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Esse polêmico método promete acabar com ataques de tubarões

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Os ataques de tubarões são algo preocupante em todo mundo. Esses animais são considerados perigosos, o que acabou levando ao seu abate em massa no século passado. No entanto, de acordo com dados do governo americano, a chance de uma pessoa morrer por um ataque de tubarão é de 1 em 3,7 milhões. Esse risco é 47 vezes menor do que o de mortes por relâmpagos, por exemplo. 

Atualmente, diversos países colocam redes e anzóis com iscas para tentar acabar com os tubarões em suas praias. Porém, existem especialistas que afirmam que o número relativamente pequeno de tubarões é responsável pela maioria dos ataques. Para eles, esses animais poderiam ser identificados e mortos sem afetar o resto da população deles. Vale lembrar que por causa da caça excessiva, mais de 30% das espécies de tubarão e arraia já correm risco de extinção

O francês Eric Clua, biólogo marinho da École Pratique des Hautes Études, em Paris, faz parte dos especialistas que acreditam nessa teoria. O biólogo desenvolveu um método chamado biteprinting –”impressão bucal” – para fazer isso.

Qual é a lógica do biteprinting? 

Foto: Reprodução

Em entrevista à Superinteressante, o biólogo explicou que a biteprinting se baseia na coleta de amostras de DNA dos tubarões considerados perigosos. O especialista informou que esse perfil genético individual seria complementado por fotoidentificação ou outro meio que permita o reconhecimento individual do tubarão e sua possível remoção, caso existam ataques.

“Dessa forma, grandes bancos de dados locais seriam construídos e compartilhados entre regiões vizinhas”, acrescenta Clua. 

O especialista explica que na prática, a coleta de dados seria realizada por meio de pesca não letal. Em seguida, em qualquer ataque de tubarão em humanos, seriam coletados fragmentos de DNA do animal nos ferimentos da vítima. Também seria registrado qual a espécie e comprimento do tubarão, sempre que possível.

“Essas informações seriam cruzadas com o banco de dados local, e os poucos tubarões potencialmente responsáveis seriam removidos [caçados] por pesca ou tiro subaquático.”

Em relação às críticas dos outros cientistas, Clua afirma que apesar de muitos dizerem que não existe uma prova direta de que um único tubarão pode morder humanos várias vezes, um estudo que será publicado em breve traz evidências sobre isso. A pesquisa é baseada em informações genéticas, de que existem “indivíduos problemáticos”.

De acordo com o especialista, outra crítica seria em relação ao custo do projeto. Mas,”os perfis genéticos não custariam mais caro do que os métodos utilizados hoje, e também teriam outros efeitos positivos, como permitir o monitoramento genético das populações de tubarões”.

Ataques de tubarões em Fernando de Noronha é preocupante

Foto: Daniel Smorigo

No final do mês de abril de 2022, foi registrado um novo ataque de tubarão em Fernando de Noronha. O professor do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Jonas Rodrigues, afirmou que apesar da pouca gravidade do último incidente, é preocupante o que está acontecendo na região.

“Este é o décimo ataque de tubarão em Noronha desde 2015, é um sinal de que é preciso tentar entender porque está havendo essa interação maior entre o animal e os banhistas”, disse o professor.

O ataque do mês de abril envolveu um turista de Rondônia. O homem de 34 anos estava praticando surfe de peito quando teve o pé mordido por um tubarão na praia da Cacimba do Padre. Ele foi atendido no hospital São Lucas, e recebeu alta após ter o ferimento suturado.

Cuidados com os ataques de tubarões

Foto: Dandara Guedes/ Acervo pessoal/ Reprodução

O professor Jonas Rodrigues informou que já existem estudos sobre os tubarões de Noronha, porém, novas pesquisas podem ser feitas. Para ele, precisam ser tomadas medidas imediatas para evitar novos incidentes.

“As praias da ilha poderiam ser sinalizadas de acordo com o risco maior ou menor de ataques de espécies nativas. Além disso, poderia haver um trabalho maior de educação ambiental com os visitantes que chegam à ilha, com a realização de palestras sobre a fauna local, explicando os hábitos dos principais animais e os riscos e cuidados que o visitante deve observar ao entrar no mar”, disse o professor.

Fonte: Superinteressante, JC

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