Conforme o tempo vai passando, os robôs vão ficando cada vez mais inteligentes. Isso pode ser visto em alguns deles, que até conseguem aprender a tomar decisões sozinhos. Atualmente, eles podem fazer coisas que antes eram imaginadas possíveis somente nos filmes de ficção científica. Mesmo que isso possa ser motivo de medo e ressalvas por algumas pessoas, esse avanço tecnológico vem para ajudar a humanidade. Como no caso desse robô controlado por um cérebro artificial.
Claro que pensar em um robô controlado por um cérebro artificial gera bastante dúvida e surpresa nas pessoas, e é justamente isso que os pesquisadores da Universidade de Tianjin, na China, querem. No caso, o robô é controlado por células cerebrais humanas, mas que foram cultivadas em laboratório, in vitro e colocadas em uma estrutura parecida com um cérebro de brinquedo.
O conceito parece algo de filmes de ficção e sua aparência também lembra o MODOK, da Marvel, ou o Krang, das Tartarugas Ninja.
A tecnologia para a criação desse robô controlado por um cérebro artificial é chamada de biocomputação. Mesmo ela não sendo muito conhecida ela já é estudada há tempos. Segundo os pesquisadores chineses, sistema “brain-on-a-chip” usa a cultura de células-tronco na criação de um “tecido semelhante ao cérebro”, mas fora do corpo humano.
Então, essas células que são cultivadas em chips recebem os sinais elétricos vindos de um computador. Depois disso, elas tentam entender o que esses sinais querem dizer e tentam responder a eles. No caso dos pesquisadores chineses, eles conseguiram fazer com que isso fosse uma realidade e até movimentar o robô.
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No caso do implante cerebral, ele fez mais do que movimentar o robô. Ele também foi capaz de fazer com que ele evitasse obstáculos, rastreasse alvos e gerenciasse o braço para agarrar coisas. E como o robô não tem olhos nem câmeras, as respostas foram dadas através de sinais elétricos e sensoriais.
Com o experimento pode surgir a dúvida de porque criar esse cérebro artificial e não usar uma inteligência artificial, por exemplo. De acordo com os cientistas, eles fizeram isso porque tentaram reproduzir uma inteligência híbrida de humano e robô.
Outro ponto é que esse estudo tem uma função médica importante. Isso porque ela tem o potencial de reparar danos feitos no córtex cerebral humano, e mais técnicas de cura neurológica.
Curiosamente, essa ideia não é tão nova. Ela já existe há alguns anos e a primeira experiência com ela foi com um jogo de videogame. O experimento foi chamado de projeto DishBrain e foi fetio pela Universidade Monash, na Austrália. Nele, os pesquisadores cultivaram aproximadamente 80 mil células cerebrais em um chip e o sistema aprendeu a jogar o jogo Pong em cinco minutos.
Por conta do sucesso do projeto, o exército australiano o financiou e ele acabou se transformando na empresa chamada Cortical Labs.
Olhar digital
Como a tecnologia desse robô controlado por um cérebro artificial ainda não foi tão divulgada, o debate sobre questões éticas o envolvendo ainda não começou de forma fervorosa. Mas é fato que ele virá.
Até porque se trata de células humanas. Então, será que esses cérebros de laboratório terão algum tipo de consciência? Os cientistas podem ter carta branca para lidar com esse tipo de material nas pesquisas? Qual a diferença dessa tecnologia para a Inteligência Artificial e o cérebro humano real?
Todos esses questionamentos irão ser levantados quando a tecnologia for mais divulgada. E o que pode aliviar um pouco as preocupações é que a aparência desse cérebro é mais parecida com uma placa coberta.
Fonte: Olhar digital
Imagens: Olhar digital, New Atlas