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Jovem finge ter leucemia e aplica golpe em colegas

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Todo mundo já ouviu a frase “com doença não se brinca”, mas infelizmente não são todas as pessoas que levam isso a sério. E em alguns casos, doenças sérias, como a leucemia, são usadas como pretextos para golpe

A leucemia é um tipo de câncer maligno. A característica principal dessa doença é o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea. Então essas células acabam substituindo as células sanguíneas normais. Na maior parte dos casos, a doença é vista nos glóbulos brancos, e mesmo que se saiba muito sobre ela, a origem da leucemia ainda não foi descoberta. O que se sabe é que, assim como outros tipos de câncer, é uma doença grave.

Talvez por esse motivo que a camareira Débora Barros dos Santos, de 26 anos, escolheu a doença para conseguir aplicar seu golpe. De acordo com acusações dos colegas de trabalho da jovem, ela disse ter leucemia e que precisava de dinheiro para conseguir pagar o tratamento da doença.

Caso

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Esse caso aconteceu em uma pousada de Pirenópolis, no interior de Goiás. A Polícia Civil está investigando para saber mais a respeito disso. Em uma entrevista dada à CNN, o recepcionista Mateus Milagre, de 25 anos, contou que os funcionários da pousada fizeram a denúncia por suspeitarem que a história da jovem se tratava de um golpe.

“Nós ficamos muito sensibilizados e com muito medo de perder nossa colega, então fizemos vaquinhas, rifas e doações pra ela. Juntamos bastante dinheiro. Ela sempre mandava mensagem pra alguém falando que tinha que fazer um exame no dia seguinte e a gente ‘se virava’ para juntar dinheiro para ela”, contou ele.

“Durante o horário de trabalho, muitas vezes no nosso horário de almoço ela ia para o banheiro e ‘sangrava’ pelo ouvido, pelo nariz e abria a porta pedindo ajuda. Todo mundo ficava desesperado e tentando ajudar”, continuou.

Mesmo pedindo ajuda, segundo Mateus, Débora não permitia que ninguém fosse junto com ela ao hospital ou então a acompanhasse nas suas consultas médicas. “Ela não deixava ninguém levá-la ao hospital, nem mesmo o namorado. Ela sempre queria ir sozinha, tanto nas consultas como nos laboratórios. Nós fizemos uma confraternização de fim de ano, fizemos camisetas e colocamos em especial uma frase e o nome dela. Algumas amigas próximas fizeram até tatuagens com o nome dela”, disse o recepcionista.

Leucemia

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Ainda segundo o recepcionista, as amigas próximas da jovem começaram a desconfiar da leucemia de Débora e pediram exames e atestados para ela. No entanto, a camareira nunca apresentou esses laudos.

“O namorado dela a levou ao hospital que ela dizia fazer o tratamento, que fica em outra cidade. Ele foi em busca de provas de que ela fazia tratamento lá. Pois ele não encontrou registro de nada. Não tem doença, ela nos enganou. Fizemos de tudo pra ajudar”, contou Mateus.

O delegado Tibério Cardoso contou que um grupo de funcionários de uma pousada de Pirenópolis procurou a Polícia Civil da cidade. “Eles relataram que uma colega de trabalho alegou que estava com uma doença grave e, posteriormente, ela informou que se tratava de uma leucemia, e que o tratamento era muito caro. O pessoal todo ficou compadecido. Havia cinco anos que ela trabalhava nesse local e todo mundo se dispôs a colaborar financeiramente com ela”, disse ele.

“No curso desse ‘tratamento’, ela informava que era acompanhada por uma amiga. Essa amiga sempre entrava em contato com os colegas de trabalho informando sobre o ‘tratamento’ ao qual ela estava sendo submetida e valores relativos. Em razão disso, o pessoal fazia essas colaborações financeiras para ajudar a custear”, continuou o delegado.

Golpe

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Cardoso também afirmou que a arrecadação feita pelos funcionários da pousada eram feitas com valores determinados a serem atingidos. “Ela fazia essa arrecadação para custear esse tratamento conforme o valor alegado. Às vezes R$ 3.800, às vezes R$ 4.500, sempre um valor determinado”, explicou.

“Ela costumava retornar desses ‘tratamentos’ com esparadrapos pelo corpo, curativos em locais que aparentemente ela havia recebido medicação intravenosa e, com isso, ela foi conquistando alguns privilégios, como faltar [ao trabalho]. O pessoal não exigia de imediato o atestado médico dela”, disse Cardoso.

Segundo Cardoso, Débora dizia fazer seu tratamento contra leucemia no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, que é referência no tratamento do câncer no estado. “O pessoal desconfiou e entrou em contato com o hospital. Eles tentaram obter o diagnóstico e o tratamento ao qual ela estava sendo submetida e perguntaram por que o hospital estava se recusando a fornecer atestado médico. A direção do hospital informou que essa pessoa que eles estavam solicitando o atestado médico não havia sido submetida a nenhum tipo de tratamento naquele hospital”, pontuou o delegado.

Investigação

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Depois que os funcionários tiveram esse parecer do hospital, as suspeitas de que Débora estava aplicando um golpe a eles ficou ainda maior. De acordo com o delegado, os colegas da camareira a questionaram. “Após esse dia, ela não voltou mais ao local de trabalho. Essas pessoas se reuniram e decidiram procurar a polícia para apurar esses fatos”, disse ele.

Agora, a polícia está estipulando o valor aproximado que cada um dos funcionários deu para Débora fazer seu suposto tratamento de leucemia. E eles não foram os únicos afetados. Além dos colegas, pessoas fora do trabalho e do convívio familiar da jovem também contribuíram com ela e caíram no golpe.

“São mais de 100 vítimas. É muita gente para ser ouvida e o inquérito vai se estender um pouco por causa disso. Inicialmente, instauramos inquérito policial para apurar o crime de estelionato. Vamos apurar esse fato da maneira mais detalhada possível para que o inquérito seja concluído e seja remetido ao Judiciário”, concluiu o delegado.

Fonte: Poptime

Imagens: Bhaz, Poptime

 

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