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Por que metade dos vazamentos de cartões de débito e crédito acontecessem no Brasil?

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De acordo com um documento recente, mais da metade dos vazamentos de cartões de débito e crédito acontecessem no Brasil? Para se ter uma ideia, isso significa que 53,9% desse tipo de vazamento tem o Brasil como origem, segundo conclusões do relatório “Atividade criminosa online no Brasil”.

Essas informações são o resultado de uma pesquisa feita pela empresa de segurança digital Axur. Dito isso, os números são referentes ao segundo semestre de 2020. Ou seja, em apenas três meses, o país aumentou de forma considerável a quantidade de cartões expostos. No primeiro trimestre do ano, esse número era de 20,7%, agora, o percentual sofreu um salto de 33,2%.

Em apenas 3 meses, dados de 517.670 cartões foram expostos

Ainda segundo o relatório, 517.670 cartões de crédito e débito com dados completos foram expostos em páginas da deep web e dark web. Em seguida, esses números foram distribuídos entre 20.564 BINs. Em inglês, “BIN” significa “Números de Identificação Bancária”. Isso significa, os seis primeiros dígitos dos cartões, o tipo de cartão e a instituição financeira emissora. De acordo com a Axur, desse número, 502.093 cartões, ou 96,9% deles, estavam dentro da data de validade no momento em que os dados foram colhidos.

Mas o que todos estamos querendo saber: afinal, por que esses vazamentos vêm ocorrendo com tanta frequência? Segundo Fábio Ramos, CEO da Axur, isso se deve pela falta de segurança na internet. “O Brasil é um dos países mais populosos do mundo e temos ainda uma alta taxa de penetração de internet, com muitas pessoas fazendo transações online com seus cartões”, afirma Ramos. “Esse volume alto atrai uma série de cibercriminosos, que praticam o roubo de dados em dois vetores: junto ao usuário final por meio de golpes de engenharia social e dispositivos fraudados e junto aos pequenos e-commerces, que tendem a ser mais vulneráveis”, completa.

Como evitar esse tipo de roubo de dados?

Segundo Ramos, os cibercriminosos utilizam a engenharia social para roubar dados. Portanto, esses dados confidenciais são coletados, na maioria das vezes, por meio de habilidades de persuasão. Dito isso, uma das principais técnicas para esse tipo de golpe é o “phishing“. Ou seja, mensagens falsas ou links maliciosos que direcionam as vítimas para o roubo de dados.

Nesse tipo de golpe, também é comum o uso de maquininhas falsas. Essas maquininhas imitam o visual de empresas como Cielo, Stone ou PagSeguro, mas não são o que parecem. “Os criminosos adulteram o firmware dessas maquininhas e as utilizam em estabelecimentos como postos de gasolina, pequenos comércios ou entre ambulantes. Esses dispositivos conseguem roubar os dados dos cartões, que poderão ser clonados posteriormente”, afirma Ramos.

Cada cartão sofre um prejuízo de cerca de R$ 250. Porém, na maioria das vezes, as compras são feitas em valores baixos para não chamar a atenção. “Mas é fato que o volume de dinheiro envolvido é alto, porque o ticket médio das compras de cartões fraudados gira entre R$ 500 e R$ 1.000, valores relativamente baixos para não chamar a atenção das vítimas ou dos sistemas bancários. Mas o fato é que após a detecção dos gastos, a instituição precisa ressarcir o cliente ou comerciante e até mesmo o dinheiro gasto no plástico dos cartões entra nessa conta”, afirma Ramos.

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