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Saiba a história dos hábitos mais irritantes dos nossos animais de estimação

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Em todo o mundo, a posse de animais de estimação está crescendo. Conforme temos mais contato com esses bichos, alguns hábitos nojentos e irritantes deles se tornam mais aparentes.

Miados e latidos incessantes podem manter bairros inteiros acordados, escavação de plantas, saltos com garras afiadas, mastigação de fios e até mesmo consumo das fezes de outros animais.

Muitas pessoas se perguntam por que os animais de estimação possuem esses hábitos. Para responder essa questão é preciso considerar o animal selvagem a partir do qual seu bicho de estimação evoluiu e seu histórico de convivência com humanos.

Saltos

Foto: Getty Images/ BBC

Uma análise genética revelou que os cachorros modernos também são parentes próximos de populações de lobos de várias partes do mundo e que todos eles evoluíram de um ancestral comum. Já o parente vivo mais próximo dos cachorros (Canis familiaris) é o lobo-cinzento (Canis lupus), que é nativo da Eurásia e da América do Norte.

Esta espécie, agora extinta, pode ter vivido na Sibéria há cerca de 23 mil anos e foi levada junto com pequenos grupos isolados de caçadores-coletores pelas condições gélidas da última era glacial, época em que grande parte da América do Norte, norte da Europa e da Ásia estava congelada.

Uma possibilidade é que no começo, os lobos apenas seguissem os humanos, abocanhando restos de comida jogados fora enquanto se deslocavam. Outra hipótese é que tudo começou com humanos antigos mantendo filhotes de lobo como animais de estimação.

O fato comprovado é que quando o relacionamento se aprofundou, os lobos passaram por uma transformação física, suas orelhas ficaram molengas, seus rabos curvados e seus pelos manchados. Além disso, eles adaptaram os seus comportamentos.

No entanto, esses animais mantêm alguns traços dos seus antepassados, como quando os cachorros pulam e tentam lamber seu rosto, e acabam se contentando com qualquer parte do corpo que alcance.

“Eles gostariam de dar um ‘beijo’ — ou pelo menos é assim que as pessoas descrevem”, afirma Zsofia Viranyi, especialista em cognição comparativa da Universidade de Medicina Veterinária de Viena, na Áustria, e cofundadora e codiretora do Wolf Science Center.

Essa característica, considerada por muitos irritantes, é uma herança dos lobos. Quando filhotes, os lobos normalmente pulam e lambem o interior da boca dos outros membros da alcateia após voltarem de uma caçada, como forma de pedir comida. Já quando adultos, esses animais vomitam uma refeição semidigerida para os filhotes comerem.

Latido e miado

Foto: Loan / Unsplash

Assim como os cães, os gatos também vivem com humanos há milênios. Eles são descendentes de gatos selvagens do norte da África / sudoeste da Ásia (Felis silvestris lybica).

Inicialmente, os gatos rondavam as comunidades agrícolas em busca de roedores. Depois, começaram a interagir cada vez mais com as pessoas e acabaram como candidatos ​​à domesticação.

Uma característica dos gatos que muitos consideram irritante é o miado. Os gatos selvagens miam, no entanto, quando são filhotes. Quando adultos, costumam não fazer esse barulho.

Esses animais mantêm seu miado a vida toda, mas não para se comunicar com outros gatos, apenas com seus companheiros humanos. Vale destacar que um estudo de 2004 apontou que o miado dos animais de estimação são mais agradáveis que o dos selvagens.

O latido do cachorro tem uma história semelhante. Os lobos foram quem inventaram primeiro, no entanto, o som deles é mais áspero e menos agudo.

Além disso, vale explicar que os lobos tendem a latir como um aviso ou sinal de agressão, já os cães domésticos usam o latido como uma linguagem universal, transmitindo entusiasmo, dor, fome e diversas outras coisas. 

A relação dos animais de estimação com fezes e plantas

Foto: Freepik/ Revista Casa e Jardim

Alguns especialistas apontam que os gatos são “semidomesticados”, já que eles mantêm muitos de seus comportamentos selvagens e acasalam facilmente com gatos selvagens. Isso explica por que os animais defecam na grama do vizinho ou cavam suas plantas.

No caso dos felinos selvagens, depositar fezes em locais visíveis é um método para marcar território. Além disso, os gatos selvagens gostam de usar o banheiro em solo macio que foi revirado recentemente.

Trazer de volta uma presa e colocar nos pés do dono também pode ser uma herança da vida selvagem. Na natureza, as mães levam animais semimortos de volta ao ninho, para que seus bebês pratiquem a caça.

Por isso, alguns especialistas acreditam que o “presente” deixado pelos gatos domésticos é uma extensão dessa característica. O felino pode ver o dono como um filhote que precisa aprender a caçar.

Animais mastigando fios

Foto: Getty Images/ BBC

Os hábitos dos porquinhos-da-índia, ratos, hamsters e coelhos de mastigarem fios também podem ser herança da vida selvagem.

James Serpell, professor de Ética e Bem-estar Animal da Escola de Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, aponta que existem dois motivos para isso. O primeiro é que, na natureza, esses animais passam uma quantidade excessiva de tempo planejando rotas de fuga, e porque eles gostam de ter vários caminhos e rotas para correr de predadores.

“Se encontram um fio cruzando seu caminho, a tendência natural é vê-lo como um obstáculo”, diz Serpell. “Eles roem para se livrar dele, como fariam, digamos, com um graveto que estivesse em seu caminho na selva.”

Outro motivo para eles roerem objetos é porque muitos animais têm dentes que crescem continuamente e precisam ser desgastados se ficarem muito longos.

Além disso, alguns animais mastigam instintivamente os objetos que encontram como forma de explorá-los.

Entender os comportamentos dos nossos animais pode mudar a forma como notamos esses hábitos. Em vez de irritantes, podemos considerá-los apenas como herança da vida selvagem.

Fonte: BBC

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