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5 tratamentos psiquiátricos bizarros que já foram realizados pela medicina

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Muita coisa absurda já foi feita em nome da medicina. Como pouca coisa era conhecida, experimentos bizarros eram realizados sem qualquer (ou pouco) fundamento teórico. Os problemas psicológicos não foram exceções – muito pelo contrário.

Não a nem o que julgar – caso tais experimentos não fossem realizados, muita coisa não teria sido descoberta. A história da medicina está cheia de sacrifícios, e apenas por meio deles ela pode se desenvolver. Mesmo assim, alguns cientistas e médicos passaram do ponto ao desenvolver métodos simplesmente insanos para tratar dos problemas da mente. Desde perfurações no cérebro até injeções de malária nos pacientes, eles definitivamente já tentaram de tudo. Confira alguns dos tratamentos psiquiátricos mais bizarros.

5 – Infecção por Malária

Julius

A sífilis era a maior causa de demência do mundo em idos dos anos 20. A situação era tão feia que os manicômios estavam cheios de pessoas violentas, paranoicas e incontroláveis. A doença ainda não tinha cura, e a situação continuou assim por um tempo. Enquanto isto, um médico austríaco, Julius Wagner Von Jauregg, observou que, quando os pacientes contraíam alguma doença que provocasse episódios de febre alta e convulsão, a loucura ia embora.

A partir desta observação, o médico injetou o sangue contaminado com malária de um soldado em nove pacientes com paresia crônica – a demência que ocorre em um estágio avançado da sífilis -, para que eles contraíssem febre alta e passassem por convulsões. O resultado? Bom Julius ganhou o Prêmio Nobel em 1927: ele conseguiu recuperação total em quatro pacientes, e melhora em outros dois. Claro, o tratamento era muito perigoso, e deixou de ser usado nos anos 60, quando foram descobertos antibióticos e medicamentes mais eficazes para problemas mentais.

4 – Terapia por choque insulínico

Sakel

Também em 1927, o neurologista e psiquiatra polonês Manfred Sakel, acidentalmente, exagerou na dose de insulina em uma paciente diabética. A mulher entrou em coma, mas o que poderia ser um desastre acabou se tornando uma descoberta. A paciente, uma cantora lírica famosa na época, tinha psicose maníaco-depressiva e obteve uma recuperação notável de suas faculdades mentais. Sakel concluiu que o tratamento era eficaz para pacientes de diferentes tipos de psicoses, como esquizofrenia.

A técnica foi usada em todo mundo, mas deixou de ser utilizada quando foi descoberto que a melhora era, na maior parte das vezes, temporária. Sem contar como era extremamente perigoso.

3 – Trepanação

Trepanação

Acredite se quiser, a trepanação é uma cirurgia em que é aberto um buraco (geralmente de 2,5 cm a 3,5 cm de diâmetro) no crânio das pessoas. Achados arqueológicos mostram que a técnica já era feita em várias partes do mundo há mais de 40 mil anos como uma forma de liberar a pessoa de demônios e espíritos ruins – quando, na verdade, era vítima de doenças mentais. Ainda hoje a trepanação é realizada em algumas tribos da África e da Oceania para fins de rituais e em centros modernos de neurologia de forma a aliviar a pressão intracraniana em casos de fortes pancadas na cabeça, por exemplo.

2 – Lobotomia

Lobotomia

Se você assistiu a Sense8, deve saber do que se trata este item bizarro. A técnica foi originada da trepanação, e consegue ser ainda mais estranha ao separar o feixe de fibras do lobo pré-frontal do resto do cérebro. Isto provoca o desligamento na parte das emoções – pessoas agitadas se acalmam como se tivessem se entupido de tranquilizantes. A técnica foi criada pelo neurologista português Antônio Egas Moniz, e foi realizada pela primeira em 1935 – Antônio ganhou um Nobel em 1949. Os resultados foram tão bons que a técnica passou a ser usada em vários países como uma tentativa de reduzir psicoses e depressões severas, além de comportamentos violentos em pacientes que não poderiam ser tratados de nenhuma outra forma.

Claro, os efeitos colaterais eram horríveis: a pessoa virava um vegetal – sem emoções, apáticas para tudo. Com o surgimento de drogas mais efetivas contra ansiedade, depressão e psicoses nos anos 50, a lobotomia deixou de ser usada.

1 – Mesmerismo

Mesmerismo

Franz Anton Mesmer foi um médico austríaco que acreditava ser possível aliviar sintomas clínicos e psicológicos passando imãs no corpo de seus pacientes. Tudo não passava de picaretagem, claro. O que acontecia era o famoso Efeito Placebo. A técnica, que ficou conhecida como mesmerismo, se espalhou pela Europa no século XVIII e chegou aos Estados Unidos no início do século XIX. Mesmer foi expulso de várias cidades por não conseguir provar a eficiência de seu método, mas ganhava um bom dinheiro dos crédulos. O sucesso não dependia das técnicas usadas, mas do poder de persuasão do médico.

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