Compartilhando coisa boa

Mesmo aposentada, professora decide alfabetizar adultos gratuitamente

0

Todos nós temos professores que marcaram nossas vidas. Essas pessoas são responsáveis pela formação de qualquer profissional atuante no mercado de trabalho e, pelo menos no Brasil, não são valorizados como devem ser.

E quando temos aquela professora marcante, sempre queremos saber o que aconteceu com ela e como está a vida dela depois que paramos de vê-la diariamente. E por mais que os professores no Brasil não sejam valorizados, existem aqueles que são realmente apaixonados por esta vocação e voltam a ensinar os outros mesmo depois do período ativo. E, normalmente, quando pensamos em educar pessoas nos vem crianças à mente, mas o fato é que no nosso país existem muitos adultos analfabetos e/ou analfabetos funcionais. Pessoas de idade avançada e que não sabem escrever o seu próprio nome e dependem de outros para ajudá-las. A educação garante a independência plena dessas pessoas e dá a elas um poder de autonomia que elas não possuíam antes.

E foi para ajudar essas pessoas que a professora aposentada, Eunir Alves Moreira de Faria, de 77 anos, colocou um cartaz em frente a sua casa para fazer alfabetização gratuita para os adultos na cidade de Patos de Minas. “Sinto a necessidade de ver pessoas lendo e escrevendo”, disse Eunir em entrevista ao G1.

“Eu tenho duas mesas e dez cadeiras na varanda e foi esse ambiente que disponibilizei para proporcionar estudo a quem não tem. Colei o papel há pouco mais de uma semana e já consegui preencher todas as vagas. Inclusive, vou dar aula no período noturno para atender também quem trabalha”, conta.

A professora lecionou por 25 anos em Itaúna, que fica no centro-oeste de Minas. E para ela, o ato de lecionar é algo maravilhoso e assim, ter a chance de poder alfabetizar as pessoas de graça é algo que realiza duplamente. “Me sinto melhor como pessoa e ao mesmo tempo volto a fazer o que me dá prazer: dar aula. Como moro sozinha também é uma forma de estar sempre acompanhada”, ressaltou.

Cartaz

O cartaz colocado por Eunir em sua porta deu resultado logo no primeiro dia. A professora conta que uma mulher ligou interessada em saber se ela realmente seria alfabetizada sem custo nenhum. E quando Eunir disse que sim, a mulher ao telefone se emocionou e chorou de felicidade ao saber que finalmente aprenderia a ler e escrever.

“Isso me emocionou e me fez ter a certeza que o dinheiro não tem muito valor quando o assunto é educação. Proporcionar uma vida diferente ao outro, isso sim não tem preço”, comentou a professora.

A professora criou uma cartilha para ajudá-la nas aulas e para o aprendizado de seus alunos. Os três volumes contemplam seis meses de estudo. O processo que Eunir usa é silábico e ele garante um bom aprendizado e bons resultados.

O esperado pela educadora é que mais docentes aposentados se inspirem e também façam uma algo que mude a vida das pessoas para a melhor e que consigam continuar contribuindo para uma sociedade melhor. “O mal se espalha muito fácil, mas o bem nem sempre. É necessário sacrificarmos um pouco para ajudar o outro. Isso é ser humano e eu desejo sim ser um exemplo já que o Governo não dá a atenção que a educação merece”, concluiu ela.

Assim está Fukushima 8 anos após o desastre nuclear

Artigo anterior

O teletransporte quântico já é real

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido