PS3 militar? Poucos sabem que esse projeto existiu e planejava criar um supercomputador usando a base de um dos videogames mais populares de todos os tempos.
Tudo começou há alguns anos, quando soubemos que o PlayStation 2 era tão poderoso que o governo japonês temia que pudesse ser usado como arma. O console de jogos mais bem sucedido e mais vendido da história da Sony, com mais de 155 milhões de unidades em todo o mundo, foi objeto de uma carreira sensacional.
Isso deixou o governo japonês preocupado com a possibilidade de este sistema ir para as forças armadas.
Porém, ele não foi o único que se relacionou com os milites. Seu sucessor também entrou para a jogada e quase tivemos uma versão Ps3 militar super-tunada.
Há 14 anos, os Estados Unidos autorizaram a construção de um supercomputador composto por quase 2.000 PlayStation 3. Este dispositivo era denominado Condor Cluster, composto por 1.760 sistemas Sony.
Seu objetivo original era desenvolver radar, processamento de imagens de satélite e outros sistemas, fazer rolamento de eixo e realizar pesquisas sobre inteligência artificial.
E se você estiver curioso, esse ps3 militar ainda existe e está localizado no Laboratório de Pesquisa da Força Aérea, em Nova York.
US$ 2 milhões
Na época, o projeto custou US$ 2 milhões, muito menos do que supercomputadores equivalentes construídos com peças convencionais.
Assim, embora cada PlayStation 3 custasse (em média) 400 dólares, a tecnologia equivalente teria custado cerca de 10 mil euros cada. É um grande desconto, especialmente considerando o desempenho e os recursos do dispositivo.
Além de 1.760 PlayStations 3, esse supercomputador também inclui 168 placas gráficas diferentes e 84 servidores conectados, três componentes que podem realizar 500 trilhões de cálculos por segundo.
Infelizmente, descartaram a capacidade de rodar Linux no PS3 devido a questões de segurança, e isso infelizmente colocou projetos semelhantes em espera no futuro.
No entanto, a existência do Cluster Condor demonstrou o poder da tecnologia dos videojogos em aplicações científicas e militares, destacando como os produtos de consumo poderiam reimaginar a computação.
Tecnologia avançada
O PlayStation 3 foi lançado pela Sony em novembro de 2006 e até hoje é considerado uma tecnologia avançada na época.
Seu hardware trouxe diferenciais que os fãs do console ainda não tinham visto, com um processador avançado desenvolvido pela Sony, Toshiba e IBM.
O Cell Broadband Engine tinha uma arquitetura única com um núcleo de processamento principal e oito núcleos de coprocessamento, o que permitia um alto nível de paralelismo e desempenho em cálculos intensivos.
Ainda, a unidade de processamento gráfico (GPU) do PS3, exclusiva da NVIDIA, era alta tecnologia na época. Ela era capaz de renderizar gráficos complexos e de alta definição, suportando resoluções de até 1080p.
Enquanto isso, o PS3 inovou ao trazer as mídias Blu-ray, sendo um dos primeiros dispositivos de consumo a usar esse formato de disco, que oferecia maior capacidade de armazenamento (até 50 GB em discos de camada dupla) em comparação com os DVDs. Isso permitiu jogos com gráficos melhores, mais conteúdo e maior duração.
Conexão
Também foi o modelo que implementou a conectividade online com o PlayStation Network (PSN). Assim, permitiu que os jogadores tivessem uma rede para baixar jogos, conversar oficialmente em chamadas virtuais e até mesmo assistir filmes.
A conectividade sem fio foi um avanço na época, facilitando a interação com internet sem precisar de fios.
Por isso, além de jogos, o PS3 funcionava como um hub de entretenimento doméstico. Ele podia reproduzir filmes, DVDs, CDs, além de suportar diversos formatos de áudio e vídeo armazenados em unidades de disco rígido ou dispositivos USB.
E a Sony não criou o dispositivo e abandonou. Ela continuou a melhorar e atualizar o sistema enquanto ele estava operante. Por isso, o software ajudou a criar o PS3 militar e incentivou o investimento no supercomputador com base nesse console.
As inovações foram diversas, desde modelos slim, controle com DualShock, interação tátil e exclusividade no hardware, que atraiu a atenção de diversos grupos para além dos fãs de jogos.
Apesar de ser inicialmente difícil de programar devido à sua arquitetura complexa, a Sony trabalhou com desenvolvedores para melhorar ferramentas e documentação. Isso foi crucial para dar o próximo passo e ter um sistema tão forte que gerasse até mesmo um PS3 militar.