Inovação

Cientistas mostram que cascas de ovos recuperam terras raras para uma transição energética mais verde

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Um estudo curioso mostra que as cascas de ovos podem ser os ingredientes ideal para ajudar nas transições energéticas!

Os elementos de terras raras (REEs) são componentes fundamentais para a eletrônica e para os materiais que sustentarão as infraestruturas renováveis necessárias à transição energética.

Em um avanço interessante, cientistas irlandeses descobriram que resíduos de cascas de ovos podem recuperar valiosos REEs da água.

Isso pode ser apenas o início de um novo método de extração mais ecológico, especialmente se comparado aos processos de mineração intensivos atualmente necessários para extraí-los das camadas geológicas.

Na indústria, a separação e extração desses minerais, que estão finamente distribuídos nas rochas, costumam ser tecnologicamente complexas.

Transição energética

Via Freepik

A transição energética é o processo de mudança do uso de fontes de energia tradicionais, como combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural), para fontes de energia renováveis e mais sustentáveis, como solar, eólica, hidroelétrica e biomassa.

Esse processo inclui a adoção de tecnologias e práticas que reduzem as emissões de gases de efeito estufa. Assim, melhoram a eficiência energética e promovem a sustentabilidade ambiental.

Os principais objetivos da transição energética buscam diminuir a quantidade de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa liberados na atmosfera para combater as mudanças climáticas.

Além disso, poderá reduzir a dependência de combustíveis fósseis, diversificando o mix energético com fontes renováveis. Isso aumenta a segurança e a independência dos países ao utilizar fontes locais de energia renovável.

Como consequência, temos mais sustentabilidade, com práticas que minimizem os impactos ambientais negativos associados à produção e consumo de energia.

Execução de testes

Em uma colaboração entre profissionais do iCRAG, da Science Foundation Ireland, e da Faculdade de Ciências Naturais do Trinity College Dublin, a equipe publicou suas descobertas na revista ACS Omega.

O artigo detalha que o carbonato de cálcio (calcita) presente nas cascas de ovos pode absorver e separar com sucesso os REEs da água.

Com base no Departamento de Geologia do Trinity College Dublin, a equipe mergulhou cascas de ovos em soluções líquidas contendo REEs em diferentes temperaturas, variando de 25°C a 205°C. Além disso, também testaram períodos de exposição variados, de até três meses.

Os resultados indicaram que os elementos conseguiam passar pelas cascas dos ovos por difusão, indo além dos limites da calcita e da matriz orgânica. Em temperaturas mais elevadas, os REEs formaram novos minerais nas superfícies das cascas dos ovos.

Via Freepik

Cascas de ovos em alta temperatura

A 90°C, as cascas do ovos ajudou a recuperar um composto de terras raras conhecido como kozoíta. Com o aumento da temperatura, a casca do ovo se transformava em calcita, que se dissolvia e era substituída pela kozoíta em sua forma cristalina.

Na temperatura máxima, o mineral se convertia em bastnasita, um carbonato de terras raras muito valorizado, usado para extrair REEs para aplicações tecnológicas na indústria.

Ou seja, esse estudo mostra que as cascas de ovos podem “capturar” terras raras importantes ao longo do tempo e em diferentes temperaturas.

Isso levanta questões sobre o potencial dos resíduos de casca de ovo e se esses materiais contendo calcita poderiam ter mais utilidade do que se pensava inicialmente.

O coautor do estudo, Prof. Juan Diego Rodríguez-Blanco, afirmou que, ao transformar resíduos de cascas de ovos em um recurso valioso para a recuperação de terras raras, é possível abordar preocupações ambientais críticas associadas aos métodos de extração tradicionais e assim contribuímos para o desenvolvimento de tecnologias mais verdes.

Ou seja, descartar cascas de ovos pode não ser uma boa ideia. Afinal, este estudo revela seu valor como uma forma potencialmente ‘verde’ de obter mais REEs, que serão cada vez mais demandados com a crescente transição energética.

 

Fonte: Tempo, Governo Federal

Imagens: Freepik, Freepik

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