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Existe uma relação estranha entre o tamanho do seu cérebro e o seu bocejo

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Que o bocejo é um reflexo involuntário contagioso todos sabem. E que está ligado ao sono, também. Mas ele não fica só nisso. O bocejo pode indicar outras coisas, como por exemplo, o sedentarismo e até mesmo a falta de oxigenação no cérebro.

A medicina ainda não tem grandes explicações para a tal “reação” do corpo, porém, desconfia que o controle esteja no sistema nervoso, na parte central do cérebro.

E um estudo feito em grande escala com animais acabou revelando uma coisa bastante interessante a respeito do bocejo. Ele mostrou que os vertebrados com cérebros maiores e mais neurônios tendem a ter um bocejar mais duradouro.

Estudo

Para o levantamento, os pesquisadores coletaram dados de 1.29 bocejos separados, seja em idas ao zoológico ou de vídeos online. Assim, eles cobriram um total de 55 espécies de mamíferos e 46 espécies de pássaros. Feito isso, os estudiosos  encontraram correlações positivas bem robustas entre o tempo que um animal boceja e o tamanho do seu cérebro.

“Fomos a vários zoológicos com uma câmera e esperamos perto dos recintos dos animais que eles bocejassem. Foi um longo percurso”, disse o etologista Jorg Massen,  da Universidade de Utrecht, na Holanda.

Esse estudo pode conseguir preencher algumas lacunas no conhecimento que se tem a respeito do bocejo. Incluindo o por que ele acontece e por que os animais, como as girafas por exemplo, não possuem essa preocupação em bocejar.

“Embora o padrão desta ação seja fixo, sua duração co-evoluiu com o tamanho do cérebro e o número de neurônios. Além disso, essa função parece ser conservada em uma ampla gama de animais, de modo que sua origem evolutiva pode ser rastreada até pelo menos o ancestral comum de pássaros e mamíferos e potencialmente ainda mais longe”, pontuaram os pesquisadores.

Análise

Os cientistas montaram a análise para testar uma hipótese que  foi levantada em 2007 por um dos pesquisadores que trabalhou no estudo. A hipótese era a de que o bocejo é uma forma essencial  de resfriar o cérebro. Por conta disso, os cérebros maiores precisam de bocejos mais longos para serem resfriados de maneira correta.

Os dados parecem apoiar essa hipótese. Eles mostram que os mamíferos bocejam mais do que os pássaros. E que os pássaros tem uma temperatura central mais alta do que os mamíferos. Isso significaria uma diferença maior de temperatura com o ar em volta de si, que, por sua vez, significa que um bocejo mais curto já é suficiente para levar um pouco de ar mais frio.

Um estudo de 2016 também chegou a conclusões parecidas. Por mais que essa pesquisa tenha sido feita apenas com 205 bocejos de 24 espécies. O estudo descobriu que os bocejos mais curtos, de 0,8 segundo, eram de ratos e os mais longos, de 6,5 segundos, foram de humanos.

“Por meio da inalação simultânea de ar frio e do alongamento dos músculos ao redor das cavidades orais, o bocejo aumenta o fluxo de sangue mais frio para o cérebro e, portanto, tem uma função termorreguladora”, explicou o etologista Andrew Gallup, da Universidade Estadual de Nova York.

Bocejo

Os pesquisadores não fizeram ligação nenhuma com inteligência, apenas com tamanho do cérebro e o número de neurônios que eles têm. E também não existe qualquer referência à frequência do bocejo. Por exemplo, os humanos tendem a bocejar entre 5 e 10 vezes por dia.

Além disso, o abrir a boca é contagioso. Uma hipótese para isso acontecer é que ele pode ter uma função social, o que leva um grupo ao mesmo estado de espírito e talvez ajude a sincronizar os padrões de sono. Contudo, mais pesquisas são necessárias para que isso seja confirmado.

“Obter vídeos de tantos animais bocejando requer um pouco de paciência, e a codificação subsequente de todos esses bocejos me tornou imune ao contágio do bocejo”, observou a bióloga Margarita Hartlieb, da Universidade de Viena, Áustria.

Mesmo que mais pesquisas ainda sejam necessárias para descobrir as razões pelas quais bocejamos, os autores concluem que “essas descobertas fornecem mais suporte para previsões distintas derivadas da hipótese de resfriamento do cérebro”.

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