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Olhar Espacial: as fascinantes histórias dos eclipses solares

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Eclipse é um evento astronômico que acontece quando objetos celestes em trânsito ficam na mesma posição ou atravessam uns aos outros. Com o passar do tempo, as pessoas foram entendendo esse fenômeno. Mas até que fosse entendido realmente o que ele era, em várias culturas, um eclipse significava várias coisas diferentes.

O termo é mais usado para descrever um eclipse que envolve o sol, a Terra e a lua. O eclipse solar é o fenômeno que acontece quando a lua fica entre o sol e a Terra. Ela esconde por completo, ou de forma parcial, a sua luz. É basicamente o que acontece no lunar, mas a ordem dos corpos muda. No entanto, o solar parece ter um impacto maior, até porque, quando ele acontece, “anoitece” no meio do dia.

Eclipses

Canaltech

Na história, vários eclipses já aconteceram e causaram várias coisas. Por exemplo, eles já promoveram guerras, a paz, casamentos, comprovaram teorias científicas e ajudaram no desenvolvimento da tecnologia. Contudo, dentre todos eles, o de 1947 foi especial porque foi uma junção de todas essas coisas, menos o casamento. O mais interessante foi que ele aconteceu no nosso país.

Através das fotos desse eclipse, os cientistas conseguiram comprovar a teoria da relatividade de Einstein, medir de forma mais precisa a superfície da Terra e entender dados importantes para o desenvolvimento de armas poderosas, além de ter transformado o interior de Minas Gerais em um dos primeiros campos da batalha de uma guerra, feita sem tiros, entre os norte-americanos e soviéticos.

Acontecimento

G1

Outro eclipse que aconteceu no Brasil e foi extremamente importante foi o de 29 de maio de 1919, no município de Sobral, na Região Norte do Ceará. Com ele, o município escureceu por pouco mais de cinco minutos. E foi justamente esse eclipse que trouxe uma luz nova a respeito da concepção do tempo, do espaço e da gravidade para o mundo todo.

Contrariando o que propunha Isaac Newton na sua lei da gravitação universal, a teoria de Einstein postulava que a velocidade da luz era a única constante do universo, e não o tempo. Além disso, ele dizia que a massa de corpos, como o sol, os planetas e um buraco negro, deformava o espaço perto deles, gerando assim um desvio na trajetória de um feixe luminoso.

Colocando em outras palavras, é como se o espaço fosse um tecido gigante e o sol, um objeto com uma massa grande que pesasse sobre ele. Por isso, quanto mais massa um objeto tem, maior será a mudança que ele provocará na geometria do espaço, que acaba sendo indissociável do tempo.

Para confirmar ou refutar essa ideia, o momento ideal é durante um eclipse solar total, já que é possível ver o posicionamento das estrelas perto do sol. Até porque, se não for assim, o brilho forte do sol não permite que essa observação seja feita.

Por conta da posição geográfica, esse eclipse de 1919 pôde ser visto de Sobral e na Ilha do Príncipe, na costa ocidental africana, ao mesmo tempo. Por conta disso, cientistas ingleses, americanos e brasileiros de outros estados foram para o Ceará.

Nesse dia, amanheceu nublado e até com chuviscos, mas um pouco antes do eclipse acontecer, o vento acabou levando as nuvens para longe e deixou o céu limpo. Então, entre as 8h58 e 9h03 a lua encobriu o sol por inteiro e uma grande sombra se formou na região. Ao mesmo tempo que isso aconteceu, a temperatura caiu.

Esse momento foi registrado por câmeras fotográficas, acopladas nos telescópios dos cientistas, que tinham acabado de chegar em Sobral. Com isso, a primeira etapa de verificação empírica da teoria de Einstein estava concluída com sucesso.

A segunda aconteceu mais ou menos dois meses depois, quando as mesmas estrelas foram fotografadas, no mesmo local, por expedicionários britânicos. Esse registro foi feito à noite, quando a localização real das estrelas é captada.

Depois dessas etapas feitas, foram meses de cálculos complexos e comparação entre a chapas fotográficas. Com isso, foi possível confirmar o que Einstein previa. “Foi notada uma sutil diferença na posição das estrelas, devido à massa do Sol, que mudaria o percurso da luz ao redor dele”, disse Emerson Ferreira de Almeida, diretor técnico-científico do Museu do Eclipse e do Planetário de Sobral.

“Esse eclipse de Sobral foi importante para a Teoria da Relatividade não só porque foi a primeira tentativa bem-sucedida, mas também porque todas as condições favoráveis estavam presentes”, continuou.

Em novembro de 1919, em Londres, a comunidade científica fez o anúncio sobre a veracidade nos fundamentos da teoria. Isso ajudou para que a genialidade do físico alemão fosse reconhecida e sua carreira consagrada. “A questão que minha mente formulou foi respondida pelo radiante céu do Brasil”, disse Einstein posteriormente.

Fonte: Olhar digital, G1

Imagens: Canaltech, G1

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