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Ao que tudo indica, humanos do passado não enxergavam a cor azul

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As cores fazem parte da vida da maioria das pessoas desde o momento em que elas nascem. Estimasse que as pessoas sejam capazes de enxergar cerca de 1 milhão de cores e tonalidades. Esse fator fascinante se torna ainda mais incrível quando descobrimos que, na verdade, nem todos veem essas cores da mesma forma. Ou seja, o azul que eu enxerguei quando olhei para o céu a 10 minutos atrás pode não ser o mesmo de alguém que estava ao meu lado e olhou para ele no mesmo instante.

Tudo isso pode parecer muito confuso de se imaginar no começo. Afinal, as coisas são como as vemos, certo? Na verdade isso depende do referencial, assim como a ciência afirmou a muito tempo atrás, e ele nem sempre é o mesmo. Agora, para piorar um pouco as coisas, o que você acharia se te falássemos que as pessoas do passado não viam a cor azul? Bem difícil de acreditar não acha? Porque, se você parar para pensar, muitas das coisas que vemos no nosso dia-a-dia tem essa cor, como o céu. Mas sim, um estudo confirmou esse fato e esse é o motivo para isso.

Como assim eles não “enxergavam” a cor azul?

Aparentemente, as pessoas não tinham consciência sobre a existência da cor azul no passado. O uso de uma palavra específica para denominar a cor só foi desenvolvida pela primeira vez pelos egípcios. E, antes disso, outros povos nunca haviam denominado uma palavra para descrever essa cor, mesmo que tivessem para outras. Esse fator chamou a atenção de alguns pesquisadores e fez com que eles buscassem saber mais a respeito disso.

Um estudioso chamado William Gladstone acabou fazendo uma observação interessante sobre o assunto. Depois de analisar a forma como as pessoas da Odisseia descreviam a cor do oceano, ele acabou percebendo que eles utilizavam outras variações para tentar especificá-la, tais como “escuro-vinho“.

Alguns anos mais tarde, um filólogo – responsável pelo estudo da língua, chamado Lazarus Geiger, confirmou esse fato. De acordo com ele, depois de analisar textos islandeses, hindus, chineses, árabes e hebraicos foi possível perceber que nenhum deles havia denominado um nome para essa cor. Mas será que o fato de não terem nomeado a cor significa que eles simplesmente não sabiam distingui-la? Um experimento feito buscou responder essa pergunta.

O experimento

Muitos estudos foram realizados na tentativa de responder a essa pergunto mas, dentre todos eles, um acabou chamando a atenção. O resultado do experimento foi publicado em 2006 por Jules Davidoff e a sua conclusão foi realmente surpreendente. Jules, um psicólogo da Universidade Goldsmiths, em Londres, e sua equipe decidiram fazer um experimento com a tribo Himba da Namíbia. O motivo para que eles tenham escolhido a tribo é porque, assim como os povos antigos, eles não tem uma palavra para a cor azul.

E, para entender melhor se eles “enxergavam” a cor, a equipe mostrou a eles um circulo composto por 11 quadrados verdes e 1 quadrado azul e pediu para que eles apontassem aquele que era diferente dos outros. Mas, mesmo que a resposta pareça clara para nós, os membros da tribo tiveram séria dificuldade para responder. De acordo com os registros, aqueles que tentaram adivinhar qual era ‘mais diferente’ levaram muito tempo para descobrirem a respostas certa e passaram por muitos erros antes disso.

O outro lado da história

Mas, mesmo que isso pareça realmente estranho de se imaginar, os pesquisadores acabaram descobrindo que, na verdade, eles possuem bem mais palavras para diferenciar o verde do que nós. E, aparentemente, sabem identifica-las melhor também.

Para comprovar isso, a equipe acabou apresentando uma versão diferente do teste. Eles fizeram um circulo com 11 quadrados verdes e 1 com a tonalidade diferente das demais. Ele foi mostrado para alguns ingleses que, claramente, tiveram dificuldade para responder. E, enquanto isso, os membros da tribo Himba apontaram o quadrado “estranho” de forma imediata.

Depois de analisar o circulo você provavelmente também demorou um bom tempo para identificar qual era diferente dos demais, ou nem ao menos conseguiu descobri-lo. Mas, para não te deixar na dúvida, o quadrado diferente é o enfatizado na imagem acima.

O estudo feito, assim como alguns outros, mostrou que a língua e a denominação de uma palavra influenciam na forma com que vemos algo. Dessa forma, nossos antepassados provavelmente não “enxergavam” a cor azul como nós, ou pelo menos não a imaginavam da mesma forma. Algo realmente fascinante, não acham?

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