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Conheça os homens de Bangladesh que não possuem impressões digitais

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Nossas impressões digitais são extremamente importantes. São elas que nos tornam únicos. E é por conta dessa exclusividade que, hoje, a utilizamos praticamente para tudo. Os bancos, por exemplo, já as adotaram como forma de identificação. Em épocas de votação, são imprescindíveis. Atualmente, até o desbloqueio de smartphones é feito por uma identificação biométrica. Viu só como nossas digitais são extremamente necessárias?

Mas e aqueles que não as possuem? Como essas pessoas conseguem usufruir de serviços que necessitam das impressões digitais? Para responder tais perguntas, vamos contar, agora, a história da família Sarker – natural do distrito de Rajshahia, no norte de Bangladesh -, a qual os homens nasceram com as pontas dos dedos completamente lisas.

A família

Em uma época em que os padrões em forma de espiral, que temos na ponta dos nossos dedos, são usados ​​como a principal forma de identificar indivíduos, aqueles que não possuem impressões digitais acabavam tendo que conviver com uma série de problemas.

Alguns dos homens da família Sarker não conseguiram obter uma carteira de motorista devido à ausência de impressões digitais. “Eu paguei os impostos, passei no exame, mas eles não emitiram a minha licença porque eu não pude fornecer as impressões digitais”, disse Amal Sarker recentemente em uma entrevista à BBC. “A falta das impressões acaba sendo sempre uma experiência embaraçosa para mim”.

De acordo com Amal, quando dirige sua motocicleta, ele sempre carrega consigo o que comprova o pagamento das taxas necessárias para emitir a carteira de motorista, mas o comprovante acaba perdendo o valor quando Amal é parado em alguma blitz. “Eu mostro o recibo e explico que não tenho documento porque tenho as pontas dos dedos lisos, mas os policiais nunca desistem de me multar”.

Por não terem conseguido emitir nenhum documento de identificação, os membros da família também não podem viajar. Comprar um chip para o celular é impossível, afinal, recentemente, o governo de Bangladesh introduziu uma legislação que condiciona a compra de cartões SIM mediante a apresentação de documento com impressão digital, que conste no banco de dados nacional.

Apu e Amal Sarker só conseguiram obter um número de celular após pediram para a mãe realizar a compra

A ausência das digitais

Os homens da família Sarker sofrem de uma doença genética extremamente rara chamada Adermatoglifia. Eles só ficaram sabendo disso em 2007, quando Peter Itin, um dermatologista da Suíça, descobriu que uma jovem natural de seu país tinha constantemente problemas para entrar nos Estados Unidos porque não tinha impressões digitais devido à enfermidade.

Com isso, os homens da família Sarker resolveram procurar o dermatologista e fazer um exame médico para comprar se eram portadores da Adermatoglifia. Os resultados comprovaram a mutação de um gene, conhecido como SMARCAD1, uma das condições que caracteriza a doença.

Extremamente rara, a adermatoglifia, até agora, foi observada apenas em um pequeno grupo de famílias ao redor do mundo. “Estou cansado de explicar a situação. Pedi conselhos a muitos profissionais, mas como a doença é rara, quase ninguém sabe fornecer uma orientação clara”, reclamou Apu Sarker. “Um advogado sugeriu que eu fosse ao tribunal. Se as coisas seguirem como estão, é isso que terei de fazer”.

Apu, seu irmão e seu pai decidiram adquirir um cartão inteligente após fazer um escaneamento de suas retinas. De acordo com o Departamento Nacional de Carteira de Identidade, pode ser que, agora, com a digitalização de retina, os homens da família Sarker obtenham os documentos que necessitam.

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