Banana nanica pode desaparecer em alguns anos. Entenda

O segredo para uma boa alimentação não está em apenas comer frutas e legumes, mas sim em fazer uma dieta equilibrada com todos os alimentos em quantidades certas. Isso porque o nosso corpo precisa de um pouco de cada alimento para que tenhamos uma vida saudável.

E quando pensamos em comida, normalmente, não imaginamos que elas possam acabar. Mas a realidade é o contrário. No caso das bananas, mais de 100 bilhões são consumidas pelas pessoas anualmente. Dentre todos os tipos, a banana nanica representa a maior parte desse consumo. Esse alimento já faz parte da dieta das pessoas há séculos. No entanto, ele pode deixar de ser tão comum assim em um futuro não tão distante.

Fim da banana nanica

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A banana nanica é conhecida fora do nosso país como Cavendish e domina o mercado. Isso porque esse alimento é mais resistente a algumas das principais doenças e tem uma vida útil mais longa. Outro ponto que faz esse tipo de banana ser dominante é que os agricultores conseguem cultivar mais desse tipo do que os outros na mesma área de terra.

No entanto, conforme alertam os cientistas, esse alimento está prestes a entrar em extinção. Isso irá acontecer por conta de uma infecção chamada mal-do-Panamá, que é fruto do fungo Fusarium oxysporum. A doença começa na raiz da bananeira e vai se espalhando. Com isso, ela desativa a capacidade da planta de absorver água ou fazer fotossíntese.

Possibilidade futura

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Por mais que isso seja uma coisa estranha de se pensar, essa possibilidade de extinção  do alimento não é uma coisa inédita na história do planeta. Tanto é que outra espécie bem popular, chamada Gros Michel, que os especialistas consideram a principal banana que era exportada na primeira metade do século passado, também desapareceu.

A razão para isso foi o antecessor do fungo Fusarium oxysporum, que começou a infectar as bananas em 1876. Então, na década de 1950, a espécie já tinha sido totalmente dizimada. Assim, os produtores tiveram que buscar uma substituta para a banana.

Agora, essa preocupação voltou. Em 1997, os cientistas detectaram uma cepa nova da doença na Austrália. No entanto, foi a partir de 2015 que ela começou a se espalhar pela China e Índia. Infelizmente, a doença continuou seu avanço chegando na África e, recentemente, na América do Sul.

Por conta disso que agora os cientistas buscam maneiras de salvar a banana nanica da extinção. Uma das formas de salvação é a criação de uma espécie geneticamente modificada chamada QCAV-4. A promessa é que esse alimento seja extremamente resistente ao fungo e outras doenças.

Mesmo que a extinção seja um problema, ela deve demorar, pelo menos, mais uma década. Por conta disso, os especialistas têm tempo para trabalhar em uma solução.

Extinção de alimentos

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Infelizmente, a banana nanica não é o único alimento que tem chances de ser extinto. Tanto é que o movimento Slow Food Internacional criou a Arca do Gosto, que é um catálogo de alimentos que tem o risco de desaparecer tanto de forma cultural como biologicamente.

A lista já está com mais de 6.162 ingredientes catalogados no mundo todo, sendo 235 do Brasil. O pior de tudo é que essa lista está em crescimento contínuo. E por que determinado alimento desaparece? Além do óbvio, como a urbanização, pesca predatória e desmatamento, deixar de lado os ensinamentos ancestrais e os legados culinários de determinada região também são responsáveis por esse sumiço.

Tanto é que, dentre as principais causas para a extinção dos alimentos tradicionais está as novas gerações. Isso porque, conforme pontuou Maísa Mota Antunes, nutricionista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), elas têm um menor interesse em aprender receitas antigas.

Além disso, existe uma tendência em valorizar os produtos que vêm de fora ao invés dos regionais, e também o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, especialmente entre as crianças e adolescentes, faz com que outros alimentos acabem entrando em extinção.

Como dito, na lista da Arca do Gosto existem vários alimentos brasileiros. Isso serve como um alerta para que esses ingredientes sejam valorizados no nosso país e que suas características únicas não sejam perdidas. Veja alguns deles.

• Batata-doce roxa;
• Pitanga;
• Queijo da Canastra;
• Pinhão;
• Pimenta-rosa;
• Castanha de baru;
• Palmito juçara;
• Pequi;
• Ora-pro-nóbis;
• Goiabada cascão;
• Ajuína;
• Pirarucu.

Fonte: Olhar digital,  Socientifica

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