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Por que histórias sobre zumbis ainda fazem tanto sucesso?

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Quando George A. Romero lançou seu trash A Noite dos Mortos Vivos em 1948 aposto que não esperava ser considerado o pai do zumbi moderno. No filme, um homem e uma mulher tentam se manter vivos quando os mortos começam a levantar dos túmulos sedentos por carne humana. Embora durante toda a projeção a palavra zumbi não seja usada, esse foi o primeiro passo para a corrente de outras histórias do gênero que surgiriam durante as décadas seguintes.

Desde então, lá se vão quase setenta anos de multimídias explorando todos os lados possíveis dos zumbis. Agora, há um fator curioso. Vamos pegar o cinema como exemplo, a sétima arte teve várias fases durante sua existência: dos anos 30 a início dos 50 foi uma era de ouro para os musicais, assim como dos anos 40 aos 50 foi um estouro de filmes noir. Quando falamos de guerra, o auge do gênero foi entre os anos 40 e 70. Assim como também tivemos o tempo do sobrenatural, dos vampiros, dos monstros e assim por diante. Hoje podemos dizer que vivemos na era dos super-heróis. No entanto, passa ano, entra ano, os zumbis ainda resistem, eles se mantêm mais fortes que nunca, mas por quê? O que zumbis têm de tão especial? O que nos leva a consumir vários conteúdos relacionados ao tema?

Em uma entrevista para a CNN, o autor do best-selling The Zombie Survive Guide e Guerra Mundial Z, Max Brooks disse algo interessante: “você não pode atirar na cabeça da economia, mas você pode atirar em um zumbi.”, ou seja, você não pode descontar suas frustrações em outras pessoas, mas pode massacrar a cabeça de um deles. Diferente de vampiros, lobisomens, bruxos ou qualquer outra criatura sobrenatural que possui poder maior que um ser humano, os zumbis são retratados de forma inferior. Eles são mais lentos, fracos, não possuem raciocínio lógico e vivem a base do instinto.

Por trás da toda violência e sangueira, a maioria das histórias com o tema têm uma crítica social como pano de fundo. O cenário sempre apocalíptico, sem regras, sem piedade. Dessa forma, a responsabilidade por toda distopia instaurada na sociedade recai sobre eles e, por mais que já tenham sido humanos, não há remorsos em matar um zumbi, afinal, eles não passam de mortos ambulantes.

Brook ainda diz que histórias de zumbis são uma oportunidade para as pessoas testemunharem o fim do mundo que tanto sonham, ao mesmo tempo em que elas podem dormir sossegadas, pois sabem que as histórias não passam de ficção. No meio de tantas criaturas sobre-humanas do meio pop, os zumbis são as únicas que ,de fato, um reles mortal pode enfrentar. Tudo bem que se um punhado deles cair em alguém, dificilmente a pessoa terá sucesso.

A teoria mais fomentada sobre a origem deles, vem de uma antiga crença de Martinique, no Haiti. Reza a lenda que um bokor (médico-bruxo) da cidade tinha a habilidade de fazer pessoas aparentarem estar mortas, por meio de magia, uma poderosa hipnose ou uma poção secreta. Seja como for, quando a pessoa “voltava a vida” ela se transformava em seu escravo pessoal, pois sua alma e sua vontade haviam sido capturadas. Na verdade, zumbi é a mesma coisa que um escravo, não possui vontades, nome e está preso em uma vida de eterna labuta.

A verdade verdadeira é que eles podem feder, ser sujos e nojentos mas, no fundo nós adoramos esses desmiolados. Dado o sucesso de séries como The Walking Dead e iZombie, mais a pancada de filmes todos os anos, os zumbis vão perambular mais um tempo por aqui. E, claro, nós não os perderemos de vista.

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