Na terça-feira (13), a NASA destacou uma imagem impressionante: um raio gigante e vermelho.
Esse registro impressionante veio de Matthew Dominick, astronauta que se encontra na Estação Espacial Internacional (ISS).
Enquanto a estação orbita ao redor do planeta, ele fotografou um raio extenso e avermelhado na atmosfera. Esse fenômeno é conhecido como jato atmosférico, um tipo raro de raio que foi descoberto há apenas duas décadas.
Os cientistas acreditam que esses jatos estão relacionados a tempestades de raios e se estendem para cima em direção à ionosfera da Terra.
Além da aeronave, a imagem do raio gigante e vermelho exibe as luzes de diversas cidades reluzindo em nosso planeta. Essa luminosidade também contribui para o brilho esbranquiçado visto nas nuvens.
Matthew também capturou o airglow, o brilho atmosférico. Trata-se de uma fraca emissão de luz provocada por diversos processos na camada superior da atmosfera, como a recombinação de átomos ionizados pelo Sol durante o dia.
Eventos luminosos transitórios
O avistamento feito pelo astronauta exemplifica um fenômeno luminoso transitório conhecido como TLE. Essas formas de plasma luminoso ocorrem em altitudes muito superiores às habituais para raios e nuvens.
Embora pilotos já tenham relatado vários TLEs, somente em 1989 eles foram documentados em fotografias pela primeira vez, o que permitiu que cientistas os estudassem.
Atualmente, sabe-se que existem diversos tipos de TLEs. Os jatos gigantes, por exemplo, são raros e podem atingir até 70 km de altitude.
Já os Sprites são breves flashes de luz vermelha visíveis acima de grandes sistemas de tempestades. Devido à sua estrutura ramificada, os sprites podem ser classificados como águas-vivas, colunas e cenouras.
Tem perigo?
Os fenômenos luminosos transitórios, como o raio gigante e vermelho que o astronauta capturou, são eventos que ocorrem principalmente na alta atmosfera. Ou seja, geralmente acima de tempestades, e incluem uma variedade de manifestações luminosas.
Esses fenômenos resultam de descargas elétricas, mas ocorrem em altitudes muito acima da superfície da Terra, na mesosfera e na termosfera.
Por conta disso, diretamente, as TLEs não representam um perigo direto para a Terra ou para os seres humanos. Isso porque eles ocorrem em altitudes muito altas, longe da superfície, e não têm impacto direto sobre as condições climáticas ou ambientais na Terra.
Ao contrário de outros eventos atmosféricos, não existe proximidade suficiente para nos preocuparmos.
E como o astronauta captou esse raio gigante e vermelho? Simples, ele estava próximo o suficiente. No espaço, onde o Matthew Dominick estava, existe a Estação Espacial Internacional, com equipamentos de observação justamente para essas ocasiões.
Quando algo inusitado ocorre, eles conseguem captar e levar amostras para estudos, visto que não acontece sempre.
Indiretamente
Enquanto isso, indiretamente, não existem evidências de que os fenômenos luminosos causem danos aos seres vivos, às estruturas ou à tecnologia.
Essa é uma preocupação constante em eventos climáticos, como aconteceu anteriormente no caso das tempestades solares. Apesar de longe, elas influenciaram em alguns serviços terrestres.
Nesse sentido, o raio gigante e vermelho pode acabar influenciar a ionosfera, o que poderia, em teoria, ter um efeito mínimo nas comunicações por rádio e nos sistemas de navegação.
Como os satélites se localizam em um espaço fora da atmosfera, a proximidade e a falta da proteção natural da Terra acabam se tornando fatores menos positivos.
Mas isso é raro e não é considerado um perigo significativo, visto que não aconteceu em um número de vezes significativo, até mesmo para a catalogação.
Portanto, esses raios luminosos são mais um fenômeno interessante para estudo científico do que uma ameaça real. Trata-se apenas uma curiosidade para as agências avaliarem, e, talvez, conseguirem entender mais sobre esses elementos no espaço.
Fonte: Canaltech