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Essa bactéria conseguiu sobreviver por um ano do lado de fora da Estação Espacial

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Por vários anos, os humanos sonham em viver no espaço. E graças ao lançamento de uma estação espacial, as pessoas começaram a entender o espaço. Esse lugar está ajudando os humanos a entenderem como podemos viver no espaço. O mais incrível é que essa ideia não passava de pura ficção científica, há décadas atrás.

A quantidade de informação e conhecimento que nós podemos obter no espaço, é simplesmente inimaginável. Mas mesmo assim, a vida fora do nosso planeta não é tão fácil, como vemos em desenhos e filmes. Problemas como raios cósmicos, radiação e asteroides atrapalham essa vida.

Agora imagine sobreviver no vazio espacial do lado de fora da Estação Espacial Internacional (ISS). Isso é uma façanha incrível que uma espécie de bactéria encontrada pela primeira vez em uma lata de carne, a Deinococcus radiodurans, conseguiu fazer. Ela viveu por um ano do lado de fora da ISS.

Bactéria

Já faz algum tempo que os pesquisadores estão estudando esses micróbios poderosos. Em 2015, uma equipe internacional montou a missão Tanpopo, do lado de fora do módulo experimental japonês Kibo, para testar as espécies bacterianas que eram resistentes.

A Deinococcus radiodurans conseguiu passar nos testes muito bem. As células bacterianas foram desidratadas, enviadas para a ISS e colocadas no Exposed Facility, que é uma plataforma que fica continuamente exposta ao ambiente espacial.

As células estavam atrás de uma janela de vidro que bloqueava a luz ultravioleta em comprimentos de onda menores que 190 nanômetros.

“Os resultados apresentados neste estudo podem aumentar a conscientização sobre as preocupações com a proteção planetária. Por exemplo, a atmosfera marciana que absorve radiação UV abaixo de 190-200 nm. Para imitar essa condição, nossa configuração experimental na ISS incluiu uma janela de vidro de dióxido de silício”, escreveu a equipe da Áustria, Japão e Alemanha no seu artigo.

Tempo

No entanto, esse não foi o maior tempo que a Deinococcus radiodurans foi mantida nessas condições. Em agosto desse ano os pesquisadores escreveram sobre uma amostra de bactéria que foi deixada lá por três anos inteiros.

Mas a  equipe não queria um recorde de maior tempo. O que eles estavam pesquisando era tentar descobrir o que faz a Deinococcus radiodurans tão boa em sobreviver nas condições extremas do espaço.

Então, depois de um ano submetida a todos os problemas espaciais as bactérias foram trazidas de volta à Terra. Quando chegaram os pesquisadores reidrataram as bactérias que tinham passado o ano aqui na Terra e as que tinham ficado em órbita terrestre baixa (LEO) e compararam seus resultados.

A taxa de sobrevivência foi muito menor para as bactérias LEO em comparação com a versão de controle. No entanto, as bactérias que sobreviveram pareciam estar bem, mesmo que tivessem ficado um pouco diferentes dos seus irmãos terrestres.

Descobertas

A equipe descobriu que as bactérias LEO estavam cobertas com pequenas saliências ou vesículas em sua superfície. Eles não sabem exatamente o motivo dessas vesículas terem se formado. Mas eles tem algumas hipóteses.

“A vesiculação intensificada após a recuperação da exposição ao LEO pode servir como uma resposta rápida ao estresse, que aumenta a sobrevivência das células retirando os produtos do estresse”, escreveu a equipe.

“Além disso, as vesículas da membrana externa podem conter proteínas importantes para a aquisição de nutrientes, transferência de DNA, transporte de toxinas e moléculas de detecção de quorum, induzindo a ativação de mecanismos de resistência após a exposição espacial”, continuaram.

Esses estudos ajudam a entender se as bactérias conseguiriam sobreviver em outros mundos, e talvez até a uma jornada entre eles. “Essas investigações nos ajudam a entender os mecanismos e processos pelos quais a vida pode existir fora da Terra, expandindo nosso conhecimento sobre como sobreviver e se adaptar no ambiente hostil do espaço sideral”, disse a bioquímica da Universidade de Viena, Tetyana Milojevic.

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