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Brasil tem mais crianças com obesidade do que a média global

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A obesidade tem sido uma questão crescente no mundo inteiro, e o pior é que ela não se limita aos adultos e nem aos Estados Unidos, país que sempre associamos com a obesidade. Para se ter uma noção, de acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) 2023, do Ministério da Saúde, a cada sete crianças brasileiras, uma está com excesso de peso ou obesidade.

Isso quer dizer que 14,2% das crianças menores de cinco anos tem excesso de peso ou obesidade no nosso país. Em comparação, a média global é de 5 ,6%, o que é menos da metade da média do Brasil.

Essa taxa é ainda mais alta entre os adolescentes, 33%. O que significa que um terço dos adolescentes tem excesso de peso, sendo que a média mundial é de 18,2%.

Esses números são um problema porque a obesidade na infância está associada com maiores riscos de hipertensão arterial, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, câncer e outras doenças crônicas na vida adulta.

Obesidade

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A comunidade científica nacional e internacional tem mudado, nas últimas décadas, a maneira que a obesidade é abordada. Anteriormente, o excesso de peso era visto como um problema individual das pessoas que tinham excessos à mesa. No entanto, atualmente, com base em evidências científicas, esse problema é abordado como uma coisa relacionada a fatores genéticos, sociais, econômicos, psicológicos e culturais que precisa ter um tratamento multidisciplinar.

E hábitos adotados pela maior parte dos países ocidentais estão relacionados, de forma íntima, com as taxas altas de obesidade entre as crianças e jovens do Brasil. Tanto é que, nos últimos anos, a alimentação no país mudou. Anteriormente, os brasileiros faziam as refeições em casa e se alimentavam de produtos in natura ou pouco processados. Agora, está cada vez mais comum que as pessoas, incluindo as crianças, consumam alimentos processados e ultraprocessados.

Algumas razões para que várias famílias acabem optando por alimentos prontos ou refeições rápidas e sem ou com baixo valor nutritivo são a falta de recursos financeiros e tempo para cozinhar.

Segundo um estudo feito pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade de Santiago de Chile, cerca de 57 mil mortes prematuras de pessoas entre 30 e 69 anos no Brasil tem como responsável alimentos ultraprocessados.

Isso se dá porque esse tipo de alimento não é propriamente um alimento, e sim formulações derivadas de alimentos, modificadas quimicamente a ponto de conterem pouco ou nenhum alimento inteiro. Além disso, eles têm corantes, aromatizantes, emulsificantes e outros aditivos para ficarem com um sabor mais agradável, principalmente para as crianças.

Os especialistas também apontaram que o sedentarismo é outro fator de risco para a obesidade. Na maior parte das cidades do Brasil falta segurança e espaços públicos para que as crianças possam brincar e fazer atividades físicas.

Outro ponto mostrado por estudos é que os jovens ficam cerca de quatro a cinco horas em frente às telas todos os dias. E uma revisão sistemática feita por pesquisadores do Reino Unido mostrou que existem evidências consideráveis entre o excesso de tempo de tela com problemas como obesidade e sintomas de depressão em crianças e jovens.

Baixa qualidade de vida

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Estamos em um ponto em que é questionado se as novas gerações irão viver menos do que as anteriores. Essa preocupação vem porque com os avanços tecnológicos, tem sido vista uma maior deterioração da saúde das pessoas, coisa contrária ao que foi visto em gerações passadas. Até porque elas viram o surgimento dos antibióticos, das vacinas e do saneamento básico, coisas que aumentaram a expectativa de vida.

Além disso, mesmo com os avanços na medicina com relação aos diagnósticos e tratamentos da maior parte de doenças crônicas, nunca houve tantas pessoas com doenças transmissíveis no mundo.

O aumento desse número pode ser explicado, em parte, por conta do aumento da expectativa de vida. No entanto, ele também vem por conta de as pessoas estarem tendo, cada vez mais cedo, doenças que eram relacionadas com o envelhecimento.

Doenças como como diabetes, hipertensão e câncer estão associadas à obesidade e aos maus hábitos, como sedentarismo, consumo excessivo de álcool e má alimentação.

Por conta disso, o sistema de saúde ocidental terá um desafio enorme nas próximas décadas: dar assistência e cuidados para as populações que ficarão cada vez mais velhas e com doenças transmissíveis que poderiam não ter acontecido se elas tivessem mudado hábitos individuais e sociais.

Fonte: VivaBem

Imagens: VivaBem, WinSocial

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