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Astrônomos descobrem novo tipo de estrela

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Um novo tipo de estrela coberta por cinzas resultantes da queima do hélio foi detectado por astrônomos alemães. A descoberta do astro, que é diferente dos demais já encontrados, está detalhada em uma pesquisa liderada pelo professor Klaus Werner, da Universidade de Tübingen, e foi publicada no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, no dia 12 de fevereiro.

As estrelas recém descobertas não têm suas superfícies compostas por hidrogênio e hélio, como é comum entre as estrelas já encontradas até hoje. O novo tipo está coberto por carbono e oxigênio, que são os elementos que compõem as cinzas do hélio.

Além disso, essas estrelas têm temperaturas e raios que indicam que ainda estão queimando o hélio em seus núcleos. Essa propriedade é vista em tipos mais evoluídos do que os observados pelos pesquisadores desse estudo, o que a transforma em uma descoberta muito interessante. Isso se dá porque a pesquisa amplia a possibilidade da queima de hélio em modelos de estrela menos aprimorados.

A origem das estrelas de hélio

Em outro estudo, um grupo de pesquisadores da Universidade de La Plata, na Argentina, e do Instituto Max Planck de Astrofísica, na Alemanha, levantou uma hipótese que pode explicar a formação das estrelas de hélio: um evento incomum de fusão estelar.

“Acreditamos que as estrelas descobertas por nossos colegas alemães podem ter se formado em um tipo muito raro de evento de fusão estelar entre duas anãs brancas”, diz Miller Bertolami, do Instituto de Astrofísica de La Plata, principal autor do segundo estudo. As anãs brancas são astros pequenos e densos, resultantes de estrelas maiores que esgotaram seu combustível nuclear.

Nicole Reindl

As fusões entre elas ocorrem em sistemas binários próximos, por causa do encolhimento da órbita devido à emissão de ondas gravitacionais. Mas não é normal que as anãs brancas levem à formação de estrelas enriquecidas em carbono e oxigênio, conforme explica Miller Bertolami. Segundo ele, isso ocorre em sistemas binários formados com massas muito específicas.

Pesquisas datadas desde o início do século XIX sugerem que muitas estrelas são parte de um sistema binário. Esse sistema, por sua vez, consiste em duas estrelas orbitando um baricentro comum, ou seja, um centro de massas.

“Acreditamos que, para sistemas binários formados com massas muito específicas, uma anã branca rica em carbono e oxigênio pode ser interrompida e acabar em cima de uma rica em hélio, levando à formação desses astros”, explicou o pesquisador.

No entanto, nenhum modelo atual sobre a evolução das estrelas pode explicar completamente os astros recém-descobertos. A equipe precisa de métodos mais refinados para confirmar se as fusões podem realmente acontecer entre anãs brancas. Isso poderá trazer uma visão mais exata do desenvolvimento tardio dos sistemas binários.

Até que os astrônomos desenvolvam modelos mais refinados para a evolução das estrelas binárias, a origem dos tipos cobertos de hélio continuará em debate. “Normalmente, esperamos que estrelas com essas composições superficiais já tenham terminado a queima de hélio em seus núcleos e estejam a caminho de se tornarem anãs brancas. Essas novas estrelas são um desafio severo para nossa compreensão da evolução estelar”, explica Werner.

Fonte: Revista Galileu

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