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É possível transformar plástico em comida?

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Com o objetivo de combater o problema da poluição pelo descarte excessivo de plástico, dois pesquisadores da Michigan Tech University (MTU) desenvolveram um projeto que consegue transformar o material em comida.

Intitulado BioPROTEIN, o projeto usa organismos naturais para quebrar os plásticos e sua biomassa não comestível e fazer um processo que, no fim, transforma-o em uma espécie de proteína em pó: em uma comida sustentável, que pode combater a fome.

O estudo foi liderado por Steve Techtmann, professor de Ciências Biológicas na MTU e coautor do estudo. Ele já venceu prêmios como o Future Insight Prize, oferecido pela gigante da indústria química e farmacêutica Merck, no valor de 1 milhão de euros. 

No entanto, Techtmann afirma que o projeto não sugere que as pessoas comam plástico, mas sim as células criadas pelas bactérias que comeram o plástico.

“Há muita proteína nessas células, como lipídios, gordura e vitaminas. O que estamos produzindo é muito semelhante a outras proteínas em pó que já são processadas”, explicou o pesquisador.

O projeto também conta com a participação dos cientistas Ting Lu, professor de Bioengenharia na Universidade de Illinois, Rebecca Ong e David Shonnard, engenheiros químicos da MTU, e Joshua Pearce, engenheiro de materiais. O estudo custou um investimento de  7,2 milhões de dólares ao longo de quatro anos de pesquisa.

Custos

Foto: MTU/ Divulgação

Mesmo conseguindo solucionar os problemas da fome e do descarte do plástico, apontados como dos maiores problemas da atualidade, o custo é uma das barreiras que a equipe objetiva solucionar para possibilitar a utilização do BioPROTEIN em grande escala, assim como o alto consumo de energia. 

“Nossa grande visão é desenvolver algo pequeno, que possa ser colocado em uma caminhonete, e que seja capaz de alimentar a si mesmo, sem precisar de muita energia”, explica Techtmann, sobre o desenvolvimento de um equipamento que consegue fazer o processo.

Outro problema é o baixo índice de reciclagem de plástico: das 6,3 milhões de toneladas produzidas anualmente, 79% se acumulam em aterros e apenas 9% disso é reciclado.

Os pesquisadores ainda apontam que o mais importante é garantir que o produto final do processo seja bom, seguro e saudável, para combater o problema da fome. Vale destacar que aproximadamente 700 milhões de pessoas passam fome no mundo todos os dias, um número que pode crescer durante os próximos anos.

Saliva de verme da cera destrói plásticos e pode combater a poluição 

Foto: Divulgação/ Nature Communications

Outra novidade sobre o combate à poluição do plástico foi a descoberta que enzimas encontradas na saliva do verme da cera são capazes de destruir plástico. A informação foi publicada na revista científica inglesa Nature Communications.

De acordo com os cientistas, enzimas presentes na saliva dos vermes quebram rapidamente o polietileno, o material plástico mais usado no mundo. Essa destruição acontece em poucas horas e na temperatura ambiente.

No ano de 2017, os pesquisadores começaram a observar os vermes da cera e descobriram como eles conseguiam destruir o polietileno.

Os cientistas afirmaram que a saliva do inseto pode ser “um depósito de enzimas degradantes que podem revolucionar a limpeza de resíduos poluentes”.

De acordo com a bióloga molecular Federica Bertocchini, do Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha (CSIC), isso está “mudando o paradigma da biodegradação do plástico”. 

“As mesmas características que tornam o plástico o único material útil também estão criando um dos problemas mais críticos deste século. Mas descobrimos que as enzimas oxidam o plástico, quebrando-o em pequenas moléculas. Isso sugere cenários alternativos para lidar com resíduos plásticos nos quais os plásticos podem ser degradados em condições controladas”, informou.

Dessa forma, os cientistas esperam que o avanço ajude a encontrar formas naturais e econômicas de lidar com a poluição plástica. 

A ideia é produzir, sinteticamente, as enzimas da saliva dos vermes para decompor os resíduos plásticos. No entanto, Bertocchini destaca que a utilização de diversos vermes de cera tem desvantagens. Entre eles está a geração de dióxido de carbono à medida que metabolizam o polietileno.

Fonte: Hypeness, Uol

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