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Essas são coisas que você nunca soube (mas deveria) sobre o Auto da Compadecida

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O auto da Compadecida é uma peça teatral escrita por Ariano Suassuna. Um escritor pernambucano arretado que quis elevar a linguagem popular, a literatura do cordel, bem como os autos medievais. Tudo isso de uma maneira lúdica, cômica e satírica. O texto exalta os humildes, os pobres e oprimidos.

E satiriza os poderosos, a igreja e a polícia. O filme dirigido por Guel Arraes tirou o texto do papel para as telonas, traduziu de forma fiel a imagem da história e conquistou o coração dos brasileiros, consagrando o Auto da Compadecida como o 63º melhor filme brasileiro de todos os tempos, segundo a Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).

Quem não se lembra dos planos mirabolantes e arriscados de João Grilo? E de Chicó e seus causos intermináveis? Ele não sabia de onde surgiu aquelas histórias e nem como elas eram possíveis, de tão absurdas. Ele apenas dizia “Não sei, só sei que foi assim”.

O Auto da Compadecida tornou-se um clássico da sessão da tarde. Uma maneira de resgatar a simplicidade do povo brasileiro que sofre todos os dias, que é humilhado e esquecido no interior desse país, e ainda assim, consegue sorrir e ser feliz diante das adversidades.

A fim de enaltecer essa preciosidade da nossa literatura e também para ficar com saudades dessa história, aqui vai uma lista de curiosidades que você não sabia sobre o Auto da Compadecida, mas precisa conhecer:

1 – O Diretor

Miguel “Guel” Arraes de Alencar Filho é o cineasta do filme. Ele é filho do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes.

A curiosidade é que Guel cresceu na mesma rua que Ariano Suassuna. Eles eram vizinhos e o cineasta via no escritor uma espécie de mentor intelectual.

Ariano levou anos para aceitar a adaptação da obra para a televisão. Mas a proximidade dos dois facilitou o diálogo.

Ariano Suassuna era conhecido por sua oposição à cultura pop bem como a deturpação dos conteúdos de massa produzidos pela televisão. O Auto da Compadecida só foi filmado porque foi Guel Arraes quem o convenceu.

2 –  O figurino

Toda a produção do figurino dos personagens foi realizada por Cao Albuquerque. O processo de caracterização das roupas criadas por ele foi muito interessante.

Cao jogou todas as peças de vestuário em um caldeirão. Elas foram tingidas e lixadas várias vezes para ficar com um aspecto empobrecido e gasto. Essa técnica deu ao figurino um estilo fiel das roupas nordestinas antigas.

3 – Transformação

Marco Nanini, que interpreta o personagem do cangaceiro Severino, usou um olho falso de vidro, além de látex no rosto e uma peruca. A roupa utilizada por ele, cheio de detalhes, pesava oito quilos.

Já o ator Matheus Nachtergaele (João Grilo) precisou usar uma prótese dentária amarela e irregular. Além de ter sua pele escurecida com maquiagem, para se aproximar da descrição de João Grilo na peça.

4 – Rosinha

A personagem de Rosinha, interpretada por Virginia Cavendish, não tinha destaque na obra original. Ela era apenas citada na versão de Ariano. Mas no cinema, o papel de Rosinha cresceu e é impossível imaginar o filme sem ela.

5 – Público

O filme foi um sucesso de público que lotou os cinemas para ver e rever a história sertaneja de Chicó e João Grilo. Mais de duas milhões de pessoas assistiram à película cinematográfica de Arraes, isso antes do filme ser exibido pela TV aberta.

6 – Local

O filme foi todo filmado em Cabaceiras, uma cidade localizada no sertão da Paraíba, próxima à Taperoá. Hoje Cabaceiras é conhecida como a “Roliúde Nordestina”, em referência à terra do cinema mundial, Hollywood, nos Estados Unidos.

A cidade nordestina recebe um grande fluxo de turistas que vão até o local apenas para ver os lugares históricos onde foram filmadas as cenas do filme.

7 – Prêmios

O filme teve reconhecimento da industria cinematográfica brasileira e ganhou vários prêmios no “Grande Prêmio do Cinema Brasileiro” em 2001.

O filme venceu nas categorias de Melhor Diretor com Miguel Arraes, Melhor Ator com Matheus Nachtergaele, além de Melhor Roteiro e Melhor Lançamento.

Se você já não se lembra da riqueza de detalhes do filme está na hora de rever essa joia do cinema brasileiro. Se nunca viu, já passou da hora de assisti-lo. Afinal, esse é um dos maiores clássicos da nossa literatura e também do cinema.

Não esqueça de deixar o seu comentário sobre a matéria e aproveite para deixar logo abaixo as suas frases preferidas do filme.

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