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Saiba por que a Bruxa do 71 foi uma heroína da vida real

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Ela veste sempre um vestido da cor azul ou lilás, com um chapéu extravagante de flores e uma eterna expressão de antipatia, sendo quebrada apenas quando vê seu vizinho, Seu Madruga, a paixão de sua vida. Odeia quando a chamam de bruxa, e tem um gato que mete medo em qualquer um só pelo nome: Satanás.

Quem não descobriu logo de cara que a descrição acima refere-se à Dona Clotildes – ou Bruxa do 71 – da série Chaves, nem pode falar que teve uma boa infância. Afinal, a vila com a vizinhança composta por Chaves, Chiquinha, Quico, Seu Madruga, Dona Florinda e, é claro, a Bruxa do 71, é responsável por encantar e fazer rir uma geração após a outra, principalmente no Brasil.

Mas voltando ao nosso personagem da descrição, você já parou pra pensar quem é de verdade a Bruxa do 71? Seu personagem todos conhecem (uma mulher ranzinza apaixonada por seu vizinho), mas o que você sabe sobre Maria de los Ángeles Fernández Abad, a atriz que interpretava Dona Clotildes? Saiba por que a Bruxa do 71 foi uma heroína da vida real.

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Maria de los Ángeles, ou simplesmente Angeline, foi além, muito além do humor na TV. Nascida em Madrid, Espanha, Angeline tinha apenas 17 anos quando os setores conservadores da Espanha consolidaram, em 1939, um golpe de Estado no governo democrático, eleito pela população.

No início do século XX a Espanha sofria com uma indústria bastante atrasada, e com a Crise de 1929 a situação piorou ainda mais, a situação econômica do país. Na política, a população dividia-se entre grupos de esquerda (com referências do comunismo, socialismo e anarquismo) e uma direita conservadora, formada por membros das camadas sociais dominantes e a alta hierarquia da Igreja Católica, que defendiam um discurso inspirado no nacionalismo autoritário, conhecido e usado pelo Fascismo e Nazismo.

Quando, no ano de 1936, um levante de militares, liderados por Franco, deu início à Guerra Civil Espanhola, os republicanos se uniram na tentativa de acabar com a tentativa de golpe de Estado, porém sem sucesso. A falta de preparo dos republicanos e o apoio financeiro das classes altas à direita conservadora poram fim à possibilidade de uma efetiva reação da Frente Popular, que sofria por falta de alimentos, armas, munições e artilharia pesada.

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Em 1939, a guerra teve o trágico fim marcado por 1 milhão de mortos. A partir de então, as células de resistência foram perseguidas e milhares de pessoas forçadas ao refúgio em outros países. E uma delas foi Angelines, a Bruxa do 71, que lutava ativamente como guerrilheira nas frentes antifranquistas. As guerrilhas antifranquistas (ou maquis) foram grupos de autodefesa de fugitivos da ditadura de Franco, mesmo após o fim da guerra civil.

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A vida de “Dona Clotildes” estava em risco na Espanha, devido à perseguição da polícia política, e foi quando ela decidiu migrar para o México, onde teve início sua carreira artística. O regime instituído em meio à Guerra Civil Espanhola (1936-1939) manteve Franco no poder até 1975, ano de sua morte. A atriz Angelines, faleceu no ano de 1994.

 

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