6 receitas para conhecer e replicar a comida da antiguidade

Você já se pegou imaginando em como é que deveria ser as receitas e pratos feitos na antiguidade? Afinal, como era a comida que eles preparavam no Egito? E em Roma?

Será que os alimentos eram preparados de um modo semelhante ao nosso? Eles eram de fato mais saudáveis do que o que consumimos hoje em dia?

Tais questões são de fato intrigantes, afinal a gastronomia também é uma arte que está intimamente ligada a cultura e época de um povo ou região. Desse modo podemos concluir que ela de fato era diferente da nossa. Isso porque os nossos utensílios, facilidades e disponibilidade de alimentos também são diferentes da realidade dos povos antigos.

Pensando exatamente nisso, nós aqui da Fato levantamos essa questão, e claro, fomos atrás das respostas.

Confira abaixo algumas receitas que nos permitem fazer uma verdadeira viagem gastronômica na história!

1- Porco com maça de Roma

O livro “De re coquinaria” é um livro de recitas romanas, que foi escrito por Marco Gavius Apici, um dos mais famosos gastrônomos romanos, que viveu no primeiro século depois de cristo. O livro traz receitas de bebidas, molhos, condimentos, aves, vegetais, mingais, frutos do mar, vísceras e peixes. Além das receitas em si, o livro também traz recomendações terapêuticas, o que prova que o processo de preparação dos alimentos deste os tempos remotos já era associado a uma arte e um momento especial.

É fato que as receitas na integra não são assim tão fáceis de replicar, visto que os instrumentos e o próprio modo como estes eram manipulados são extremamente diferentes de como cozinhamos hoje em dia. Porém podemos citar uma clássica receita que era bastante consumida em Roma nessa época, que era a carne de porco preparada com maças. Confira a sua receita abaixo:

ingredientes

450g de ombro ou lombo de porco, assado ou cozido e cortado longitudinalmente em tiras
2 colheres de sopa de manteiga sem sal ou azeite de oliva
1 + ½ colheres de sopa de garum ou molho de peixe
3 alho-porós, limpos e cortados em tiras finas e longas, separados em tiras brancas e verdes
3 colheres de chá de sementes de cominho, parcialmente esmagado
3 colheres de chá de sementes de coentro, esmagado parcialmente
4-5  pimentas esmagadas
punhado de folhas de hortelã fresca
1 raminho, de coentro picados
½ copo de caldo de carne ou galinha para ferver o porco
1/5 xícara de vinagre branco
2 colheres de sopa de mel
2 grandes pitadas de asafoetida
2 maçãs grandes firmes, descascadas e cortadas longitudinalmente
¼ xícara de redução de suco de uva

Preparação

• Faça uma redução de suco de uva verde.
• Preparar “garum” ou comprar molho de peixe
• Ferver previamente a carne de porco

Método

1. Coloque a manteiga ou óleo em uma panela grande já quente em fogo médio ou médio-baixo. Adicione a carne picada e refogue. Adicione cerca de 1 colher de sopa de garum (condimento romano). Adicione as partes brancas do alho-poró, tampe e deixe cozinhar por alguns minutos até que o alho poró comece a murchar.
2. Adicione o cominho, sementes de coentro e pimenta todas levemente esmagados e mexa. Junte a hortelã, coentro e mexa novamente. Adicione o caldo ou água de cozimento da carne de porco para umedecer o conteúdo da panela. Em seguida, adicione o vinagre e mexa bem enquanto o líquido se aquece.Adicione o mel, a asafoetida  e mexa novamente.
3. Adicione a carne de porco e parte verde dos alhos porós, mexa e tampe para que aqueça. Quando o porco estiver fervendo, adicione as maçãs, mexa e tampe. Após cerca de cinco minutos, adicione a redução de uva e mexa novamente. Cozinhe mais cinco minutos – ou até que as maçãs se desmanchem – e retire do fogo, decore com pimenta picada e sirva.

2- O doce de Cleópatra

Cleópatra também foi homenageada no mundo da gastronomia de sua época, e é por isso que um doce que era bastante popular entre as classes mais nobres do antigo Egito também recebeu o nome de Cleópatra. A sobremesa em questão, nada mais era do que uma pasta feita com figos secos, nozes, farinha e mel.

Para decoração era utilizado sementes ou outras frutas desidratadas. A receita do famoso doce egípcio foi retirada do livro “Tacuinum dè Eccellentissimi”

3- Molho Garum

Como já citamos anteriormente o Garum era uma espécie de molho/sopa muito utilizada na gastronomia romana, porém apesar de ter se popularizado em Roma a sua origem é fenícia ou grega. Mais precisamente o garum era composto por sangue, vísceras e restos de peixes, sendo o atum e o esturjão os mais utilizados. Esse molho era fermentado em salmoura e também era considerado um potente afrodisíaco.

O garum normalmente era bastante consumido pelas classes mais altas de Roma, e uma das áreas que mais o fabricou e exportou foi a região de Cádiz, próxima a Zahara. Estimasse que a receita tenha sedo produzida e consumida desde a Grécia antiga até o período da idade média, período o qual a receita se definhou.

4- Cerveja do Rei Midas

Você provavelmente já ouviu falar sobre a lenda do rei Midas, que graças a uma concisão de Baco tudo que tocava se tornava ouro. Porém, diferente do que muitos imaginavam, o Rei Midas de fato existiu, e governou a antiga Frígia, atual Turquia no século VIII antes de Cristo.

A lenda portanto, foi inspirada em um rei real e no ano de 1954 o seu túmulo foi encontrado, praticamente intacto. Acontece que no dia de seu funeral um banquete para aproximadamente 100 pessoas foi realizado ao redor de seu túmulo, e todos os utensílios com jarras, copos e pratos foram abandonados praticamente intactos no local. Através da analise dos vestígios deixados  praticamente todas as iguarias e bebidas puderam ser identificadas e entre elas estava a “cerveja” daquela época, que na realidade era composta pela mistura de vinho, cerveja e hidromel.

Agora que já sabemos disso, basta misturar essas bebidas em sua casa e criar uma autentica cerveja do século VIII a.c, que era consumida em importantes banquetes históricos!

5- Kebab da Grécia antiga

Isso mesmo! Se você já comeu essa iguaria que é bastante popular em cidades ocidentais, isso significa que você já provou um prato histórico! O Kebab originou-se da Grécia antiga, ou seja, essa receita possui nada mais e nada menos do que 4.000 anos.

Obviamente o nosso modo de preparo e opções de sabores se diversificaram, mas estrutura e alma da iguaria ainda continua a mesma. Vale ressaltar, que até mesmo o kebab chinês, que também é conhecido como Chuan,  também é uma variação do prato grego original.

6- Salada Romana

Você provavelmente já ouviu falar no nesse termo “salada romana” ou até mesmo “salada de César”, acontece que esses termos estão muito bem empregados, visto que em Roma de fato as saladas eram semelhantes as que conhecemos por esses termos.

Patrick Faas publicou um livro onde ele traduz e recria mais de 150 receitas romanas. Uma delas, é essa clássica salada, que segundo Patrick era preparada com folhas de hortelã, coento, salsa, alho-poró, cebola, alface, tomilho verde, pimenta e queijo salgado. Tudo isso é claro, temperado com bastante vinagre e azeite de oliva, além de poder conter nozes e castanhas em sua finalização.

E então queridos leitores, ficou com vontade de experimentar alguma dessas receitas? Qual delas mais se distancia do tipo de comida que consumimos atualmente? Conta pra gente aqui em baixo pelos comentários!