Curiosidades

Esses podem ser os primeiros animais a terem esqueletos

0

Antes da diversidade de vida na Terra explodir há cerca de 540 milhões de anos, os primeiros esqueletos de animais primitivos já estavam começando a se formar.

De acordo com pesquisa publicada na revista Proceedings of the Royal Society Biological Sciences, esponjas marinhas de aparência mole dessa época foram encontradas em formas tubulares semelhantes a dedais, estruturadas por fios duros e mineralizados, espécie que os cientistas acreditam estar entre os primeiros conjuntos de fósseis esqueléticos.

Porém, poucos outros esqueletos primitivos existem no registro fóssil, e muitos deles já perderam suas partes moles. Dessa forma, é difícil afirmar como eram as primeiras criaturas esqueléticas da Terra, além dos tubos ocos, e como classificá-las.

Diversos fósseis da China desafiaram as probabilidades e agora estão fornecendo aos arqueólogos um vislumbre real das primeiras vidas, que habitaram a terra aproximadamente 514 milhões de anos atrás.

Os fósseis preservaram o tecido mole de quatro criaturas marinhas similares aos vermes pertencentes à espécie Gangtoucunia aspera.

Primeiramente, os cientistas pensaram que este gênero extinto era um parente de vermes anelídeos vivos (como minhocas). No entanto, os novos estudos apontaram que a Gangtoucunia está mais relacionada aos cnidários de pólipos, como águas-vivas, anêmonas do mar e corais.

As bocas desses organismos em forma de tubo são cercadas por tentáculos retráteis de aproximadamente 5 milímetros de comprimento, que podem ter sido usados para capturar as presas. O intestino do animal ocupa a maior parte do corpo e é dividido em cavidades longitudinais.

A forma das criaturas é moldada por um mineral duro conhecido como fosfato de cálcio, que também é encontrado nos ossos humanos.

Os esqueletos são peça-chave para o quebra-cabeça evolutivo 

Foto: Xiaodong Wang

“Esta é realmente uma descoberta de um em um milhão. Esses tubos misteriosos são frequentemente encontrados em grupos de centenas de indivíduos, mas até agora eram considerados fósseis ‘problemáticos’ porque não tínhamos como classificá-los”, diz o paleontólogo e biólogo Luke Parry da Universidade de Oxford.

De acordo com ele, esses novos espécimes foi uma “peça-chave do quebra-cabeça evolutivo colocada no lugar”.

Os pesquisadores descobriram os quatro fósseis na província oriental de Yunnan, na China. A falta de oxigênio do local permitiu que os tecidos moles escapassem de bactérias famintas.

A coroa de tentáculos no topo desses animais primitivos é conhecida por acontecer apenas entre os cnidários de pólipos, incluindo águas-vivas antes de desenvolverem um estágio de natação livre.

Como pólipos jovens, as águas-vivas possuem a forma de vasos com uma extremidade presa a uma superfície e a outra aberta ao mundo oceânico. Já os tentáculos na entrada ajudam a prender a presa e a colocá-la na boca.

Após considerarem isso, os pesquisadores concluíram que G. aspera é um antigo pólipo do fundo do mar dentro ou perto de um cnidário conhecido como medusozoa.

A maioria dos animais desse grupo, as chamadas águas-vivas verdadeiras (cifozoários), acabam desenvolvendo habilidades de natação livre. No entanto, algumas espécies de hidrozoários, seguiram como pólipos por toda a vida. Colônias de pólipos de hidrozoários podem construir esqueletos similares aos fósseis encontrados. 

“Curiosamente, não recuperamos uma relação próxima entre Gangtoucunia em um clado com outros medusozoários com exoesqueletos de fosfato de cálcio, sugerindo que os materiais de construção de tubos podem ter uma história evolutiva inicial complexa, possivelmente devido a perdas convergentes e redução de fosfato de cálcio em esqueletos, uma vez que se tornou menos disponível através do Paleozóico”, apontaram os autores do estudo.

Surgimento

Foto: Luke Parry e Guangxu Zhang

Os esqueletos externos provavelmente evoluíram várias vezes em várias linhagens diferentes. Além disso, a diversificação do esqueleto animal pode ter sido um grande fator por trás da própria explosão cambriana. 

Porém, o aparecimento da diversidade estrutural no registro fóssil também pode apontar o quão difícil é para os finos fios de biominerais resistirem com o passar do tempo.

Apesar de os cientistas terem encontrado poucas evidências, eles apontam que é claro que os forma de tubo surgiram antes da explosão da diversidade animal que ditou a forma de vida na Terra. No entanto, o que desencadeou sua expansão segue uma questão sem resposta.

“Um modo de vida tubícola parece ter se tornado cada vez mais comum no Cambriano, o que pode ser uma resposta adaptativa à crescente pressão de predação no início do Cambriano”, diz o paleontólogo, biólogo e autor do estudo Xiaoya Ma, da Universidade de Yunnan, na China, e da Universidade de Exeter, no Reino Unido.

O especialista afirma que o estudo aponta que a preservação de tecidos moles é fundamental para entendermos sobre os animais antigos.

Fonte: Science Alert

Por que Elon Musk vendeu US$ 4 bilhões de ações da Tesla?

Artigo anterior

Corpos celestes foram vistos pela primeira vez em zona habitável de estrela morta

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido