Todas as pessoas já ouviram que o cérebro é a máquina mais perfeita do mundo. Por isso que várias tecnologias se inspiram no órgão na forma do seu funcionamento e várias pesquisas sempre são feitas para compreendê-lo melhor. Como essa feita em 2024 pelos pesquisadores de Harvard e especialistas em IA do Google fazendo o mapeamento de 1 milímetro cúbico do cérebro humano na maior reconstrução 3D. O resultado visto por eles foi que os dados de 1 milímetro cúbico de tecido cerebral equivalem a 14 mil filmes em 4K.
Colocando em números, eles viram 1,4 petabytes (PB) de dados, ou seja, 1.400 terabytes (TB), o equivalente a baixar 14 mil filmes em 4K. De acordo com o site Tom’s Hardware, se esse mapeamento feito pelos pesquisadores fosse ampliado para todo o órgão, ele custaria 50 bilhões de dólares, cerca de 278 bilhões de reais, e chegaria ao resultado de 1,6 zettabytes (ZB) de dados (1,6 bilhão de TB). Isso conseguiria ser armazenado em um centro de dados de 57 hectares.
De acordo com o Google, para fazer esse experimento eles usaram uma amostra de cérebro de 3 mm de comprimento que foi doada por uma mulher com epilepsia. Com ela, os pesquisadores coletaram milhares de imagens transversais ultrafinas e depois a big tech conseguiu criar um modelo 3D interativo do tecido cerebral através de ferramentas de IA.
Por menor que a amostra fosse, ela tinha cerca de 50 mil células, 230 mm de vasos sanguíneos e aproximadamente 150 milhões de sinapses. No mapa 3D criado pelo Google é possível ver com detalhes as fibras e células cerebrais.
FDR
Claro que esse feito é um marco por representar um passo adiante na tentativa de entender melhor como o cérebro humano funciona.
Na visão dos pesquisadores, saber que 1 milímetro cúbico de tecido cerebral equivalem a 14 mil filmes em 4K pode ser útil para que os estudos a respeito das conexões cerebrais continue. Com isso, pode ser que eles consigam entender detalhes como a formação das memórias ou quais são as causas de transtornos e doenças neurológicas.
Segundo Jeff Lichtman, pesquisador de Harvard, “encontramos muitas coisas neste conjunto de dados que não estão nos livros didáticos”. Um exemplo disso foi um neurônio com amis de cinco mil ponto de conexão com outras células nervosas, e também grupos de axônios formando laços chamados de “vértices axônicos”.
Mesmo assim, o próprio Lichtman ressaltou que os pesquisadores ainda não conseguem compreender várias das descobertas feitas. No entanto, o experimento sugere que existe uma grande diferença entre o que se sabe a respeito do cérebro e o que ainda precisa ser descoberto.
Fonte: Xataka
Imagens: FDR