Ciência e Tecnologia

Relâmpagos ‘fantasmas’ foram capturados de reator nuclear

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Ondas “fantasmas” que geralmente são encontradas de forma natural na ionosfera – camada da atmosfera terrestre e que está a cerca de mil quilômetros acima da superfície da terra, estão se formando dentro de reatores de fusão nuclear, de acordo com um estudo.

Na natureza, elas se formam quando os relâmpagos geram pulsos de ondas eletromagnéticas que vão do hemisfério norte até o sul. A medida que cruzam a Terra elas mudam de frequência. A conversão desses sinais de luz em áudio soa como assobios. O que fez com que a comunidade científica as apelidassem de “ondas assobiadoras”.

Segundo um estudo recente, publicado na revista Physical Review Letter, elas foram encontradas no plasma quente dentro de um tokamak – um tipo de reator de fusão nuclear que possui a forma de uma rosquinha. Elas se espalham e impedem os elétrons de atingirem altas velocidades, o que pode vir a evitar que o equipamento tenha seu interior danificado por elétrons fugitivos.

A fusão nuclear

Em reações de fusão nuclear que alimentam o sol e as estrelas, os átomos se juntam, fundindo-se em átomos maiores enquanto liberam energia. Por muito tempo, os cientistas e pesquisadores tentam utilizar a energia de fusão, usando campos magnéticos dentro de tokamaks e stellarators para gerar eletricidade.

Nos tokamaks os campos elétricos impulsionam elétrons a se moverem cada vez mais rápido e a medida que eles voam pelo plasma, eles não conseguem desacelerar. Objetos que se movem através de um gás ou líquido sentem uma força de arrasto que aumenta com a  velocidade.

Por exemplo, quanto mais rápido um carro está se locomovendo mais resistência ao vento será sentida. No entanto, no plasma, a força de arrasto diminui conforme a velocidade aumenta. O que permite que os elétrons se acelerem até velocidades próximas a velocidade da luz, o que acaba por danificar o reator.

Algumas estratégias são usadas pelos cientistas para controlar elétrons fugitivos, como algoritmos de inteligência artificial e injeções de neon congelado. Porém, as “ondas assobiadoras” poderiam ser uma nova alternativa para controlar esses elétrons.

“Idealmente, queremos evitar interrupções e fugas. Mas, se ocorrerem, gostaríamos de ter várias ferramentas disponíveis para lidar com elas”. Foi o que afirmou Don Spong, físico do Laboratório Nacional Oak Ridge, no Tennessee, e co-autor do novo estudo sobre as ondas fantasmas.

Com a pesquisa os cientistas buscam criar uma espécie de antena externa que seja capaz de espalhar os elétrons e evitar que eles acelerem demais. Entretanto, ainda há muito trabalho até lá. Suprimir elétrons fugitivos é apenas um dos obstáculos para se criar energia a partir da fusão nuclear.

Identificar frequências e o comprimento ideal das ondas, analisando o que acontece no plasma mais denso, são alguns dos próximos passos. Apesar de todo o trabalho que ainda precisa ser feito. Spong, por sua vez, se diz otimista em relação a possibilidade de alcançar seu objetivo.

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