“Para morrer, basta estar vivo”, já dizia o velho ditado. A morte é o único fenômeno natural que invariável e certamente acometerá todo e qualquer ser vivo. Para muitos, “depois que alguém morre, acabou”, para outros a morte é apenas uma “passagem”. Mas por ser tão intrigante e misteriosa, a morte é celebrada (ou repudiada) em todas as culturas das mais diversas maneiras.
Alguns povos veem a morte como uma transição para um mundo perfeito, e para que tal transição ocorra de forma bem sucedida são feitos até festejos e rituais típicos da cultura local. Entretanto, algumas dessas celebrações ultrapassam o limite da ‘excentricidade’, se vistos do ponto de vista padrão.
Conheça aqui nessa matéria 7 tradições estranhas para celebrar a morte ao redor do mundo, que fazem refletir e até chocar quem tem aquele típico medo da ‘passagem’.
1. O enterro celestial tibetano
O enterro celestial é um antigo hábito funerário do Tibete, em que algumas partes do cadáver eram dissecadas e depositadas no alto de uma montanha para sofrer a ação da natureza (principalmente das aves de rapina). No Tibete, essa hábito é denominado “jhator” e significa “dar almas às aves”. Como a maioria dos tibetanos é budista – que prega a ressurreição – o corpo do morto torna-se apenas uma “casca vazia”.
2. O sati
O sati é uma das tradições funerárias mais estranhas (e cruéis) de que se tem notícia. Nesse ritual, a viúva tinha que se sacrificar na pira de cremação do marido falecido. O ato podia ser voluntário ou mesmo forçado pela comunidade. O costume foi oficialmente abolido na Índia, mas as viúvas ainda são ferozmente estigmatizadas. Os homens podem se casar novamente, mas isso é praticamente impossível para as mulheres, principalmente se forem mães. Além disso, quando uma mulher perde o marido, perde todos os seus direitos e propriedades.
3. Mutilação como forma de luto
Perder um ente querido é horrível, mas na Indonésia era pior ainda. Uma tribo conhecida como povo Dani possuía uma antiga tradição de mutilação como manifestação de luto. Quando um parente querido morria, o membro chefe da família tinha que cortar um dedo da mãos como forma de demonstrar dor e luto pela perda. Hoje essa prática já foi proibida, mas até hoje as pessoas mais idosas da tribo exibem vários dedos pela metade nas mãos.
4. Famadihana: a dança dos mortos
A cada 7 anos é realizado, em Madagascar, o ritual fúnebre do Famadihana. Nesse estranho ritual, a família do falecido desenterra seu corpo, envolve-o em um pano e dança com ele. O festival é feito para celebrar a decomposição do cadáver e garantir que seu espírito atravesse com sucesso para o outro mundo.
5. Sopa de defunto
A tribo dos Ianomânis (na parte venezuelana da Amazônia) realiza um bizarro e primitivo de tomar as cinzar dos índios falecidos em sopas. A tribo acredita que a morte se dá devido à ação de xamãs e demônios. O cadáver é cremado e suas cinzas e ossos são divididos entre parentes e aliados. Depois de alguns meses, as cinzas são misturadas em uma sopa de bananas, que a tribo toma para absorver a energia vital do morto.
6. A torre do silêncio
Na Índia a no Irã, o Zoroastrismo é uma religão muito popular e difundida. A filosofia zoroastra prega que o corpo humano se torna impuro e profano quando o indivíduo morre, não podendo, portanto, ser enterrado ou mesmo cremado. Os cadáveres são levados então à construções fúnebres chamadas de ‘torres do silêncio’. Lá, os corpos entram em decomposição, numa união entre a ação da natureza e a dos abutres. Tempo depois, os ossos são pegos e depositados num ossuário no centro da construção.
7. Mortos desenterrados e enfeitados
Um dos rituais mais estranhos dos maias da Península de Iucatã, no México, consistia em desenterrar o cadáver depois de três anos e meio, retirar os ossos do túmulo, lavá-los e cobri-los com guardanapos rica e detalhadamente bordados. Todos os anos, na véspera do Dia dos Mortos, os ossos eram colocados em um ossário para honrar a memória do falecido.
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