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A importância dos animais de estimação para o cérebro das crianças

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Os animais de estimação oferecem às crianças uma visão mais realista do mundo animal e um relacionamento que as influenciam de várias formas. Muitos pais sentem que cuidar de um animal pode fornecer lições aos filhos sobre cuidados, responsabilidade e empatia.

“É muito importante, especialmente para as crianças mais jovens, aprender que o ponto de vista de alguém pode ser diferente do dela próprio”, disse à BBC, Megan Mueller, professora de interação entre seres humanos e animais da Universidade Tufts, nos Estados Unidos. “Talvez seja uma lição mais fácil de aprender com um animal do que, digamos, com um irmão ou colega.”

Os estudos sobre os impactos benéficos dos animais de estimação sobre as crianças apontam que os pets podem influenciar as habilidades sociais, a saúde física e até o desenvolvimento cognitivo das crianças. Além disso, cuidar de animais está associado a níveis mais altos de empatia.

Para as crianças com autismo e suas famílias, cuidar de animais de estimação pode ajudar a diminuir o estresse e fornecer oportunidades de criar relacionamentos de apoio.

Outras pesquisas demonstram que os animais também ensinam as crianças a concentrar-se. 

A interação com os animais de estimação

Foto: Thinkstock

Hayley Christian, pesquisadora e professora da Escola de Saúde Global e da População da Universidade da Austrália Ocidental em Perth, usando dados de um estudo longitudinal com 4 mil crianças com cinco a sete anos, descobriu com os seus colegas que existe uma relação entre ter um animal de estimação e menos problemas com os colegas e melhor comportamento social. 

Em estudos separados, os pesquisadores descobriram que crianças de dois a cinco anos que tinham um cão na família eram mais ativas, passavam menos tempo nas telas e dormiam mais, em comparação às crianças que não tinham animais de estimação. Para eles, era a atividade física possibilitada pelo animal, como sair para passear, que fazia a diferença.

Em outro estudo publicado em 2021, pesquisadores observaram que as crianças que se dedicavam regularmente a atividades físicas com cães tinham um melhor desenvolvimento. No entanto, isso não quer dizer que toda família precise de um cão, isso porque questões de comportamento, necessidades médicas complexas e o valor financeiro de cuidar de um animal podem deixar a vida com o pet desagradável.

Megan Mueller, professora de interação entre seres humanos e animais da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, fez uma pesquisa se a saúde mental dos adolescentes americanos com animais de estimação era melhor que a de seus amigos que não tinham pets durante a pandemia de Covid-19. A conclusão foi de que os animais não tiveram impacto.

“Minha hipótese é que a Covid foi um fator de estresse imenso e que provavelmente não existe nada suficiente para superá-la”, afirma.

A autora aponta que durante os confinamentos, os adolescentes podem ter ficado restritos às suas caminhadas diárias com o cão. Isso evitou a interação social com outros donos de animais.

Relacionamento forte

Foto: Thinkstock/Getty Images

Em relação à influência positiva dos animais de estimação sobre as crianças, é fundamental que eles tenham um relacionamento forte, e não apenas morem na mesma casa. Um dos fatores que pode determinar a intensidade da relação é o tempo que a criança passa com o animal.

A idade da criança pode também ajudar a determinar a relação com o animal.  Crianças com seis a dez anos desenvolvem ligações mais fortes com animais mais parecidos com os seres humanos, como cães e gatos, em comparação a espécies mais distintas, como pássaros e peixes.

Além disso, filhos únicos podem se beneficiar mais com os animais de estimação, de acordo com estudo australiano. Outra pesquisa aponta que um pet pode ajudar a promover relacionamentos próximos entre os cuidadores e as crianças.

Em relação aos bebês, uma pesquisa feita por Karinna Hurley e Lisa Oakes, da Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos, concluiu que os que têm um pet em casa reconhecem melhor os rostos dos animais quando têm 10 meses de idade do que as crianças que não têm animais.

O que os animais de estimação pensam das crianças?

Foto: Istock

Os cães evoluíram para viver ao lado dos seres humanos e podem criar laços muito fortes. Os gatos, mesmo sendo criaturas solitárias por natureza, parecem considerar os companheiros humanos como família.

Mas a relação com as crianças depende das experiências de vida anteriores do próprio pet. Cães e gatos têm uma breve janela, quando filhotes, em que eles aprendem os tipos de pessoas que poderão encontrar nas suas vidas.

“Sabemos que, se os filhotes não conhecerem crianças até cerca de seis meses de idade, dependendo do seu temperamento próprio, eles podem exibir reações bastante adversas”, explica John Bradshaw, ex-palestrante sobre o comportamento dos animais de companhia da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

O autor informa que isso faz sentido quando você observa a partir do ponto de vista do animal. “Um bebê não se parece em nada com um ser humano adulto. Ele é muito menor, não consegue ficar de pé, faz barulhos muito diferente dos humanos adultos. O seu cheiro também é muito diferente de um humano adulto.”

Compreender como um animal de estimação enxerga o mundo é fundamental para uma boa relação em família. Bradshaw também aponta que não podemos esperar que os animais de estimação se comportem como seres humanos, principalmente quando se trata da segurança da criança.

“Você nunca pode ter 100% de certeza de como um cão irá reagir em qualquer situação específica”, afirma Bradshaw. “Existe todo tipo de coisas possíveis que podem acionar um modo diferente de comportamento de um cão – talvez algo que o dono nunca havia visto antes.”

Por fim, vale destacar que cada relacionamento entre uma criança e um animal de estimação é único, com suas próprias peculiaridades, benefícios e dificuldades. Os pesquisadores estão apenas começando a entender o que faz o relacionamento de uma criança com seu pet ser benéfico para ambos.

Fonte: G1

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