Curiosidades

Por que eventos estressantes aparecem tanto na memória?

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Em suma, por muitos séculos, o homem lutou para compreender como funciona o armazenamento de nossas memórias em nosso cérebro. Entretanto, quanto mais descobrimos e conforme as tecnologias foram avançando para nos ajudar nesse processo, mais evidente se tornou a estranheza de como funciona a memória.

Muitas pessoas podem ter dificuldade de se lembrar do que comeram em alguma noite da semana passada. Ou mesmo o que estavam fazendo nesse momento há um ano. Contudo, parece que as situações estressantes tendem a deixar uma marca maior na memória do que as lembranças felizes. Agora, estudos podem ter revelado esse motivo.

Existiu duas vertentes de pensamento a respeito disso. A de que se armazenavam as memórias estressantes de uma forma significativamente diferente ou então de que se armazenavam de uma forma bem parecida no cérebro. Esse estudo apoia essa segunda ideia.

Memórias

Parece que uma ligação estreita de memórias criadas sob estresse tem um papel em que sejam tão memoráveis. Coletivamente, essas memórias parecem ser mais diferentes do que outras que não se formaram durante um momento estressante.

“Geralmente, temos imagens detalhadas de experiências estressantes, como fazer o teste de direção, mesmo depois de muitos anos. Já um passeio pelo parque no mesmo dia é rapidamente esquecido”, disse o neuropsicólogo Oliver Wolf,  da Ruhr-University Bochum (RUB), na Alemanha.

Então, para descobrir o motivo disso acontecer, os pesquisadores fizeram uma simulação de entrevista de emprego na frente de dois entrevistadores. Se conhece isso como “teste de estresse social de Trier”. Ele é bem estabelecido como uma maneira confiável de induzir o estresse nas pessoas.

Testes

Parte desse teste é fazer com que os participantes façam uma apresentação para os entrevistadores. Eles por sua vez tem que manter uma expressão neutra o tempo todo. E no mesmo período, se apresentou 24 objetos aos participantes. Dentre eles, uma xícara de café, um relógio, um rolo de fita adesiva e um marcador.

Se fez o teste com 33 voluntários colocados em uma entrevista que os induzia ao estresse. Outros 31 tiveram uma versão mais amigável da mesma experiência. Nela, eles conversaram de assuntos mais positivos e os entrevistadores se envolveram e deram feedback a eles.

Nos dois casos, imagens de ressonância magnética funcional de acompanhamento (fMRI) analisaram a parte da amígdala do cérebro, ligada ao aprendizado emocional. Nos participantes que tiveram a experiência estressante, os traços desencadeados pela visão dos objetos eram mais parecidos entre si do que os traços que foram desencadeados pelos objetos que não tinham sido vistos.

Esse não foi o caso visto no outro grupo. O que mostrou que os objetos lembrados sob estresse estão mais ligados intimamente em termos de representação do cérebro. Além disso, os rostos dos entrevistadores estimulou uma atividade neuronal parecida com os padrões dos objetos que foram lembrados.

“Os entrevistadores desencadearam o estresse na situação da entrevista. Consequentemente, parece que a ligação entre os objetos e os gatilhos de estresse foi crucial para a memória aprimorada”, ressaltou o neuropsicólogo Nikolai Axmacher do RUB.

Observações

O estudo sugere que o que faz com que as memórias emocionais sejam mais memoráveis são os aspectos associados a elas que estão mais relacionados intimamente com a emoção experimentada nos cérebros.

Por mais que se tenha feito esse estudo com um grupo relativamente pequeno de pessoas, o tipo de cenário e clareza dos resultados sugere uma hipótese de que pode se expandir o trabalho para cobrir outros tipos de situações.

“Este resultado pode ser um bloco de construção importante para compreender melhor as memórias emocionais e traumáticas”, concluiu a neuropsicóloga Anne Bierbrauer do RUB.

Fonte: https://www.sciencealert.com/scientists-may-now-understand-why-we-remember-stressful-events-more

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