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Entenda o motivo do chip da beleza preocupar entidades

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O padrão de beleza mudou bastante ao longo da história, mas o que não mudou foi o fato de as pessoas continuarem tentando alcançá-lo. Mesmo que, hoje em dia, a valorização da beleza natural seja absolutamente encorajada, existem aqueles que buscam um padrão para se encaixar. Seja por formas naturais, ou criadas, como no caso do chamado “chip da beleza”.

Seja para chegar em uma meta desejada ou para melhorar alguma coisa em nós mesmos, todos queremos nos sentir mais bonitos. Sendo assim, cosméticos e tratamentos estéticos parecem estar sempre se desenvolvendo para conseguir suprir essa necessidade dos consumidores.

No caso do “chip da beleza”, ele é um implante que é prescrito para perda de peso, gerir os sintomas da menopausa, combater o envelhecimento, diminuir gordura corporal, ampliar a libido e aumentar massa muscular.

Preocupações

Olhar digital

Assim como outras formas extremas de busca pela beleza, o uso cada vez maior desse chip, que pode ter esteroides anabolizantes, tem sido motivo de apreensão entre os especialistas em endocrinologia, obesidade e ginecologia.

A preocupação é tão grande que sete entidades médicas fizeram um encaminhamento púbico de um apelo para o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, pedindo que medidas fossem tomadas com relação à prática indiscriminada desses chip da beleza no Brasil.

As entidades foram: Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso); Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM); Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE); Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD); Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG); e Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Esses chip podem ter várias substâncias, normalmente sendo compostos por testosterona ou gestrinona, um progestágeno com efeitos androgênicos. Alémd isso, fórmulas com estradiol, oxandrolona, metformina, ocitocina, outros hormônios e NADH também são criadas.

Outro ponto importantíssimo de ser dito é que o chip da beleza não é aprovado pela Anvisa para ser comercializado e produzido em escala industrial. Por conta disso, eles não tem bula ou informações adequadas sobre sua farmacocinética, eficácia ou segurança.

Justamente por isso que não existe uma dose segura para que esses hormônios sejam aplicados para fins estéticos. E os efeitos colaterais provocados por eles podem ser imprevistos e graves, além de serem maiores do que quaisquer supostos benefícios.

Para se ter uma ideia, os casos vistos depois do uso desses implantes foram de infarto agudo do miocárdio, tromboembolismo e acidente vascular cerebral (AVC). E seu uso também está relacionado com complicações cutâneas, hepáticas, renais, musculares e infecções.

Infelizmente, essas não são as únicas negativas que o chip da beleza pode trazer. Foram vistas manifestações psicológicas e psiquiátricas, como por exemplo, dependência, agressividade, ansiedade, depressão e sintomas de abstinência.

Por conta de tudo isso, as entidades pedem que a Anvisa melhore o controle do uso de esteroides anabolizantes e a regulamentação da manipulação de medicamentos somente na via de administração que o medicamento realmente foi usado.

Chip da beleza

A redação

O chip tem o tamanho de um palito de fósforo. Ele é feito de silicone e é implantado no corpo para liberar, de forma contínua, hormônios. O resultado prometido é que, através dos efeitos androgênicos do hormônio a pessoa emagrecerá, ganhará massa muscular e irá ter sua disposição física aumentada.

Contudo, não são apenas benefícios que o chamado “chip da beleza” pode trazer. Geralmente, as pessoas deixam de mencionar que ele não é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que ele pode gerar efeitos colaterais bem graves.

Embora esse novo tratamento de beleza tenha suas contraindicações por ser subcutâneo com a gestrinona, os relatos médicos a respeito da implantação do “chip da beleza” têm crescido.

Por conta disso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) se pronunciou a respeito desse implante de gestrinona.

“Nós somos cinco mil endocrinologistas no Brasil, tinha profissionais de todo o País mandando denúncias sobre o ‘chip da beleza’ para a gente”, disse Alexandre Hohl, presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina, Andrologia e Transgeneridade da SBEM.

De acordo com ele, ofícios foram enviados para a Anvisa e para o Conselho Federal de Medicina (CFM) pedindo uma maior atenção com relação ao chip.

Segundo Hohl, em um primeiro momento, o chip com gestrinona estava sendo injetado no corpo com a justificativa de tratar a endometriose. Esse é um distúrbio relacionado ao crescimento de tecidos do útero.

No entanto, de uns cinco anos para cá, começou a se ver um uso do chip para fins estéticos. Nesse sentido, a combinação dele com outros tipos de hormônios ficou mais intensa, e o nome “chip da beleza” veio durante esse processo.

“Quando se viu, estavam colocando todo tipo de anabolizante nos ‘chips’, principalmente com a justificativa de aumentar massa magra e diminuir massa gorda. Mas não há indicação médica para benefício estético. Pode dar acne, problemas no fígado, no coração, na mama, aumentar o colesterol e gerar uma série de outros efeitos”, ressalta Hohl.

Além disso, conforme os diagnósticos das consequências do “chip da beleza” ficaram mais intensos nos consultórios, Hohl disse que um movimento coletivo das entidades médicas começou.

Um dos casos de pessoas que colocaram o “chip da beleza” foi o da bancária e triatleta Roberta Mori, de 40 anos. Ela soube do chip no começo de 2021 quando estava procurando novas maneiras de melhorar sua performance no esporte.

Então, Roberta pagou cinco mil reais antecipadamente para fazer um tratamento com os chips que duraria 12 meses. Entretanto, pouco tempo depois que ele foi implantado, a mulher começou a ter complicações.

“Tive inchaço, meu corpo reteve líquido, deu tudo de ruim que poderia dar”, lembrou ela.

Hohl explica que hoje em dia os “chip da beleza” estão em um limbo. Isso porque não existem normas específicas que regulamentem seu uso no Brasil. “A SBEM quer normatizar, que existam regras, que determinem que o implante seja limitado só para determinados casos”, explicou.

Fonte: Olhar digital, UOL

Imagens: Olhar digital, A redação

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