Ciência e Tecnologia

Entenda porque o Japão encomendou o vírus Ebola

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Em 24 de julho de 2020, como muitos já sabem, se iniciam os Jogos Olímpicos de Verão, que serão sediados no Japão. Consequentemente, dezenas de milhares de fãs de esportes desembarcarão no país oriental, para assistir aos jogos. Porém, atletas estrangeiros e turistas podem acabar levando, para a terra do sol nascente, bem mais que suas bagagens. Essas pessoas podem desembarcar em solo japonês, carregando coisas muito perigosas: patógenos letais. Para evitar o risco de surtos, o governo do Japão importou o vírus Ebola e outros quatro patógenos mortais, em setembro de 2019. De acordo com a imprensa, tal medida se deu para que o país pudesse preparar testes de diagnóstico.

Conforme um relatório, publicado na revista científica Nature, estes representam os vírus mais perigosos já autorizados a entrar no Japão. Todos eles foram classificados com o nível de biossegurança 4 (BSL-4). Por isso, os patógenos serão mantidos em uma instalação de contenção especial. Além do mais, os pesquisadores seguirão rigorosos protocolos de segurança.

Entretanto, a única instalação japonesa, que atende a esses requisitos, o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Ministério da Saúde, está localizado em Musashimurayama, a cerca de 30 quilômetros de Tóquio. Além do Ebola, outros quatro vírus devem ser mantidos na instalação. Sendo eles, os vírus Marburg e Lassa, e, outros dois vírus que causam febre hemorrágica.

Tais amostras servirão para validar testes de diagnóstico. Assim, determinando se uma pessoa com um dos vírus pode transmiti-los. O teste desenvolvido pelos japoneses “avalia se uma pessoa está gerando anticorpos para combater o vírus, o que sugere que eles estão em recuperação”, informou Masayuki Saijo, diretor do departamento que cuidará dos vírus da febre hemorrágica.

Prevenção

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças do Japão, aqueles, que trabalham em laboratórios que abrigam vírus tão perigosos, quanto esses utilizam roupas especiais. O mesmo se aplica àqueles que visitam o local. Além de terem que trocar de roupa, antes de entrar e tomar banho ao sair do local. Todos os materiais são descontaminados, antes de deixar as instalações.

A estrutura desse laboratório é alojado em um prédio separado, ou uma ala situada em uma instalação maior. Além de ser equipada com sistemas de exaustão de ar, linhas de vácuo e sistemas de descontaminação. O laboratório em Musashimurayama é um dos poucos a poder abrigar vírus BSL-4, em toda a Ásia. Nos Estados Unidos e Europa, eles são mais comuns e muitos se encontram em operação ou construção. “Este é um momento histórico, um evento histórico“, disse Saijo ao The Japan Times.

“Chegamos a um bom nível de entendimento sobre o assunto. É um grande passo em direção à proteção contra as ameaças potenciais dos vírus, enquanto o país se prepara para receber pessoas do mundo todo para este evento esportivo”, disse Takumi Nemoto, Ministro da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão à Kyodo News.

Para alguns especialistas, a importação desses vírus, pelo Japão, permitirá que eles criem mecanismos de defesa para possíveis surtos durante as Olimpíadas, ou até mesmo depois. Além de ainda poderem estudar doenças, que são transportadas por animais. “Um relatório de uma infecção pelo vírus Ebola durante as Olimpíadas, pode ter consequências devastadoras se as respostas de emergência não forem profissionais”, disse Elke Mühlberger, microbiologista da Universidade de Boston à Nature.

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