História

O que foi a Guerra Fria?

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A Guerra Fria foi um conflito entre os Estados Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS) que aconteceu por muitos anos, de 1947 a 1991. As diferenças de interesses entre os dois blocos resultaram em diversos conflitos armados ao redor do mundo (como a Guerra da Coreia, ocorrida entre os anos de 1950 e 1953) e em uma disputa que ocorreu em níveis diplomáticos, econômicos e tecnológicos.

O conflito teve início logo após a Segunda Guerra Mundial, que aconteceu entre 1939 e 1945. Ao final dessa Guerra, EUA e URSS saíram como as duas grandes potências mundiais e essa situação contribuiu para o surgimento de um cenário de polarização.

Mesmo após muitos anos do fim da Guerra Fria, ainda existe um extenso debate entre os historiadores a respeito de como foi iniciado o conflito político-ideológico. De qualquer forma, existe um certo consenso de que o marco que iniciou a Guerra Fria tenha sido o discurso realizado pelo presidente americano, Harry Truman, em 1947.

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O que foi a Guerra Fria?

No discurso, realizado no Congresso dos Estados Unidos, o presidente solicitou verba para combater o avanço do comunismo na Europa e alegou que era papel do governo americano combater o avanço da influência soviética. Com isso, teve início a Doutrina Truman, que consistiu no conjunto de medidas tomadas pelos EUA para conter o avanço do comunismo.

Uma das etapas dessa doutrina foi o Plano Marshall, que consistiu no plano de recuperação econômica da Europa destruída pela guerra. Com esse plano, os estadunidenses forneceriam grandes somas de dinheiro para os países interessados e, consequentemente, aumentariam a influência norte-americana na Europa. Quando os soviéticos perceberam as intenções dos Estados Unidos, os países de seu bloco foram proibidos de aderir ao Plano Marshall.

O discurso praticado pela Doutrina Truman utilizava de uma teoria alarmista que colocava o governo soviético como um governo expansionista, que desejava conquistar todo o continente europeu com base no comunismo. O governo americano, no entanto, sabia que a postura dos soviéticos era defensiva, porque o país estava destruído pela guerra e buscava garantir seus interesses apenas na sua zona de influência.

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Além disso, outro ponto importante é que as dificuldades econômicas que os países europeus enfrentariam no pós-guerra poderiam abrir espaço para o avanço do comunismo e isso preocupava os americanos. Assim, os americanos desenvolveram um discurso maniqueísta, que foi responsável por polarizar a relação entre as duas nações.

Os soviéticos, que, a princípio, interessavam-se apenas em garantir o controle sobre sua zona de influência, acabaram incorporando o discurso maniqueísta, o que concretizou a polarização que marcou a Guerra Fria. Em represália ao Plano Marshall, os soviéticos criaram o Conselho para Assistência Econômica Mútua, o Comecon, que garantia apoio econômico aos países do bloco comunista.

Além disso, em 1949 foi criada a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como uma aliança militar entre os países alinhados aos Estados Unidos. O Pacto de Varsóvia, por sua vez, criado em 1955, visava a garantir a segurança dos países do bloco comunista.

Características

A polarização por meio de dois blocos, um sob influência americana e outro sob influência soviética, foi a grande marca da Guerra Fria. Com isso, americanos e soviéticos possuíam uma retórica agressiva contra seu adversário e tinham aliados estratégicos. Outro ponto muito característico do conflito foi a corrida armamentista.

A disputa entre as duas nações motivaram-nas a investirem no desenvolvimento de armas de destruição em massa, como as bombas nucleares e termonucleares. Assim, no período, o número de armas nucleares produzidas disparou.

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A disputa entre as duas nações manifestou-se também na área tecnológica e, entre 1957 e 1975, concentrou-se na exploração do espaço por meio da corrida espacial. Além disso, os dois países realizaram, ao longo dos anos de Guerra Fria, uma série de interferências em nações estrangeiras como forma de garantir seus interesses. O Brasil, por exemplo, foi alvo disso quando os americanos apoiaram o golpe militar de 1964.

Fim do conflito

A Guerra Fria teve fim com a dissolução da União Soviética, que ocorreu em 26 de dezembro de 1991. A partir da década de 1970, a economia do país já apresentava sinais de crise. A dificuldade foi resultado da falta de ações do governo soviético para dinamizar a economia do país, que já demonstrava estar em atraso tecnológico e econômico em relação às grandes potências mundiais, e os indicadores sociais do país começaram a cair.

A disparada no valor do petróleo criou um clima de falsa prosperidade, que impediu que reformas na economia soviética acontecessem. Além disso, dois acontecimentos na década de 1980 acabaram agravando a situação do país.

A invasão do Afeganistão forçou a União Soviética a gastar milhões na luta contra os rebeldes islâmicos e, em 1986, o acidente nuclear em Chernobyl causou muita destruição, além de forçar os soviéticos a gastar altas somas para conterem os efeitos do acidente nuclear.

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A insatisfação com a crise econômica e com os governos fizeram surgir movimentos de oposição por todo o bloco comunista. Os primeiros sinais manifestaram-se na Alemanha Oriental, Hungria e Polônia. Os alemães derrubaram o Muro de Berlim, no final de 1989, e promoveram a reunificação da Alemanha, os húngaros abriram as fronteiras do país com o Ocidente e os poloneses elegeram o primeiro governo não comunista desde a Segunda Guerra.

O último presidente soviético, Mikhail Gorbachev, começou a realizar reformas de abertura do país para o Ocidente, sobretudo na economia, e essas levaram ao desmantelamento da União Soviética. Logo, as nações que formavam a URSS começaram a se mobilizar pela sua independência.

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Em 25 de dezembro de 1991, Gorbachev renunciou e, no dia seguinte, a União Soviética foi dissolvida. Em sequência, uma série de países conquistaram a sua independência, tais como Ucrânia, Bielorrússia e Armênia.

Fontes: Brasil Escola e Mundo Educação

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