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Um homem está sendo processado por esse macaco, entenda a história

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Você se lembra da popularidade dessa foto? Um macaco que sorria para a câmera e sua foto foi tirada aparentemente de maneira “acidental”. O mundo ficou cativado pela imagem. O sorriso largo, os olhos fixos como se olhasse para alguém do outro lado da fotografia, como se o animal soubesse racionalmente o que estava fazendo. A foto rodou o mundo e foi amplamente divulgada pela mídia. Da Rússia aos Estados Unidos, todos ficaram encantados com a “selfie” do macaco.

A imagem do primata da espécie “Macaca nigra” viralizou na internet. Mas de quem era a câmera por trás dessa fotografia? Como ela chegou até a mão dos macacos e qual a história da foto?

O que se sabe é que hoje a imagem está sendo alvo de uma disputa judicial.

David Slater é um fotografo da natureza selvagem que percorre o mundo atrás de cliques inusitados da fauna e da flora. Slater é o proprietário da câmera por trás da fotografia do macaco. Segundo reportagem publicada pela BBC, a cena aconteceu nas florestas da Sulawesi, na Indonésia.

Foram três dias convivendo solitariamente no meio da floresta com os macacos até que o artista fosse aceito pelo bando.

“Não foi fácil”, ele explica. “Eles iam por  lugares densos dentro da floresta, fora da trilha, debaixo de árvores, sobre galhos caídos, foi uma coisa muito difícil. Mas lentamente eles começaram a me aceitar”.

O esforço de Slater é nítido. Os macacos estavam confortáveis ao seu lado.

“No segundo dia, estava claro que eles tinham me aceitado completamente em seu grupo. Quando nos sentamos juntos, eles vieram até mim e começaram a pular e a brincar comigo”.

Foi nesse momento de descontração do novo membro da “família” que a selfie aconteceu. Slater inicialmente só queria tirar umas fotos de si mesmo junto com o grupo, e para isso colocou a câmera sobre um tronco.

Os macacos ficaram atraídos pelo objeto estranho e tentaram roubar a máquina, mas não foi assim que a selfie foi tirada, mesmo que a história incorreta tenha sido amplamente divulgada pela mídia.

Slater conta que depois de ver o interesse dos animais pelo objeto decidiu fixar a câmera em um tripé. O obturador foi conectado à um cabo para facilitar os cliques pelos macacos e o fotógrafo se deitou no chão para segurar as pernas do tripé, evitando assim, quedas e outros acidentes enquanto os macacos podiam livremente explorar a máquina.

“Eles começaram a brincar com o cabos solto”, conta Slater. “Eles estavam colocando-o na boca, apertando ele, e então eu escutei que as fotos estavam sendo tiradas enquanto um macaco estava sentado em frente à câmera fazendo todas aquelas caras engraçadas.”

Foi quando a imagem rodou o mundo e conquistou o coração das pessoas. A Wikipedia e outras plataformas não pensaram duas vezes e distribuíram à imagem publicamente como se ela não tivesse dono. Foi quando todo o processo judicial começou.

“Eles decidiram que como o macaco havia pressionado o botão, eu não tinha nenhum direito sobre ela”, explica o fotógrafo.

Os ativistas do grupo Peta (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) também entraram na briga e abriram uma ação em um tribunal de San Francisco, nos Estados Unidos, para que toda renda obtida a partir das fotografias fossem redirecionadas para os macacos. Principalmente Naruto, de seis anos, o responsável pela selfie de sorriso amarelo.

“Se o Peta ganhar a causa, será a primeira vez que um não-humano é declarado detentor de sua própria imagem”, explicou Mimi Bekhechi, diretora do Peta, para a BBC.

Do outro lado está Slater. Ele se sente prejudicado e acredita que essa ação do Peta e a atitude do Wikipedia viola sua integridade artística e todo o esforço e adversidades que o fotografo teve de enfrentar para conseguir essas fotos.

“Levei três dias de sangue, suor e lágrimas para registrar a selfie. Tive de ser aceito por um grupo de macacos antes que eles me permitissem chegar perto o bastante para poder deixar ali a minha câmera”, ele diz. “O problema é que outras pessoas estão tentando roubar os direitos de propriedade da imagem e eu vou resistir a isso o quanto puder”.

Outro argumento utilizado pelo artista é que a luz e o contraste da câmera são manuais e precisaram ser ajustados para que a foto saísse perfeita. Para ele, essa é a prova de que os direitos de imagem pertencem a ele.

“Permaneci deitado o tempo todo com pelo menos dois filhotes de macaco em cima de mim e ainda tive de me recuperar de algumas feridas causadas por um macho que me atacou várias vezes pois acreditava que eu era um rival. Então não ouse dizer que essas fotos não são minhas”, ele finaliza.

E você, de que lado fica nessa história? Não esqueça de deixar o seu comentário e aproveite para esquentar ainda mais a discussão.

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