Como diria um o antigo ditado popular, ‘nada dura para sempre’. Muitas vezes, tomamos por certo que o solo sob nossos pés nunca irá desaparecer, porém, as mudanças que o mundo já passou, e que ainda irá passar, nos mostram que isso não é bem uma verdade absoluta. A curta existência de uma pequena ilha, na costa do Paquistão, é uma provava histórica disso.
A Zalzala Koh, também conhecida como Earthquake Mountain, algo como ‘Montanha Terremoto’, em livre tradução, surgiu em 2013. Isso depois de um poderoso terremoto de magnitude 7,7 na escala Richter. Evento este que matou mais de 800 pessoas e deixou aproximadamente 21 mil casas destruídas.
Entretanto, o terremoto fez muito mais do que apenas destruir casas e tomar algumas vidas. Depois que cessaram os tremores, o governo do Paquistão tomou consciência da formação de uma nova ilha, que surgiu entre todo o tumulto.
Um monte de lama e rocha emergiu das águas da baia da cidade de Gwadar. A ilhota é fruto de um vulcão de lama que resolveu despertar durante o terremoto.
Ao contrário do que acontece com vulcões de rochas ígneas, que expelem lava, vulcões de lama se formam quando a lama espessa se infiltra através de falhas e fissuras no solo. Em diversas partes do planeta, ocorrem formações desses vulcões. Eles costumam ter entre um e dois metros de altura.
Porém, a costa do Paquistão costuma apresentar cotas extras desse tipo de atividade. Isso devido à colisão contínua das placas tectônicas da Arábia e da Eurásia. Conforme a placa da Arábia se afunda gradualmente abaixo da placa eurasiana, fenômeno chamado subducção, os sedimentos do barro mole na borda da segunda placa começam a se acumular. Isso faz com que a água e o gás, aprisionados nas rochas, sejam pressurizados.
“As pressões dos fluidos se tornam tão grandes que os sedimentos ricos em argila enterrados no subsolo se comportam quase como um líquido”, disse Mark Tingay, geólogo da Universidade de Adelaide, ao Nasa Earth Observatory.
“Um vulcão de lama se forma quando as pressões de fluido se tornam grandes o suficiente para romper as rochas sobrepostas que estão selando essas pressões intensas, permitindo que as lamas e gases entrem em erupção na superfície”.
Dessa forma, em 2013, se formava a ilha, que recebeu o nome de Zalzala Koh, no Mar da Arábia. Inicialmente, ela chegou a subir cerca de 20 metros acima do nível do mar. Chegando a mais de 150 metros de comprimento e mais de 180 metros de largura.
Desaparecimento
Para os padrões de uma ilha, Zalzala Koh foi considerada pequena. No entanto, se compararmos a sua formação com a de outros vulcões de lama ao redor do mundo, a coisa toda era enorme. Tanto que podia ser vista por satélites. E foi através deles, que pudemos notar também o seu desaparecimento.
Devido a sua composição, de lama e rochas, esse tipo de ilha costuma ser mais propensa à erosão. O que já era muito evidente com apenas dois meses de seu surgimento. Em 2016, moradores locais relataram que, durante a maré alta, ela já havia sido perdida de vista. Mas, em abril de 2019, ficou bastante evidente que o mar havia ‘engolido’ a ilhota.
Entretanto, isso também não é algo definitivo. Outras ilhas, que também surgiram a partir de vulcões de lama na região, já reapareceram depois de sumirem do mapa. Como é o caso da Ilha Malan, que emergiu entre duas ou três vezes das profundezas. Se Zalzala Koh conseguirá realizar o mesmo feito, se trata de um verdadeiro mistério.
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