Veja grandes avanços científicos feitos em 2020 que passaram desapercebidos

Na era em que vivemos, temos várias notícias em nossas mãos, quase que o tempo todo. Basta pesquisar algum tópico e várias informações e notícias aparecerão na tela. Mas, ao mesmo tempo, que é uma coisa boa termos tanta informação ao nosso dispor, às vezes, podemos achar que estamos perdendo alguma coisa. Ou então, até mesmo nos desmotivarmos, por conta do tanto de notícias ruins, que vemos na internet.

Com certeza, todos nós podemos concordar que 2020 não foi um ano fácil. Vivemos uma pandemia sem precedentes e parece ano passado levou ao pé da letra a expressão “o que está ruim pode piorar”.

O foco do mundo inteiro estava na busca desesperada por vacinas e tratamentos que fosse eficazes contra o coronavírus. No entanto, isso não quer dizer que não aconteceram outros avanços científicos em 2020.

De acordo com o El País, algumas dessas conquistas científicas marcaram a história. Como por exemplo, a descoberta de sinais suspeitos de vida em Vênus, lançamento de várias missões robóticas para Marte, novas amostras lunares por conta de uma missão japonesa entre outros. Contudo, vários desses avanços passaram desapercebidos. Mostramos alguns deles aqui.

1 – Revolução contra doenças hereditárias

Essa foi uma grande notícia de 2020, que ficou conhecida há pouco tempo. As multinacionais CRISPR Therapeutics e Vertex anunciaram que conseguiram sucesso na técnica revolucionária de edição de genes CRISPR para tratar uma dezena de pessoas com doenças hereditárias.

A terapia é chamada CTX001. Ela faz a remoção de células-tronco do sangue do paciente, corrige os erros genéticos em laboratório e as devolve para o corpo.Das 10 pessoas tratadas,  sete tem beta talassemia, que é um distúrbio no sangue que faz com que o corpo tenha menos hemoglobina. E os outros três têm anemia falciforme.

A notícia boa é que todos os pacientes responderam bem ao tratamento.

2 – Caminhando para o tratamento definitivo do HIV

Essa cura ainda é um dos grandes enigmas da medicina. Em agosto de 2020, uma equipe de cientistas dos EUA iluminou os mecanismos moleculares dos 0,5% de pessoas que vivem com o vírus da AIDS e o mantém a níveis indetectáveis de carga viral sem precisar de tratamento.

Feito isso, eles falaram de uma “cura funcional” para uma das mulheres que foi estudada, Loreen Willenberg. Ela foi diagnosticada, em 1992, e seria a primeira pessoa conhecida que o sistema imunológico controla natural e completamente o HIV. E o estudo publicado na revista “Nature” abre novos caminhos para a pesquisa de um tratamento definitivo contra o vírus.

3 – Supercondutor em temperatura ambiente

O físico Ranga Dias fala a respeito do santo graal, que é um material que pode mudar o mundo como conhecemos. E isso é um dos grandes sonhos da física. encontrar um supercondutor de eletricidade à temperatura ambiente. Ele permitiria que fossem projetados motores e redes de transmissão ultraeficientes sem perder energia.

Em 2020, a equipe de Dias chegou mais perto disso do que ninguém jamais chegou. Eles conseguiram um material rico em hidrogênio, enxofre e carbono, que foi submetido a uma pressão mais de dois milhões de vezes maior do que a feita pela atmosfera terrestre no nível do mar.

Esse material é supercondutor a aproximadamente 14º Celsius. No entanto, é preciso pressões tão altas que sua aplicação ainda está longe.

4 – Cérebro dos pássaros

O corvo comum é conhecido por sua grande extensão de sons. E no ano passado, eles foram os protagonistas de um experimento que testou a crença de que apenas os humanos têm algumas capacidades.

O neurocientista Andreas Niedere e sua equipe da Universidade de Tübingen, na Alemanha, treinaram dois corvos para mexer a cabeça quando vissem determinada sequência de luzes em uma tela. E através de eletrodos presos nos cérebros dos pássaros, foi sugerido um espécie de consciência sensorial. Que seria uma forma mais rudimentar da autoconsciência humana.

5 – Futuro climático da Terra

Em 1979, uma equipe de cientistas se reuniu para tentar prever o futuro do planeta. A previsão feita por eles se repetiu desde então. Se as emissões de CO2 dobrassem em comparação com a dos tempos pré-industriais, a temperatura da Terra aumentaria entre 1,5 e 4,5º Celsius.

No entanto, em 2020, outro grupo de cientistas refinou essa previsão através do avanço do conhecimento, que foi feito nas últimas décadas. De acordo com eles, a temperatura aumentaria entre 2,3 e 3,9º Celsius em um cenário de gases não controlados. E se as emissões continuarem como estão, o momento de duplicação pode chegar em aproximadamente 70 anos.