Parece que foi ontem, mas já fazem oito anos que um terremoto gigantesco, de magnitude 9, atingiu o Japão. O desastre natural levou a um terrível tsunami que matou 15.896 pessoas. O fenômeno, considerado o pior de todos os tempos que já atingiu o país asiático, foi a causa do desastre nuclear de Fukushima Daiichi. Esse, por sua vez, foi o segundo mais grave desastre nuclear desde o evento de Chernobyl, em 1986.
Fukushima tinha seis reatores nucleares. Em março de 2011, o reator 4 foi reabastecido e os reatores 5 e 6 foram desligados para manutenção. No momento em que o terremoto ocorreu, os reatores 1, 2 e 3 desligaram-se automaticamente e os geradores de emergência foram ligados para continuar fornecendo refrigeração e evitar que os reatores derretessem.
Acontece que em seguida, o tsunami atingiu o local. A onda, que superou 5,7 metros, inundou as instalações e desligou os geradores de emergência. O desastre foi uma tempestade que mostrou o poder da natureza, e apontou possíveis problemas de projeto e falhas nos equipamentos.
Fukushima: dias depois
Nos dias seguintes ao desastre, houve formação de gás hidrogênio na usina, que acabou inflamando de maneira explosiva. O teto do reator 1, 3 e 4 explodiu, ferindo 16 pessoas. Sem refrigeração, o núcleo derretido e o material nuclear foram liberados para evitar maiores riscos. Algumas pesquisas estimam que, no máximo, a contaminação foi equivalente a 42% do que foram as emissões de Chernobyl.
Apesar do vazamento de radiação, não houve mortes. No total, 37 trabalhadores sofreram ferimentos físicos durante o acidente e dois tiveram queimaduras por radiação. Um ex-trabalhador de estação já morreu de câncer relacionado ao desastre. A evacuação, no entanto, causou mais mortes, com mais de 2 mil relacionadas a pacientes hospitalizados e idosos que morreram de hipotermia, deterioração de condição preexistente, desidratação na evacuação ou em razão do deslocamento a longo prazo desencadeado pelo desastre.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe nenhum risco de contaminação por radiação na população evacuada. O relatório mostra que eles foram expostos a tão pouca quantidade de radiação, que não afetou significativamente gerando risco de câncer. Dado o uso extensivo da tecnologia remota, também não se espera que a equipe de limpeza seja afetada pela radiação.
Fukushima: hoje
Apesar de já terem se passado oito anos, a contaminação nuclear persiste na região. Isótopos como o césio-137, permanecerão no ambiente por décadas. O solo também está afetando a vida selvagem, das plantas aos cogumelos e animais silvestres. Pesquisadores vêm coletando dados sobre essas populações selvagens desde a tragédia. Há muita coisa que não sabemos sobre a tolerância dos organismos à radiação ionizante. Em Chernobyl, vimos a decadência de algumas espécies, enquanto certas populações selvagens começaram a prosperar devido ao súbito desaparecimento de humanos.
A descontaminação da instalação, da água e da área próxima está em andamento. O desmantelamento da central nuclear deverá durar décadas. Espera-se que a remoção do combustível nos três reatores que sofreram o colapso do núcleo tenha início em 2021. Também foi sugerido que um sarcófago, como o que está sendo construído em Chernobyl, poderia ajudar.
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