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Sobreviventes históricos

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Uma grande figura da televisão atual é Bear Grylls, o imortal sobrevivente das selvas, praias e pântanos. Mas Grylls teve treinamentos diversos, incluindo militares, e foi instruído diversamente para fazer o que faz – além, é claro, de não estar sozinho, contando com toda uma equipe de apoio para o caso de ser picado, mordido ou quebrado, entre outros.

Entretanto, se pararmos pra pensar, tudo que Grylls faz é nos colocar em contato com nossa ancestralidade, ou seja, nossos instintos de sobrevivência básicos, que a maioria de nós põe em exercício pouquíssimo na vida real. É justamente por isso que são marcantes os episódios em que o acaso põe pessoas comuns e civilizadas para viver na natureza selvagem. Comida, abrigo, água, sanidade…São várias as preocupações desses náufragos e sobreviventes, e esse tipo de história nos mostra até onde vai a resistência humana.

Jose Salvador Alvarenga

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O náufrago ficou famoso no primeiro semestre, quando foi encontrado depois de ficar 13 meses à deriva no mar. Alvarenga saiu do México num pequeno barco de pesca, atrás de tubarões, quando uma tempestade atingiu seu barco e destruiu seu motor. Seu companheiro, Ezequiel Cordoba, morreu no percurso. Isso aconteceu porque ele não conseguia beber sangue de tartarugas ou comer peixes crus, algumas das coisas que Alvarenga fez para se manter vivo. Muitos duvidam da veracidade da história, que, depois de muita polêmica, é considerada realidade.

Os Robertsons

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Navegando o mundo a bordo de seu iate, Lucette, a família saiu dos EUA até próximo das Ilhas Galápagos, quando foram atacados por um grupo de baleias. Sobreviveram no seu bote salva-vidas, mas só havia água para 10 dias e a comida a bordo consistia em salgadinhos de cebola, uma lata de biscoitos, 10 laranjas, 6 limões e um pouco de doces. A partir de então, começaram a beber sangue de tartaruga para sobreviver. A mãe e enfermeira Lyn Robinson fazia com que todos se alimentassem via supositório, pois, caso contrário, o sangue poderia estar intoxicado (ingerido via oral). Depois de um ano assim, foram resgatados por uma embarcação japonesa.

Ada Blackjack

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A esquimó da tribo Inuit, em 1921, estava em uma expedição para a Ilha Wrangel, na Sibéria. Mas as condições climáticas estavam ruins e a comida acabou rápido, o que deixou seu grupo faminto e desesperado e fez com que se separassem, sendo que apenas Ada e mais uma pessoa ficaram no local, enquanto os outros foram procurar comida e ajuda. Ela foi ensinada como caçar pelo seu companheiro, que não conseguia fazê-lo sozinho, pois era fraco e velho, inclusive vindo a falecer três meses depois. Ada, que havia se unido à expedição para ser cozinheira e costureira, sobreviveu por mais seis meses sozinha, totalizando um ano no local. Chamada de “o Robinson Crusoé mulher”, Ada não gostava da imprensa, e, evitando ser uma celebridade, voltou para sua vida de esquimó no Ártico, onde viveu até os 85 anos.

Jesus, Salvador e Lucio

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Os três mexicanos saíram para caçar tubarões em outubro de 2005, mas se perderam devido às correntes marítimas e vento, que os arremessou ao Pacífico. O grupo tentou acenar para embarcações, mas ninguém os ajudou, o que os fez perder dois companheiros e passar dez meses à deriva. Para sobreviver, beberam água da chuva, comeram peixes e pássaros crus. Um deles descobriu que tinha um neném de seis meses ao voltar para terra firme.

Eddie e Bee

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Os recém casados Eddie Stebbings e Bee Bueche estavam próximos às Ilhas Skomer, no Reino Unido, quando um leão marinho gigante pulou em seu barco e se recusou a sair. “Ele tinha quatro vezes meu peso, tinha mais de dois metros e estava claramente despreocupado em relação a estarmos perto dele”, explica o noivo. Como ambos são biólogos e estavam estudando a vida do local, esse foi um presente bem vindo, apesar de inesperado.

Richard Parker

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A inspiração para o protagonista-menino-tigre de “A vida de Pi” foi um jovem de 17 anos, que ficou à deriva em 1884. Depois de enfrentarem uma tempestade fortíssima, a tripulação do Mignonette, que ia da Inglaterra à Austrália, naufragou. Quatro membros fugiram no bote salva-vidas, entre eles Richard Parker, que estava doente e debilitado. 19 dias depois, o capitão, Thomas Dudley, sugeriu que se livrassem de Parker, que já estava fraco e era um peso para a embarcação. O garoto foi apunhalado no pescoço e comido. Uma semana depois, a tripulação foi resgatada e os homens presos e condenados por homicídio e canibalismo, mas, por comoção popular, foram liberados 6 meses depois.

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