História

Artefato encontrado em ilha no Pacífico pode reescrever a história humana

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A chegada dos primeiros seres humanos às ilhas do Pacífico continua a ser um enigma que fascina e desafia historiadores e arqueólogos. No entanto, uma recente descoberta na Ilha Waigeo, parte do arquipélago de Raja Ampat, na Papua Ocidental, pode revolucionar nossa compreensão sobre essa migração inicial.

Uma equipe de arqueólogos desenterrou o que parece ser a evidência mais antiga de habitação humana não apenas nas ilhas do Pacífico, mas em qualquer lugar fora da África.

Durante as escavações, encontraram diversos artefatos, incluindo ferramentas de pedra, ossos de animais, conchas e vestígios de carvão. Esses materiais são remanescentes de comunidades humanas que habitaram a região há aproximadamente 55 mil anos.

Entretanto, o achado mais surpreendente foi um pequeno objeto, com apenas alguns centímetros de diâmetro, feito de resina de árvore.

Embora sua função permaneça incerta, é evidente que foi manipulado por humanos, sugerindo um nível de habilidade e complexidade técnica inesperado para aquela época.

Esta descoberta abre novas perspectivas sobre o desenvolvimento das capacidades cognitivas e tecnológicas dos primeiros habitantes das ilhas do Pacífico, reconfigurando a narrativa da história humana na região.

Via Olhar Digital

Nova história nas ilhas do Pacífico

Os primeiros habitantes teriam chegado à região vindo do norte. Há duas teorias principais sobre a migração humana antiga. Uma delas sugere que os seres humanos chegaram às ilhas do Pacífico através da Austrália.

Por outro lado, a outra teoria argumenta que eles chegaram pelo norte, viajando até a região que hoje é a Papua Ocidental. A descoberta de um artefato feito de resina acaba por fortalecer essa teoria.

Segundo especialistas, os seres humanos teriam migrado através da rota setentrional em direção ao Pacífico há mais de 50 mil anos. Naquela época, a Ilha Waigeo era vista como o ponto de acesso para toda a região.

Futuras pesquisas estão programadas para tentar completar os espaços em branco dessa narrativa.

No entanto, as provas descobertas parecem ser conclusivas. Todas as descobertas foram detalhadas em um estudo divulgado na revista Antiquity.

O que se esperava?

O período da chegada dos primeiros humanos nas ilhas do Pacífico, acredita-se que foi há 55 mil anos. Na época, os grupos eram caçadores-coletores e já demonstravam algumas habilidades.

Contudo, o que se esperava dessas pessoas não incluía, claro, o objeto de resina de árvore.

Historiadores acreditavam que as habilidades eram mais simples. Comprovou-se que os humanos dessa época eram hábeis na fabricação de ferramentas de pedra, usando técnicas como a lascagem para criar lâminas, raspadores e outras ferramentas essenciais para a caça, a preparação de alimentos e outras atividades diárias.

Além disso, eles já dominavam o uso do fogo, o que era crucial para cozinhar alimentos, aquecer em climas frios e proteger a todos dos predadores.

Para chegar a ilhas distantes, como aquelas no Pacífico, esses humanos teriam desenvolvido algum conhecimento básico de navegação, mesmo que rudimentar, utilizando sinais naturais como estrelas, correntes marítimas e ventos.

Via Wikimedia

Embora o desenvolvimento simbólico estivesse em fases iniciais, existem indícios de que os humanos começavam a se expressar por meio de arte e ornamentos pessoais, como colares feitos de conchas ou dentes de animais.

A fabricação de objetos complexos, como o pequeno artefato de resina encontrado, sugere uma capacidade de planejamento, abstração e criatividade além do que se esperava para aquele período.

É por isso que os pesquisadores estão estudando novamente esse período, convictos que existem mais sobre esses humanos do que sabemos atualmente. Pode ser o início da reescrita da História, com mais provas e descobertas concretas que completam as lacunas do passado.

Mas ainda é necessário atenção, para não tirar conclusões precipitadas. A equipe estudará mais sobre o artefato de resina, e trará novos insights no futuro.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Olhar Digital, Wikimedia

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