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Restos mortais em ‘caverna proibida’ podem desvendar mistérios da expansão humana

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Fósseis humanos com uma datação de 86 mil anos foram descobertos em uma caverna proibida, de difícil acesso no Laos, na região do Sudeste Asiático. Essa descoberta desafia a antiga crença de que humanos nunca acamparam no local conhecido como Tam Pà Ling.

De acordo com especialistas, a caverna é uma das raras fontes que podem ajudar a esclarecer questões sobre a ampla expansão da humanidade, tornando valiosa qualquer informação sobre seu uso no passado.

Dada a inclinação íngreme e a dificuldade de escalada das paredes da caverna sem o uso de equipamentos adequados, os paleontólogos inicialmente acreditavam que os fósseis se transportaram para lá por inundações. No entanto, essa perspectiva agora foi revista.

O que encontraram na caverna proibida?

Via Olhar Digital

Uma equipe de pesquisadores, liderada pelo autor principal do novo estudo, Vito Hernandez, conduziu uma análise minuciosa dos sedimentos depositados na caverna entre 10.000 e 52.000 anos atrás.

Essa investigação permitiu a reconstrução das condições ambientais da caverna em períodos passados. Além disso, revelou vestígios de atividades humanas por meio da técnica de microestratigrafia.

Essa abordagem geológica analisa de forma detalhada a composição química e as características das camadas de rochas que se acumulam ao longo do tempo.

A microestratigrafia envolve um exame cuidadoso de diversos itens, como cinzas e carvão, que frequentemente passaram despercebidos por outros arqueólogos e paleontólogos.

Durante a pesquisa, a equipe identificou traços significativos de material queimado, o que sugere que humanos estavam provavelmente acendendo fogueiras dentro ou nas proximidades da entrada da caverna.

Essa descoberta indica que o local tinha uma importância considerável para as pessoas donas dos restos mortais. Assim, contradiz a ideia de que a caverna era meramente um destino para onde levavam suas ossadas por inundações após a morte.

Importância

Via Freepik

Hernandez é aluno de doutorado na Flinders University, na Austrália, e enfatizou essa revelação. Ele ressalta a relevância do espaço como um ponto de habitação e atividade humana ao longo da história.

Ainda, indica que isso levantaria questões sobre os motivos que levariam as pessoas a realizar a difícil e perigosa jornada para dentro e fora da caverna. Também fornecia um incentivo para continuar a busca por ferramentas, acrescentou o líder da pesquisa.

Enquanto isso, Hernandez sugere que, durante os períodos em que as condições externas eram quentes e áridas, a caverna poderia ter servido como um refúgio fresco para aqueles dispostos a enfrentar a desafiadora escalada.

No final, demonstrar que a caverna que serviu nessas épocas poderia ajudar a esclarecer os fatores que levaram à dispersão dos povos antigos, conclui o pesquisador. Além disso, esse trabalho pode ser relevante por outras razões.

Evolução humana

Por exemplo, essa descoberta é de grande importância para a compreensão da evolução humana e da própria sobrevivência de nossos ancestrais.

Ao revelar que a caverna foi utilizada como um refúgio durante períodos adversos, os pesquisadores conseguem traçar um quadro mais completo sobre as estratégias adaptativas dos seres humanos primitivos.

A utilização desse espaço como abrigo sugere que nossos antepassados não apenas se adaptaram ao ambiente em que viviam. Mas também desenvolveram habilidades para navegar por terrenos desafiadores em busca de segurança e recursos.

Além disso, a identificação de vestígios de atividades, como fogueiras, indica que esses grupos estavam envolvidos em práticas sociais e culturais que favoreciam a coesão e a sobrevivência coletiva.

Compreender como esses grupos interagiam com seu ambiente e entre si é fundamental para entender os fatores que moldaram a evolução das sociedades humanas.

Essa pesquisa não apenas contribui para a história da caverna proibida em si, mas também ajuda no estudo das dinâmicas da migração e da dispersão das populações ao longo do tempo.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Olhar Digital, Freepik

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