Ciência e Tecnologia

Desvendando Luca: o ancestral comum que conecta toda a vida na Terra

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Você conhece Luca? Esse ser enigmático seria o responsável por toda a história da vida na Terra. Ela começaria com um organismo enigmático, cuja sigla significa “último ancestral comum universal” (Last Universal Common Ancestor).

Este ser microscópico é considerado o ancestral de todas as formas de vida atuais. Mas como os cientistas conseguiram reconstruir a história desse ancestral primordial?

A resposta está em um trabalho meticuloso e interdisciplinar que une genética, biologia evolutiva e paleontologia, revelando detalhes fascinantes sobre os primeiros momentos da vida em nosso planeta.

Voltando no tempo

Via Freepik

Luca não foi o primeiro ser vivo, mas é o ancestral de todos os organismos modernos, desde as bactérias até os humanos. A jornada para descobrir sua existência envolveu a comparação dos genes de 700 espécies vivas, incluindo bactérias e arqueias, que estão entre as formas de vida mais antigas conhecidas.

Através dessa análise genética, os cientistas conseguiram estimar quando o ancestral comum viveu e como ele poderia ter sido.

Uma das descobertas mais impressionantes foi a idade de Luca. Estudos genéticos e fósseis indicam que ele viveu há cerca de 4,2 bilhões de anos, pouco após a formação da Terra.

Essa estimativa foi feita comparando mutações genéticas ao longo do tempo e analisando fósseis muito antigos, como os tapetes microbianos de 3,48 bilhões de anos encontrados na Austrália.

Para fins de comparação, os dinossauros existiram há 230 milhões de anos, sendo extintos há 66 milhões de anos. O salto temporal entre a existência deles e de Luca mostra como esse organismo é antigo.

Esses fósseis oferecem pistas valiosas sobre as condições da Terra primitiva e ajudaram a estabelecer um cronograma para a evolução inicial da vida.

Além disso, reconstruir o genoma de Luca permitiu aos cientistas entender melhor seu metabolismo e ambiente.

Ele provavelmente habitava locais com condições extremas, como fontes hidrotermais ou oceanos quentes, onde sobrevivia sem oxigênio, alimentando-se dos resíduos deixados por outros organismos.

Curiosamente, Luca também apresentava o que seria um sistema imunológico mais rudimentar. Isso sugere que ele já estava atrás de uma “corrida contra o tempo” com os vírus, mesmo no início da vida na Terra.

Companheiros de Luca

Via Freepik

Esse ancestral universal não estava isolado em seu ambiente primitivo. As evidências sugerem que ele habitava um ecossistema variado e dinâmico, onde outros micróbios reciclavam matéria orgânica, criando condições favoráveis ao surgimento da vida.

Além disso, é possível que outros organismos tenham coexistido com Luca, mas não deixaram descendentes vivos para contar sua história. Dessa forma, nosso conhecimento sobre os primeiros momentos da vida na Terra pode sempre ficar incompleto.

Entender como esses organismos surgiram tem implicações significativas para a busca de vida em outros planetas, indicando que, em locais com condições semelhantes, a vida pode ter se desenvolvido e prosperado.

Se soubermos como ele se formou e quais as condições ideais, será mais simples analisar amostras de outros planetas e traças os fatores em comum para termos respostas mais positivas nas explorações.

Contudo, embora existam avanços significativos, a pesquisa sobre Luca ainda está longe de ser definitiva. Com o surgimento de novas tecnologias e a coleta de mais dados, nossa compreensão desse ancestral primordial continuará a se aprofundar.

Porém, o estudo do último ancestral comum universal abriu novas perspectivas para a ciência. Ele revelou não apenas as origens da vida em nosso planeta, mas também a complexa diversidade dos organismos que surgiram logo após a formação da Terra.

Por isso, à medida que exploramos essas origens, podemos descobrir que a vida, em toda sua variedade, começou muito antes do que imaginávamos, e em mais lugares do que jamais tivemos noção antes.

 

Fonte: Mega Curioso

Imagens: Freepik, Freepik

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