80,2%. Segundo os estudos, a proteção que ela dá contra a dengue vale por 12 meses depois que a pessoa tomou as duas doses. Além disso, a vacina também conseguiu diminuir a hospitalização das pessoas em 90%.

De acordo com a Anvisa, as pessoas que podem tomar essa vacina são crianças de quatro anos até adultos de 60. Agora que a vacina foi aprovada, a Takeda Pharma Ltda pode comercializá-la. Depois que a aprovação foi feita, até o momento o Ministério da Saúde não disse se vai ou não colocá-la na rede pública.

A aprovação pela Anvisa foi um grande marco porque essa foi a primeira vacina aprovada para ser aplicada em pessoas que nunca tiveram dengue. Isso porque, em 2015, a DengVaxia, vacina da Sanofi, foi aprovada. Contudo, essa vacina era indicada para aqueles que já tinham tido algum dos subtipos de dengue. A restrição acontecia porque a DengVaxia podia agravar o quadro de uma pessoa que pegasse dengue pela primeira vez.

Além da vacina da Takeda Pharma Ltda, o Instituto Butantan está trabalhando em uma vacina. Esses estudos começaram há mais de uma década e agora estão em sua fase final. O imunizante se chama Butantan-DV e teve uma eficácia de 79,6%. Os estudos vão até o ano que vem, quando os voluntário terão sido acompanhados por cinco anos.

E no caso da Qdenga, não apenas o Brasil autorizou o seu uso. Em dezembro do ano passado, a European Medicines Agency, que é a “Anvisa” europeia, também autorizou o imunizante por lá.

Esses imunizantes são um importante passo no combate da doença. Até porque, de acordo com um estudo publicado pela revista Nature Microbiology, a doença será uma epidemia global em 2080. Segundo os pesquisadores, 6,1 milhões de pessoas do mundo correrão o risco de contrair dengue no período, o que equivale a 60% da população. Esse aumento nos casos tem dois fatores. O primeiro é o crescimento da população, e o segundo, o aquecimento global.

Mesmo com a vacina, as autoridades apontam que é essencial que medidas para combater o mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença, sejam adotadas. O principal a ser feito é não deixar água parada em locais como caixas d’água e piscinas, tampas de garrafa e vasos de planta.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Olhar digital,  Infosaj

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