História

Arthur Kronfeld, o médico que serviu Hitler e Stalin

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Em 1932, antes da Segunda Guerra Mundial começar, Adolf Hitler precisou fazer um exame psiquiátrico. O médico Arthur Kronfeld foi chamado para acompanhar, realizar exames e observar de perto o comportamento do futuro Führer por alguns dias.

O diagnóstico de Arthur teria sido um pouco ousado – psicopatia. O que fez com que quase instantaneamente após seu laudo médico, Arthur se tornasse um inimigo perigoso para Hitler. O médico precisou fugir da Alemanha e escolheu como seu destino a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

A vida de Arthur

Arthur nasceu em Berlim em 1886. Ele era o filho mais velho de um rico advogado judeu e de uma alemã não menos rica. Como profissão, ele escolheu a Psiquiatria. Aos 26 anos, ele defendeu sua tese de doutorado e escreveu um trabalho criticando a psicanálise freudiana.

Seu confronto com as ideias do médico austríaco lhe gerou grande fama por toda Europa. Em 1914, ele foi convocado para se juntar ao exército alemão. Ele lutou junto a eles por cerca de 3 anos, até que um ferimento em sua cabeça o fizesse ser afastado. Cerca de um ano após o incidente, Arthur se casou com uma mulher alemã. Segundo rumores sua mulher teria sido orientada a deixá-lo por ser judeu “antes que fosse tarde demais”. No entanto, ela ficou ao seu lado.

O médico alemão foi o primeiro médico a usar choque insulínico para tratar a esquizofrenia. Algum tempo depois, o método de introdução ao choque de insulina foi proibido e não mais aplicado. Em 1919, um amigo próximo de Arthur criou o Instituto de Ciência Sexual, em Berlim. Arthur ocupou uma posição de liderança no lugar.

Em 1921, eles organizaram a Primeira Conferencia Científica sobre Reforma Sexual. Mas isso não foi muito bem visto pela parte conservadora de Berlim, que se opôs fortemente em relação as atividades do instituto. Arthur e seus colegas passaram a ser chamados de “pervertidos”. Alguns anos depois, a biblioteca do instituto foi completamente destruída pelos nazistas.

Devido à sua popularidade na Alemanha e na Europa em geral, em 1932, Arthur foi convidado a realizar alguns exames para Adolf Hitler. O futuro líder do Reich alemão foi diagnosticado pelo médico como um psicopata. Depois que Hitler chegou ao poder e implementou suas leis antijudaicas, Arthur decidiu que era hora de sair do país.

Diagnóstico perigoso

Ele foi para a Suíça e pediu asilo político, mas foi recusado. Entretanto, ele foi recebido de braços abertos pela União Soviética. Depois de se instalar no novo país, o medico alemão executou uma ordem secreta do Comissariado do Povo de Defesa, que incluíam o desenvolvimento de testes psicológicos e um método para admissão de candidatos em escolas de aviação. Curiosamente, alguns de seus testes e métodos ainda são utilizados até hoje.

Muitos jornais soviéticos anunciaram a chegada do famoso médico. Arthur tinha pacientes como nunca. Em apenas um ano no país, Arthur conseguiu aprender o idioma russo tão bem que começou a realizar palestras públicas e passou a liderar um dos departamentos do Instituto de Psiquiatria de Moscou.

Em 1941, ele escreveu um livro onde ele novamente diagnosticou Adolf Hitler como um psicopata. Bem como aqueles que acompanhavam o Führer de perto. Quando a guerra estava pra estourar, o livro foi lançado, para que assim, as pessoas pudessem saber quem era o ditador alemão.

Naquele mesmo ano, quando as tropas fascistas atacaram Moscou, Arthur e sua esposa tomaram uma dose letal de um sonífero. Eles temiam cair nas mãos dos inimigos. Em algumas versões da história, ao invés de se envenenar, o médico teria sido morto porque tinha acesso à informações secretas. Com toda turbulência, nem a URSS e nem a Alemanha notaram a morte de Arthur. Sequer foi feita uma nota obituária nos jornais, como era de costume.

Na Rússia, as contribuições de Arthur para a história da Psiquiatria são vistas com bons olhos. No entanto, em sua terra natal, dificilmente o médico é lembrado. Seus livros nunca foram reimpressos, sendo somente encontrados em arquivos raros de bibliotecas.

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