Curiosidades

Nosso planeta perdeu todo oxigênio 2,3 bilhões de anos atrás e poderia ter se sufocado

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Nosso mundo é cheio de mistérios e segredos. Nós vivemos tentando descobrir ou decifrar vários deles, se não todos. O ser humano é movido pela curiosidade e não é à toa que já fomos capazes de desvendar uma grande quantidade de acontecimentos que remontam a milhares de anos atrás.

Nosso planeta já passou por vários períodos diferentes, até chegar onde e como o conhecemos hoje. E um novo estudo mostrou que a transição da Terra para hospedar, de forma permanente, uma atmosfera oxigenada foi um processo de parada que demorou 100 milhões de anos a mais do que se acreditava.

Atmosfera

Há 4,5 bilhões de anos, quando a Terra se formou, sua atmosfera quase não tinha oxigênio. Então, há 2,43 bilhões de anos uma coisa aconteceu. Os níveis de oxigênio começaram a subir e depois cair. Eles foram acompanhados de grandes mudanças no clima, como por exemplo, várias glaciações que podem ter coberto o planeta inteiro.

E as assinaturas químicas presas nas rochas que se formaram nessa era sugeriram que, há 2,32 bilhões de anos, o oxigênio era uma característica permanente da atmosfera da Terra.

Contudo, o novo estudo, que está investigando o período depois de 2,32 bilhões de anos atrás, descobriu que esses níveis de oxigênio oscilavam para frente e para trás até 2,22 bilhões de anos para antes. E foi nesse momento, que a Terra atingiu finalmente o seu ponto de inflexão permanente.

A nova pesquisa estende a duração do período, chamado pelos cientistas de Grande Oxidação, em 100 milhões de anos. E também pode confirmar a ligação entre a oxigenação e as oscilações climáticas grandes. “Só agora começamos a ver a complexidade deste evento”, disse o coautor do estudo, Andrey Bekker, geólogo da Universidade da Califórnia, em Riverside.

Oxigênio

O oxigênio que foi gerado nesse Grande Evento de Oxidação foi feito por cianobactérias marinhas. Elas são um tipo de bactéria que produz energia através da fotossíntese, e o principal subproduto da fotossíntese é o oxigênio. Foram essas primeiras cianobactérias que eventualmente produziram oxigênio suficiente para refazer a face da Terra para sempre.

É possível ver a assinatura dessa mudança nas rochas sedimentares marinhas. Isso porque, em uma atmosfera sem oxigênio, as rochas têm um determinado tipo de isótopos de enxofre. Já quando existe oxigênio, os isótopos de enxofre desaparecem porque as reações químicas que os criam não acontecem quando existe oxigênio.

Há muito tempo Bekker e sua equipe estudam o aparecimento e desaparecimento desses sinais de isótopos de enxofre. Assim como ele, outros pesquisadores também notaram que a ascensão e queda do oxigênio na atmosfera da Terra parecia acompanhar três glaciações globais. Eventos que aconteceram entre 2,5 bilhões e 2,2 bilhões de anos atrás. Entretanto, a quarta e última glaciação nesse período não tinha sido relacionada a oscilações nos níveis de oxigênio atmosférico.

“Por que temos quatro eventos glaciais e três deles podem ser ligados e explicados por meio de variações do oxigênio atmosférico, mas o quarto deles permanece independente?”, indagou Bekker.

Observações

Para responder essa pergunta, os pesquisadores estudaram rochas mais jovens da África do Sul. Isso porque essas rochas marinhas cobrem a parte posterior do Grande Evento de Oxidação. Indo desde as consequências da terceira glaciação até aproximadamente 2,2 bilhões de anos atrás.

Feito isso, eles descobriram que, depois do terceiro evento de glaciação, a atmosfera estava livre de oxigênio no começo, e depois o oxigênio subia e descia. O oxigênio subiu de novo 2,32 bilhões de anos atrás. Esse é o ponto em que os cientistas pensavam que o aumento ia ser permanente.

No entanto, Bekker e sua equipe viram nas rochas mais jovens, de novo, uma queda nos níveis de oxigênio. E essa queda coincidiu com a glaciação final, aquela que não tinha sido relacionada às mudanças atmosféricas.

“O oxigênio atmosférico durante esse período inicial era muito instável e subiu a níveis relativamente altos e caiu para níveis muito baixos. Isso é algo que não esperávamos até talvez os últimos 4 ou 5 anos de pesquisa”, concluiu Bekker.

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