Após um visitante ter deixado um saco de Cheetos na caverna do Parque Nacional de Carlsbad Caverns, no Novo México, o Serviço Nacional de Parques dos Estados Unidos emitiu um alerta sobre o impacto que resíduos alimentares podem causar no delicado ecossistema local.
Para os humanos, um lanche derramado pode parecer algo insignificante, mas, para a vida na caverna, pode ter um efeito profundo, informou o parque em uma publicação.
De acordo com a instituição, o incidente colocou em risco o equilíbrio do ambiente subterrâneo. O milho processado dos Cheetos, ao absorver a umidade presente na caverna, favoreceu o crescimento de microrganismos e fungos.
Especialistas explicaram o que aconteceu. Grilos de caverna, ácaros, aranhas e moscas rapidamente se organizam em uma cadeia alimentar temporária, espalhando os nutrientes pela caverna e suas formações ao redor. O mofo se espalha pelas superfícies próximas, frutifica, morre e emite um odor desagradável. E o ciclo se repete.
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O parque também alertou que o consumo de alimentos ou bebidas dentro da caverna, exceto água pura, atrai animais, perturbando o habitat de 17 espécies de morcegos que vivem no local, com uma população entre 400 mil e 800 mil indivíduos, incluindo o morcego-de-cauda-livre-brasileiro.
Não existe uma regra específica sobre não consumir comida do lado de dentro. Afinal, o parque também incentiva atividades coletivas como piqueniques. Ou seja, não existem restrições de consumo, mas definitivamente existem alertas para limpar corretamente os locais.
Os guardas florestais levaram cerca de 20 minutos para remover o mofo e outros resíduos resultantes do descarte do saco de Cheetos na caverna.
Esse material trouxe vida microbiana e fungos estranhos ao ecossistema natural da caverna, algo que poderia ter sido facilmente evitado.
Seja grande ou pequeno, todas as pessoas deixam um impacto onde quer que estejam. Por isso, devemos sempre deixar o mundo melhor do que o encontramos, concluiu a publicação, incentivando os visitantes a serem mais conscientes.
Podemos pensar que os salgadinhos Cheetos tenham uma composição simples, com alguns ingredientes químicos e outros naturais.
Por exemplo, sua base principal é milho, além de acompanhar óleo vegetal, que pode vir da soja, girassol ou milho também. Ainda, usa farinha de milho no procedimento, e os famosos saborizantes artificiais, que dão o sabor característico de queijo, picante ou outros.
Existem os sais e aditivos artificiais, que ajudam na preservação desse tipo de alimento, os corantes, glutamato monossódico e açúcares. Ou seja, existem mais químicos do que outros elementos.
Nesse sentido, podemos acreditar que um saco de Cheetos na caverna não causaria mal.
Via Wikimedia
Contudo, o mofo é um tipo de fungo que se desenvolve em ambientes úmidos e com presença de matéria orgânica para se alimentar. Assim, existiam os dois elementos essenciais da receita.
Como a caverna é úmida, o mofo poderia tomar conta do carboidrato do salgadinho, como o milho e os óleos. Mesmo sendo seco, os salgadinhos possuem artificiais úmidos, que absorvem os elementos externos.
Ainda, açúcares ajudam no desenvolvimento dos fungos, tornando os ambientes ricos em carboidratos, que são uma fonte de energia para eles.
E até mesmo alguns ingredientes artificiais podem contribuir indiretamente para o crescimento de mofo se combinados com outros fatores, como umidade e oxigênio.
Por isso, mesmo parecendo inofensivo, como algo que comemos todos os dias, vale ter atenção nesse tipo de ambiente. Além de ser um patrimônio do país, também possui seu próprio ecossistema. Qualquer coisa consegue desestabilizar isso, e devemos ter consciência sobre os alimentos que deixamos.
Fonte: Aventuras na História, Gazeta do Povo