Os filmes são capazes de nos levar para mundos desconhecidos. Alguns preferem ver comédias para dar algumas boas risadas, outras pessoas gostam de ver romances, para se envolver na história de amor dos personagens principais, existem as pessoas que adoram sentir medo com um bom filme de terror e as que gostam de se imaginar sobrevivendo nos piores cenários de um filme pós-apocalíptico.
Nesse gênero, existem as produções que se tornaram clássicos, mesmo tendo sido lançadas a pouco tempo. É o caso de “Um lugar silencioso”. Esse filme pós-apocalíptico fez muito sucesso desde que foi lançado nos cinemas e quando chegou ao streaming também teve um grande público. Contudo, para os que ainda não viram “Um lugar silencioso” ou querem revê-lo por agora é preciso correr. Isso porque o longa irá sair do catálogo da Netflix no dia 14 de junho, ou seja, daqui alguns dias.
“Um lugar silencioso” é um filme extremamente surpreendente e mostra um futuro pós-apocalíptico em que quase todos os humanos foram dizimados por criaturas que atacam quando ouvem algum barulho, por menor que ele seja.
Nesse mundo, os espectadores conhecem uma família que vive em uma fazendo no meio-oeste dos EUA que faz de tudo para sobreviver nesse mundo e se protegerem das criaturas.
O filme pós-apocalíptico é uma ótima junção de terror e suspense, o que fez com que ele se tornasse um dos melhores filmes do ano em que foi lançado. E também continuar a ser visto e revisto depois de tanto tempo.
O sucesso foi tão grande que o longa teve um volume dois e a terceira parte irá logo menos para os cinemas. O terceiro filme de “Um lugar silencioso” estreia nos cinemas no dia 17 de junho.
Adoro cinema
Os filmes servem para que possamos ver outras realidades além da nossa e nos transmitem emoções. Seja alegria, tristeza, medo ou qualquer outra. Mas parece que eles podem servir para além de nos mostrar outros mundos.
De acordo com o que sugerem novas pesquisas, os filmes pós-apocalípticos, ou ‘prepper’, que são os filmes de invasão alienígena e apocalipse zumbi, podem dar uma certa vantagem aos fãs do gênero tanto prática como mentalmente na pandemia do coronavírus.
“Se é um bom filme, ele atrai você e você toma a perspectiva dos personagens. Então você está ensaiando sem querer os cenários. Achamos que as pessoas estão aprendendo indiretamente. É como, com exceção da falta de papel higiênico, elas praticamente sabiam o que comprar”, disse Coltan Scrivner, psicólogo especializado em curiosidade mórbida na Universidade de Chicago.
Os autores do estudo, que ainda não foi revisado por outros especialistas, dizem que livros e filmes são um “presente da seleção natural”. Isso porque eles ajudam as pessoas a passarem por situações do mundo real através da ficção.
Por mais que não estejamos perto de sofrermos um ataque alienígena ou zumbi, essas histórias de ficção podem dar às pessoas oportunidades mentais de enfrentar transtornos sociais perigosos estando no conforto de casa.
Para ver se essa influência realmente acontecer no mundo real, os pesquisadores perguntaram a 310 voluntários quais eram os filmes que eles preferiam, como eles se sentiam preparados para a pandemia e também se tinham experimentado algum nível de ansiedade, depressão, irritabilidade ou insônia.
O objetivo era testar se os filmes de terror ou filmes pós-apocalípticos, de alguma maneira relevantes para a crise atual, tinham preparado melhor as pessoas que os assistiram. E o que os pesquisadores concluíram é que, de algum modo, eles ajudaram sim.
“Descobrimos que os fãs de filmes de terror exibiam maior resiliência durante a pandemia. E que os fãs de gêneros ‘prepper’ exibiam maior resiliência e preparação”, escreveram os autores.
Valor
Quando as pessoas se aprofundam nos filmes pós-apocalípticos, elas absorvem, conscientes ou não, informações sobre como as pessoas agem quando estão diante de uma pandemia. E segundo alguns psicólogos essas informações podem ser bastante valiosas no mundo real.
Por exemplo, eles podem mostrar quais os tipos de conflitos sociais que provavelmente surgiriam no meio do caos. Ou em quais situações se pode confiar de verdade. E como o mundo será quando as pessoas começarem a agir de forma egoísta ou cooperativa.
Logo nas primeiras semanas da pandemia do novo coronavírus, o número de pessoas que assistiram o filme “Contagion” teve um grande aumento. O filme não é um escapismo, mas sim uma representação bem real do que poderia acontecer durante uma pandemia viral. E pode ser uma curiosidade mórbida que leva as pessoas a assistirem a esses filmes.
“Por uma maior propensão a coletar informações sobre fenômenos perigosos, indivíduos com uma curiosidade mórbida podem acumular um repertório maior de conhecimentos e estratégias de enfrentamento que seriam úteis em várias situações perigosas na vida real”, escreveram os autores.
No estudo, ser fã de terror não estava relacionado a uma resiliência maior ou uma melhor preparação. Mas sim a um menor sofrimento psicológico. Já os fãs do gênero prepper estavam mais preparados para a pandemia. E tiveram menos interrupções negativas em suas vidas durante a pandemia.
“Nossas descobertas reforçam a ideia de que a ficção pode ser uma simulação útil de ambos os cenários específicos. E de cenários geralmente medrosos, no caso de filmes de terror. A experiência com essas simulações pode ser usada como uma forma de preparação e prática de habilidades específicas relevantes para situações particulares. E habilidades mais gerais associadas à regulação emocional”, concluem os autores.
Fonte: Master dica
Imagens: YouTube, Adoro cinema