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Água pode ter existido em Marte por bem menos tempo do que se pensava

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Dentre os planetas do sistema solar, Marte foi sempre uma grande fonte de mistérios. Com o passar dos anos, as pesquisas foram ficando mais intensas e os robôs enviados para lá nos dão informações e imagens cheias de detalhes. Além disso, as tecnologias são cada vez mais aprimoradas para que mais coisas sejam descobertas.

Uma das coisas apontadas por vários estudos é que, mesmo o Planeta Vermelho sendo árido e estéril atualmente, bilhões de anos atrás a água fluía por lá. Agora, um novo estudo sugeriu que isso pode ter acontecido por menos tempo do que se pensava.

O estudo foi feito pelos pesquisadores da Universidade de Utrecht, na Holanda, liderados pela PhD em Geomorfologia planetária Lonneke Roelofs. Eles analisaram os dados coletados pela espaçonave Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), da NASA, e fizeram a investigação das ravinas marcianas, que são acidentes geográficos que normalmente se resultaram de erosão feita pela ação de córregos e enxurradas.

Água em Marte

Olhar digital

É acreditado que essas ravinas se formaram há muito tempo por conta do fluxo de água em Marte. Contudo, o novo estudo sugere que elas podem ter sido esculpidas de uma forma diferente, através de uma ação explosiva e rápida, no caso, pela sublimação do gelo de dióxido de carbono.

Por conta disso, ao contrário do que era imaginado, a água líquida pode não ter sido presente na superfície de Marte por tanto tempo como era imaginado. Esse ponto é relevante porque a água é um elemento essencial para a vida como se conhece. E a busca por vida no Planeta Vermelho por vezes é focada na possibilidade de encontrar evidências de água líquida antiga.

Segundo esse novo estudo, as ravinas vistas na superfície do planeta podem ter sido formadas através de processos que não envolveram água líquida, mas gelo de dióxido de carbono, que é o principal componente da atmosfera marciana.

No inverno de Marte, as temperatura abaixam muito abaixo de zero, o que faz com que o dióxido de carbono congele na superfície. E quando chega a primavera, esse gelo volta para sua forma gasosa, criando uma espécie de explosão, que é justamente isso que pode fazer essa paisagem vista em Marte.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores fizeram simulações em laboratório reproduzindo as condições de Marte. Com isso, eles viram de forma direta a sublimação do gelo de dióxido de carbono e descobriram que o processo pelo qual ele passa é capaz de moldar a paisagem vista no planeta de forma parecida com os processos envolvendo a água vistos na Terra.

Possibilidade

Galileu

A existência ou não de água líquida em Marte é alvo de muito debate e estudos. Tanto é que vários acabam tendo conclusões praticamente opostas. Como essa descoberta feita pelo rover chinês Zhurong, que pousou no Planeta Vermelho em 2021, de que existia água líquida na sua superfície bem antes do que se imaginava.

O que os cientistas acreditavam era que a água existiu no planeta aproximadamente três bilhões de anos atrás, durante o período Hesperiano de Marte, e depois grande parte dela foi perdida. Contudo, esse novo estudo mostrou que a água existiu bem antes no planeta, há 700 milhões de anos, durante o atual período Amazônico.

Segundo o site Space, para o estudo os pesquisadores usaram os dados que o rover chinês capturou durante a missão Tianwen-1 em seus 92 dias em Marte na região da planície Utopia Planitia, que é a maior bacia de impacto no planeta. O estudo foi feito pelos cientistas da Academia Chinesa de Ciências junto com os da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.

No estudo, eles estudaram três instrumentos diferentes do rover. Foram eles: o espectrômetro de ruptura induzida por laser MarSCoDe, uma câmera de microimagem telescópica e um espectrômetro infravermelho de ondas curtas. Através deles os cientistas conseguiram analisar os minerais que acabaram sugerindo a presença de água em Marte bem antes do que se imaginava.

Eles fizeram uma comparação das assinaturas que foram encontradas nas rochas de Marte com as do nosso planeta. Com isso, concluíram que algumas vistas nas rochas marcianas eram minerais hidratados, ou seja, que contêm água. Além disso, eles também viram que existiam camadas duras perto da superfície do solo, que são chamadas de duricrust. E para que elas se formem é preciso uma grande quantidade de gelo derretido ou água que sobe do subterrâneo do planeta.

Na visão de Eva Scheller, cientista planetária do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, que não participou do estudo, essa descoberta foi extremamente importante porque são poucas as evidências de sistemas mais recentes de água líquida em Marte que existem. A maior parte delas são pistas no formato de sais minerais.

Nesse caso, o rover chinês conseguiu detectar moléculas da substância nas rochas, coisa diferente dos outros ambientes que tinham sido observados antes. “Isso significa que formas particulares de minerais contendo água teriam se formado em períodos de tempo muito posteriores do que foram considerados anteriormente em outros estudos científicos”, explicou Scheller.

Outra coisa que essas rochas sugerem é que existe a possibilidade de gelo no solo do planeta. Com isso, os astronautas que forem para Marte no futuro poderão usá-lo para várias tarefas de exploração e sobrevivência no planeta.

Fonte: Olhar digital, Galileu

Imagens: Olhar digital, Galileu

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