Ciência e Tecnologia

1,6 milhão de km/h: amadores flagram objeto mais rápido da Via Láctea

0

Um time de cientistas voluntários e entusiastas conseguiu observar o que seria o objeto mais rápido da Via Láctea. Essa observação foi surpreendente, visto que se tratava de um grupo de amadores.

O elemento identificado parece estar se distanciando da nossa galáxia a uma velocidade de aproximadamente 1,6 milhões de quilômetros por hora, prestes a adentrar o espaço profundo.

A revelação, divulgada pela NASA na última quinta-feira (15), marca o primeiro avistamento de um objeto com massa equivalente ou inferior à de uma estrela pequena que apresenta essa incrível velocidade.

O objeto recebeu o nome de CWISE J124909.08+362116.0. Os detalhes sairão em um artigo em breve, na revista Astrophysical Journal Letters. Segundo indicações, trata-se de um corpo celeste desafiador de classificar devido à sua baixa massa.

Os pesquisadores sugerem que o CWISE J1249 possa ser uma estrela anã marrom, caracterizada como um objeto subestelar, que normalmente possui entre 13 e 80 vezes a massa de Júpiter.

Via PxHere

Amadores

A participação no programa Backyard Worlds: Planet 9 da Nasa envolve cidadãos interessados na astronomia, que colaboram de forma voluntária.

As imagens que ajudaram na catalogação vieram de uma observação durante as missões WISE, realizadas entre 2009 e 2011, e NEOWISE, que ocorreram de 2013 até o último dia 8 de agosto.

Essas missões tinham como objetivo mapear a Via Láctea através da luz infravermelha, o que possibilitou a descoberta de novas galáxias, buracos negros e uma nova categoria de estrelas.

O CWISE J1249 chamou a atenção dos entusiastas Martin Kabatnik, Thomas P. Bickle e Dan Caselden, que notaram a rápida trajetória do objeto em uma linha fina.

Kabatnik, natural de Nuremberg, na Alemanha, compartilhou que ficou extremamente empolgado ao ver a velocidade de movimento. Especialmente agora que se tornou o objeto mais rápido da Via Láctea até o momento, todos da equipe ficaram eufóricos.

Ele conta que foi a primeira vez que viu algo tão rápido assim, e informou aos demais. Assim, observações posteriores com telescópios confirmaram a singularidade do objeto, não apenas por nunca ter sido registrado, mas também por sua velocidade impressionante de 1,6 milhões de quilômetros por hora.

A questão que permanece é: por que – e como – o CWISE J1249 alcançou essa velocidade?

Teorias sobre o objeto mais rápido da Via Láctea

Via Wikimedia

Os cientistas propuseram duas teorias possíveis. Uma delas sugere que o objeto se formou a partir da explosão de um sistema binário. Ou seja, dois corpos celestes que orbitam juntos em torno de um centro de massa comum, unidos pela gravidade, junto de uma anã branca.

Enquanto isso, a outra teoria considera a possibilidade de que ele tenha vindo de um aglomerado de estrelas unidas pela força gravitacional, conhecido como aglomerado globular, e um encontro com buracos negros o lançou a essa velocidade.

Para determinar com mais precisão qual das teorias é mais plausível, os pesquisadores pretendem analisar mais detalhadamente a composição elementar do objeto mais rápido da Via Láctea.

No entanto, dados preliminares do Observatório W. M. Keck, no Havaí, que opera com luz infravermelha, mostraram que o CWISE J1249 possui uma quantidade significativamente menor de ferro e outros metais em comparação com as anãs marrons comuns.

Dessa forma, a informação sugere que a nova descoberta pode ter origem em uma das primeiras gerações de estrelas da Via Láctea.

Será preciso entender mais sobre sua composição para definir adequadamente qual a origem. Além disso, pouco se sabe para onde esse objeto está indo.

Considerando a longevidade do Universo, nessa velocidade, o destino é incerto e impossível de calcular. Contudo, cientistas, e agora os amadores da ciência, se animam ao saber que existem corpos celestes assim por aí.

 

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Wikimedia, PxHere

Para salvar a Terra, Star Trek inventou um material ultra-resistente há 40 anos

Artigo anterior

Conheça 5 criaturas do fundo do mar que vivem na escuridão total

Próximo artigo