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Segundo pesquisadores, fungos podem conversar entre si

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Os fungos são organismos presentes em praticamente todos os ambientes. Eles podem ser vistos no ar, na água, no solo, nos alimentos e até mesmo no organismo humano. Contudo, mesmo estando tão presentes, eles passam desapercebidos porque, em sua maioria, eles não podem ser vistos a olho nu. Mesmo assim, sua importância é bem grande e eles podem ser usados das mais variadas formas.

Por conta disso eles estão sempre sendo estudados, com isso, novas descobertas surgem. Por exemplo, pesquisadores no Japão estão estudando a possibilidade de que exista uma transferência de sinal elétrico entre os fungos e as árvores via redes miceliais. Essas redes são importantes para os fungos porque através delas é que eles conseguem absorver nutrientes e água de uma maneira mais eficaz. Além disso, as redes miceliais também fazem com que a disseminação de esporos e colonização de novos substratos seja mais fácil.

Ou seja, essas redes têm um papel fundamental para manter a saúde dos ecossistemas. Por isso que elas dão a possibilidade de comunicação e troca de nutrientes entre espécies diferentes, seja de animais, plantas ou microrganismos.

Fungos conversando

Tecmundo

No caso dos fungos ectomicorrízicos, eles têm uma relação simbiótica com as raízes de determinadas plantas, especialmente árvores. A relação é chamada de micorriza, que é uma associação mutualística entre o fungo e a planta pela qual os dois são beneficiados.

Para entender se e como eles se comunicam uns com os outros, os pesquisadores fizeram testes com o fungo ectomicorrízico conhecido como Laccaria bicolor. Esse tipo são pequenos cogumelos que nascem pelo chão da floresta. No experimento, eles colocaram eletrodos em seis cogumelos de um aglomerado e fizeram a medição dos sinais elétricos que eles enviavam entre si.

Estudo

Tecmundo

Como resultado, eles perceberam que os sinais enviados flutuavam com o passar do tempo e pareciam estarem relacionados com as mudanças de temperatura e umidade.

“No começo, os cogumelos exibiam menos potencial elétrico, e reduzimos isso à falta de precipitação. No entanto, o potencial elétrico começou a flutuar após a chuva, às vezes passando de 100 mV. Nossos resultados confirmam a necessidade de mais estudos sobre os potenciais elétricos dos fungos em um verdadeiro contexto ecológico”, concluiu Yu Fukasawa, pesquisador principal do estudo.

Possibilidade

Science alert

Como dito, os fungos são bem interessantes para vários âmbitos da nossa sociedade e podem ser aplicados das mais variadas formas, como por exemplo, o fungo inflamável, Fomes fomentarius, que como os cientistas descobriram, tem propriedades surpreendentes. Essas propriedades desse fungo podem fazer com que ele dê uma alternativa natural e biodegradável para determinados plásticos e outros materiais no futuro.

Esse fungo é comedor de madeira e, historicamente, ele tem sido usado para pegar uma faísca para incêndios, mas ele também já foi incorporado em roupas e também usado em remédios. Agora, seu mais novo uso pode ser totalmente diferente, como uma alternativa biodegradável para os plásticos. Isso seria possível por conta da maneira como o micélio F. fomentarius é composto.

Esse micélio é composto por filamentos finos, que são conhecidos como hifas, no formato de redes parecidas com as raízes que vão se espalhando pelo solo ou então a um material em decomposição. E no caso desse fungo, a rede dele pode ser dividida em três camadas diferentes, conforme explicou a equipe de instituições de pesquisa da Finlândia, Holanda e Alemanha.

“O micélio é o principal componente em todas as camadas. No entanto, em cada camada, o micélio exibe uma microestrutura muito distinta com orientação preferencial única, relação de aspecto, densidade e comprimento do ramo”, escreveram os pesquisadores.

Por conta disso, eles analisaram a composição estrutural e química do corpo de frutificação de F. fomentarius. Depois disso, eles combinaram essa análise com varreduras detalhadas do fungo para que suas características fossem examinadas detalhadamente. Foi assim que as três camadas se revelaram. São elas: uma crosta dura e fina externamente que envolve uma camada espumosa por baixo e, em seu núcleo, pilhas de estruturas tubulares ocas.

De acordo com os pesquisadores, algumas partes do fungo eram tão fortes como a madeira compensada, pinho ou couro, contudo, bem mais leves do que esses materiais. E normalmente, isso não é uma coisa que é relacionada com a parte carnosa de um fungo como o F. fomentarius.

“O que é extraordinário é que, com mudanças mínimas em sua morfologia celular e composição polimérica extracelular, eles formulam diversos materiais com desempenhos físico-químicos distintos que superam a maioria dos materiais naturais e produzidos pelo homem, que geralmente são confrontados por trade-offs de propriedade. Acreditamos que as descobertas devem atrair um amplo público de ciência de materiais e além”, escreveram os pesquisadores.

Fonte: Tecmundo, Science alert

Imagens: Tecmundo, Science alert

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